sábado, dezembro 30, 2006

Noites de festa - cuidado com as bebidas

Agora que se aproxima uma noite de muitos festejos, provavelmente bem regada, muito cuidado com as bebidas. Há efeitos que não se devem só ao álcool e que se podem (devem) evitar:

quarta-feira, dezembro 27, 2006

terça-feira, dezembro 26, 2006

Ajuda de Berço - "Um colo para cada criança"

Clicar para ajudar:


Como funciona "Um colo para cada criança"?
É simples. Ao clicar no botão "Um colo para cada criança" é remetido para uma página de patrocinadores que realizam uma doação, em dinheiro ou géneros, por cada clique que fizer.

Como é aplicado o dinheiro ou bens doados?
A AR Telecom é a responsável pela gestão dos patrocinadores e entrega dos bens ou dinheiro à Instituição Ajuda de Berço. Após essa entrega, a Ajuda de Berço aplica os recursos obtidos de acordo com as necessidades das crianças aí hospedadas. Para mais informações visite http://www.ajudadeberco.pt/ ou escreva para infocolo@jazzcidadania.org ou info@ajudadeberco.pt.

Porque é que só posso clicar uma vez por dia?
O objectivo dos patrocinadores, para além do sentido de cidadania, é obter visibilidade e visitas nos seus sites. Cada vez que clica no botão irá ser exposto a uma mensagem publicitária. Não haveria interesse, nem para si, nem por parte dos patrocinadores, em fazê-lo ver a mensagem mais do que uma vez por dia. Assim sendo, mesmo que clique várias vezes por dia, só ficará registado um clique por dia.

Como seria possível participar mais?
O seu clique já é uma grande contribuição. No entanto, se desejar apoiar mais a Instituição Ajuda de Berço, clique aqui, e saiba como o pode fazer.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

TLEBS - no sapatinho

Repescámos no PÚBLICO de ontem uma entrevista de Inês Duarte sobre a TLEBS e uma notícia a fazer o ponto da situação.

Afinal, quem está envolvido na TLEBS foram "os primeiros a dizer que havia aspectos que precisavam de ser revistos, em função da experimentação pedagógica e de pareceres de outros especialistas em ensino do Português." Mas afinal agora ninguém gosta do monstro? Nem os seus criadores? E a que propósito se move um bispo no tabuleiro do xadrês em vésperas do Natal?!

Ficámos ainda a saber que na próxima semana, o grupo de trabalho da DGIDC (Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular) vai entregar um documento sobre a TLEBS à equipa ministerial, e que o Ministério vai pedir "pareceres" (podia pedir um aqui à EC-d-R, até nem levávamos muito...).

O presidente da Associação dos Professores de Português (APP), Paulo Feytor Pinto, confirma que existem erros, mesmo nos diplomas publicados no Diário da República. Ainda assim, não propõe a suspensão, porque é necessário que a TLEBS seja experimentada para ser avaliada, justifica. Feytor Pinto critica a ideia de "experimentação generalizada" a todas as escolas quando a tutela não sabe quem é que está, ou não, a experimentar. "Parece que o ministério está a dar argumentos a quem é contra", lamenta [sem comentários...]

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Título do novo livro de Harry Potter

O título do novo livro de Harry Potter foi revelado no site da autora, J. K. Rowling.

Mas para obter este troféu, que a Educação Cor-de-Rosa não revela :-p, têm de se mostrar merecedores e encontrar o caminho para o título através de um jogo no site.

Para os mais preguiçosos, aqui fica uma ajudinha:

Go to JKRowling.com. Click on the eraser on her desk.

  • 1. Click doorway in mirror to see Christmas tree.
  • 2. Click on the top half of the door to get the wreath.
  • 3. Click on the top of the mirror to get the garland.
  • 4. Click on the spider web right next to the door to make them go away.
  • 5. Click the 4th chime in the window and get the key for the door.
  • 6. Drag key to unlock the door.
  • 7. Door opens to show a desk with a package.
  • 8. Click the bow on the package and it will open.
  • 9. Click the inside of the package and a game of Hangman is shown where you can play a game to guess the name of the seventh book.
  • 10. You can keep playing till you get it right and when you do a check mark will appear.

  • Boa sorte!
    (agradecimentos à HPANA)

    Portáteis nas escolas, parte 2

    Depois de, há mais de um mês, termos alertado aqui na Educação Cor-de-Rosa para a bronca dos portáteis nas escolas, eis que algo acontece.

    O CRIE
    (Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola) responsável pelacoordenação pela Iniciativa Escolas, Professores e Computadores Portáteis, lá deve ter achado que lhe ficava bem dizer qualquer coisa sobre o assunto, sem dizer nada, e enviou um longo email às Escolas para dizer:

    1. A culpa foi da DREL -
    "Maugrado idêntico empenho, a DREL, Direcção Geral de Educação de Lisboa, devido ao phasing-out do PRODEP, confrontou-se com limitações muito significativas de financiamento o que levou a que se optasse por uma distribuição em duas fases"
    • Devido ao quê?! Afinal a ideia da DREL (porquê só a DREL?) de dar os portáteis em 2 fases foi devido a um estrangeirismo desconhecido da maioria dos mortais (será um círus?)

    2. A culpa foi da da DREL -
    "Contactada a DREL rapidamente se identificou qual o lapso: em vez da entrega de um pouco mais de metade dos computadores a cada escola, entregaram-se todos os computadores a menos de metade das escolas!"
    • Isso já sabíamos. Quem foi afinal responsável pelo "lapso"? Queremos nomes.

    3. A DREL não sabia o que fazer - "
    Infelizmente o mal já estava feito e havia que tomar uma decisão sobre o que fazer (...) Este processo será naturalmente conduzido pela DREL, que entretanto articulará com as escolas a melhor forma de proceder, ficando de qualquer forma o apelo à Vossa compreensão"
    • A decisão foi tão ridícula (devolver metade dos portáteis recebidos), que não chegam mencioná-la...
    4. A culpa foi da DREL - "Embora alheios a esta situação, nem por isso esta Equipa de Missão deixa de se solidarizar com todos os afectados e lamentar este facto causador de perturbação e natural desagrado, sentidos por todos os professores envolvidos, quer os que pertencem a escolas que ficaram há à espera de receber qualquer portátil, quer dos que pertencem a escolas que devolveram os portáteis recebidos em número superior ao devido para esta fase."
    • Contamos com a solidariedade da CRIE, com os portáteis é que não...
    5. E não se esqueçam - "Colocamo-vos naturalmente à disposição de todos para vos apoiar nas eventuais reformulações de calendário e afinação do projecto face à eventual perturbação que este lapso de distribuição possa ter provocado."
    • "Eventual perturbação"?! Que ideia, as escolas só estavam a contar com 24 portáteis e não veio nenhum até agora, como é que podem pensar que isso represente uma "eventual" perturbação?! E já agora, os projectos são para executar, quando muito serão reformulados, mesmo sem portáteis... "Colocamo-vos"?! Ah pois colocam-nos, colocam-nos...
    Resumindo, a CRIE lava as suas mãos desta confusão, mas quer os projectos executados na mesma, a culpa foi da DREL, que limpou as mãos à parede e continuou a "gerir" a educação lisboeta sem dar cavaco a ninguém (ou melhor, muito socraticamente) como se nada de anormal se tivesse passado...

    quarta-feira, dezembro 20, 2006

    A minha Pátria é a TLEBS

    Francisco José Viegas e Pedro Mexia falam sobre as consequências e efeitos da nova Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Um trabalho de Alexandre Borges para a 31Tv.


    terça-feira, dezembro 19, 2006

    Mais nada?

    Parece que não tem fim o rol de actividades que a Escola desempenha, e a imaginação da ministra não conhece limites...

    Quem fará as provas? Quem as corrigirá? Também vai sobrar para escolas?!

    Foge, Manel, que lá vem mais feijão!


    Testes de língua portuguesa a estrangeiros passarão a ser feitos nas escolas portuguesas

    19.12.2006

    Os testes de língua a que todos os estrangeiros que queiram obter a nacionalidade portuguesa têm de submeter-se vão passar a ser feitos nas escolas. As provas de diagnóstico terão de ser concebidas especialmente para esse efeito, cabendo ao Ministério da Educação a gestão do processo. As novas regras pretendem assegurar que a "aferição do conhecimento de língua portuguesa passa a efectuar-se por meios tecnicamente mais aptos do que os anteriormente previstos", lê-se na portaria publicada na última sexta-feira em Diário da República. Até aqui esta função era assegurada pelo notariado ou secretarias das câmaras municipais de residência do interessado. A lei prevê um modelo de prova destinado aos candidatos entre os 10 e os 14 anos e uma outra para maiores de 14. Os testes nas escolas realizar-se-ão, por regra, de três em três meses. De resto, as normas são semelhantes às dos exames nacionais do básico e secundário, com a realização das provas a ser vigiada por professores especialmente designados para o efeito e quaisquer tentativas de fraude a serem sancionadas com a anulação dos testes. A portaria estabelece ainda que as provas de diagnóstico são classificadas de 0 a 100 por cento, sendo a classificação final expressa em Aprovado (nota igual ou superior a 50 por cento) ou Não aprovado. Os testes têm a duração de uma hora e incluem perguntas de resposta fechada relativas à "compreensão da leitura" de anúncios, notícias ou textos informativos, por exemplo, e uma segunda parte em que os candidatos têm de escrever uma composição com um determinado número de palavras. I.L.

    quinta-feira, dezembro 14, 2006

    Porque hoje é domingo: Sesame Street, by Martin Scorsese

    Histórias infantis (e da minha infância)


    Há muitos anos atrás, antes mesmo de aparecer a TV em Portugal, os discos em 45 rotações da “Coleção Disquinho” (com 2 histórias cada!) faziam as vezes de dragonball, preenchendo as tardes da criançada (sem aulas de substituição nem actividades de enriquecimento curricular) com histórias cantadas e em verso, com sotaque brasileiro, ilustrando os contos clássicos da literatura infantil. Reencontrei-os agora, via Opus666, agora como audiobooks em MP3.

    Imprescindível para filhos, alunos ou apenas para matar a saudade...

    Colecção Disquinho - arquivo 1
    disquinho 1- Pedro e o Lobo.mp3
    disquinho 1- Rapunzel.mp3
    disquinho 1- Saci Perer.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 2
    disquinho 2- O Patinho Feio.mp3
    disquinho 2- O Pequeno Polegar.mp3
    disquinho 2- O Soldadinho De Chumbo.mp3
    disquinho 2- Os 4 Heróis.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 3
    disquinho 3- O Chapeuzinho Vermelho.mp3
    disquinho 3- O Gato De Botas.mp3
    disquinho 3- O Golfinho e o Leão.mp3
    disquinho 3- O Leão E O Ratinho.mp3
    disquinho 3- O Lobo E Os 3 Cabritinhos.mp3
    disquinho 3- o macaco e a velha.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 4
    disquinho 4- branca de neve e os sete anoes.mp3
    disquinho 4- dona baratinha.mp3
    disquinho 4- O Burrinho e o Sal.mp3
    disquinho 4- O Burro e o Grilo.mp3
    disquinho 4- O Cabra Cabrez.mp3
    disquinho 4- O Carvalho e o Junco.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 5
    Disquinho 5- O Burrinho Tró-ló-ló.mp3
    Disquinho 5- O Cisne Vaidoso.mp3
    disquinho 5- A Lebre E A Tartaruga.mp3
    disquinho 5- A Moura Torta.mp3
    disquinho 5- Aladim E A Lâmpada Maravilhosa.mp3

    Coleção Disquinho - arquivo 6
    disquinho 6- A Flautinha Encantada.mp3
    disquinho 6- A Formiguinha e a Neve.mp3
    disquinho 6- A Formiguinha e a Pomba.mp3
    disquinho 6- A Gata Borralheira.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 7
    disquinho 7- A Bela Adormecida.mp3
    disquinho 7- A Bela e a Fera.mp3
    disquinho 7- A Cigarra e a Formiga.mp3
    disquinho 7- A Festa no Céu.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 8
    Disquinho 8- Briga no Galinheiro.mp3
    Disquinho 8- Dona Baratinha.mp3
    Disquinho 8- Pinóquio.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 9
    Disquinho 9-_O_Bonequinho_De_Neve

    Lily Allen - LND


    Às vezes a realidade não é aquilo que aparenta...

    Pergunta da semana

    (com dois dias de atraso po problemas no acesso à internet...)

    Porque é que os professores que mandam no Conselho Executivo não dão aulas?

    quarta-feira, dezembro 13, 2006

    TLEBS - manobras de diversão

    Apesar de se irem repetindo os apelos à ministra para que pare o processo da TLEBS e se ir dando como certo o seu fim, a verdade é que do Ministério, nada. Consta que os seus autores a estão a rever (?!), o DGICD fechou as portas à TLEBS por uns dias, mas abriu de novo como se nada fosse, sem dar uma explicação a quem foi batendo com o nariz na porta.

    Neste estado de assobiar para o ar geral, a ver se a coisa passa, Maria Helena Mira Mateus, a abelha-rainha, escreve um artigo hoje no PÚBLICO onde defende apaixonadamente o "lugar e o mérito do ensino da gramática", que na sua opinião é o que estaria por detrás da discussão em torno da TLEBS.

    Não tendo ainda visto ninguém falar contra o ensino da gramática, para que servirá esta manobra de diversão? Para tentar desviar a controvérsia para outro assunto?

    • "Sendo claro que a terminologia decorre da gramática que se ensina, e não o oposto, e sendo certo que a gramática de uma língua é constituída pelo conjunto de regras a que obedece o seu funcionamento, é evidente que à medida que se vai aprofundando o conhecimento desse funcionamento a gramática vai sofrendo alterações e alguns dos termos que dela decorrem também vão sendo substituídos."
    Mas afinal que gramática é que se ensina? E onde, na Faculdade de Letras? Não tenho visto nada nas escolas básicas e secundárias relativamente ao ensino da gramática que possa remotamente justificar esta Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário...

    segunda-feira, dezembro 11, 2006

    15 segundos de Sartre

    A temporalidade é evidentemente uma estrutura organizada, e esses três pretensos "elementos" do tempo, passado, presente , futuro, não devem ser considerados como uma colecção de "dados" cuja soma deve ser feita - por exemplo, como uma série infinita de "agora", alguns dos quais ainda não são, outros que não são mais -, mas como momentos estruturados de uma síntese original. Senão encontraremos, em primeiro lugar, este paradoxo: o passado não é mais, o futuro ainda não é, quanto ao presente instantâneo, todos sabem que ele não é tudo, é o limite de uma divisão infinita, como o ponto sem dimensão.
    Jean-Paul Sartre, in 'O Ser e o Nada'

    problemas técnicos

    Nunca adiram ao clix, com modem da sapo!!! Foi o que eu fiz e fiquei sem net... estou a usufruir de um computador da sala 41 da minha escola... estou a ser utente de um serviço que em breve acabará, quando já não houverem escolas públicas.

    E a culpa é da clix!

    domingo, dezembro 10, 2006

    Porque hoje é domingo - The internet is for porn

    Um clássico, com mais de 200 versões no YouTube...
    O original, do musical da brodway Avenue Q (ou mais perto, numa escapadinha a Londres):

    sábado, dezembro 09, 2006

    TLEBS - tiro no porta-aviões ou submarino ao fundo?

    Francisco José Viegas (A Origem das Espécies) destaca um artigo do linguista João Andrade Peres, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa:
    Os destaques feitos por FJV são suficientemente elucidativos para os leigos, os professores de português têm o artigo completo como leitura obrigatória. Por mim, subscrevo:
    • "Em conformidade, é como cidadão e como linguista que daqui apelo à Senhora Ministra da Educação no sentido de travar o insano processo já iniciado de experimentação da TLEBS. Em nome do rigor e da qualidade científica e a bem do ensino da língua portuguesa, peço-lhe instantemente que, corrigindo erros de Governos anteriores, suspenda a sua aplicação e nomeie de imediato uma comissão de peritos que faça o ponto da situação."
    Terá a ministra coragem de estar à altura do que se lhe impõe, ou afinal é daquelas habituadas a bater no recreio só aos mais pequenos?

    sexta-feira, dezembro 08, 2006

    Grécia proíbe telemóveis nas escolas

    Desde que assisti a uma cena na minha escola em que a mamã de um menino de 5º ano quase desancava uma professora por ter (em consonância o regulamento interno) apreendido o telemóvel à criança, depois de ter tocado durante a aula e a criança ter atendido a chamada - Eu só estava a telefonar-lhe para dizer que ia chegar atrasada, era importante! - que me tornei adepto desta medida.

    Agora com a generalização dos telemóveis com vídeo, e os disparates daí decorrentes, ainda mais. Teremos que esperar por uma violação ou espancamento em directo no YouTube, aparentemente...

    Grécia proíbe telemóveis nas escolas

    08.12.2006, PÚBLICO

    O Ministério da Educação grego decretou ontem a proibição de uso de telemóveis nas escolas, considerando que perturbam o normal funcionamento das aulas. A ordem, assinada pela ministra da Educação, Marietta Giannakou, foi distribuída nas escolas primárias e do secundário de todo o país e tem aplicação imediata.
    "Para todos os estudantes, o uso e posse de telemóvel não é permitido no espaço escolar", especifica o texto. "A posse de telemóvel só será autorizada em circunstâncias especiais e o aparelho deverá ser mantido desligado e guardado na mochila do aluno."
    Esta proibição surge na sequência do alegado ataque sexual a uma rapariga de 16 anos perpetrado por quatro rapazes numa escola da ilha de Evia, em Outubro. As autoridades suspeitam que o incidente terá sido filmado por um outro estudante, utilizando o seu telefone portátil.

    quinta-feira, dezembro 07, 2006

    Regulamento Interno

    O Regulamento Interno da minha escola, provavelmente feito em tempos de vacas gordas, obriga os professores a entregar os testes no máximo de 2 semanas depois de terem sido realizados.

    Proponho um problema à moda da antiga 4ª classe:

    Um professor tem 27 horas marcadas no seu horário de 35 horas. Nas duas semanas após os testes, esse professor tem uma reunião de DTs e outra de Departamento, na qual gasta 6 horas, necessitando ainda de 4 horas para preparar aulas. Considerando que o professor tem cerca de 100 alunos, quanto tempo tem para corrigir cada teste?

    Ensino de qualidade? Só com o patrocínio dos professores!

    terça-feira, dezembro 05, 2006

    É Natal...

    ...ai esta quadra é uma maçada! Não é que eu não goste de oferecer coisas! Não senhora! Adoro! Mas, caramba, calha tudo ao mesmo tempo...ele é ver testes, é fazer avaliações, é fazer pêcêtês...é um nunca mais acabar de borocracia para avaliar os miúdos...e as prendas, quem as faz? aposto em como os professores pertencem àquele grupo de pessoas que compram tudo à última da hora, mais caro...a não ser que se seja muito organizado e se comece a fazer as compras nos saldos em Agosto...é o mais certo, se calhar! com o que a malta ganha e com os preços que andam aí...meu Deus! é de loucos! olha, eu cá não compro népia! faço tudo! nada de comprar tudo feito! oktukeresseieu! só que ao mesmo tempo tenho k ver testes...k seca..e de ciências...com os erros que têm é um desatino!Se eu pudesse fazia a avaliação apenas pelo desempenho dos alunos nas aulas...e assim é que devia ser! afinal a avaliação é continua! e giro, mas mesmo giro, era os professores juntarem-se num conselho de turma e, entre todos, discutirem as notas a dar a cada aluno...não havia cá testes, nem fichas de trabalho nem nada. ainda por cima cada vez chego mais à conclusão que os alunos que chegam ao 5º ano vêm completamente "deseducados"...de quem é a culpa não sei, mas que vêm sem regras nenhumas de comportamento em sala de aula, sem responsabilidade, sem autonomia, sem hábitos e métodos de trabalho, sem...conhecimentos, pré-requisitos (esta parte é a mais grave...é incrível que um miudo de 9 anos dê tantos erros a escrever que até dá vómitos!)!
    Ainda hoje na aula de ciências da minha direcção de turma, os fulaninhos estavam-se a portar mal! também, a quem é que lembra por um grupo de miúdos, eléctricos, a ter uma aula de ciências do meio-dia à uma e meia? eu estava roxa de fome e eles deviam estar esfomeados...ainda por cima e tema era o regime alimentar dos animais...pior a emenda que o soneto! bem, para os acalmar disse-lhes para passarem para o caderno uma tabelazinha que estava no livro com as características dos três tipos de dentes! ou seja, era uma tabelazinha de 2 colunas por 4 linhas, a coluna da esquerda mais estreitinha que a da direita, a linha de cima com os titulos...estão-me a entender? spéfácil, certo! bem...amigos...não sei se vos diga se vos conte...A TRAGÉDIA, O HORROR, A DESGRAÇA GRÁFICA...eles não sabiam fazer a tabela, pior, copiar a tabela...eu perdi praí meia hora a explicar, quase um a um, o processo! e rasguei mais de 10 folhas...eles próprios estavam chateados pois reconheciam que devia ser fácil e estava a ser tão complicado...ora o que é que isto me diz? os miúdos têm problemas de motricidade fina! e porquê? FALTA DE TREINO! eu, sinceramente, não sei o que é que eles andam a fazer no 1º ciclo! já ouvi várias professoras do 1º ciclo dizerem, em tom de queixa, que não podem puxar pelos meninos porque não têm autorização para...atão mas onde é que isto já se viu? uma criança tem que chegar ao 2º ciclo com três competências bem desenvolvidas:
    -saber a tabuada, independentemente de a compreender ou não...depois de a memorizarem, é muitíssimo mais fácil de compreender;
    -saber ler;
    -saber escrever correctamente, sem erros, aliás este é o primeiro passo, sem dúvida! Eu também aprendi isto tudo, e ainda tinha que rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria no inicio e no fim das aulas, desde a 1ª até à 4ª classe...e não morri, não precisei de nenhum psicólogo que explicasse aos meus pais porque é que eu me portava mal (ó se portava..charope de pau de marmeleiro pra cima e passava logo!)...MEMORIZAVA, que é um verbo que está em desuso!Ora, o que é que me adianta estar a ensinar às crianças quais é que são as formas, o revestimento, o regime alimentar, etc dos animaizinhos, se, depois eu peço um trabalhito por escrito, tipo composiçãozinha e eles não a sabem fazer e têm que ser o pai ou a mãe a fazer por eles...claro, passada a computador com letras todas xpto...isto é um filme, e a preto! nem branco tem!
    E é uma bola de neve! porque os pais, por sua vez, querem tanto que os seus filhos sejam os melhores que acabam por os atrofiar por completo! é verdade sim, sr. encarregado de educação! para além de lhes fazerem os trabalhos de grupo, os tpc´s e outras coisas mais, quantas vezes eu já não ouvi de tanta boca paternal "se não tiveres boas notas no teste não levas a bicicleta!" Mais ça cést drôle! eu não sou psicóloga, mas acho que isto é o pior que se pode dizer a uma criança! é entrar desde muito cedo no esquema do negócio! e depois admiram-se que eles quando cresçem façam a mesma coisa..."ó pai, ou me emprestas o carro ou fujo de casa!"bem, eu contra isso não posso fazer nada...mas em relação às tabelas...ai vão fazer tabelas a magote, ó se vão! não me chame eu...xandrafrô!
    Voltando ao Natal, que foi o tema de abertura destes desabafos todos, venha ele, com montes de filhoses (que já foram torresmos, segundo o fodorento, né?) e bolo de rei (adoooooooooroooooo...)! mas uma coisa é certinha! NÃO GASTO UM TOSTÃO EM PRESENTES!
    E, já agora, pais deste país, dêem lá a bicicleta ao miúdo, digam-lhes que os amam do fundo do coração e digam que são os pais mais felizes do mundo por eles estarem na vossa vida! é o suficiente para eles terem boas notas...e se não as conseguirem ter, paciência! a derrota também é uma aprendizagem!
    Bom Natal para todos e Bom Ano de 2007

    Pergunta da Semana

    Porque é que os alunos não participam na avaliação dos professores e da escola, como utentes do serviço em questão (e em que estão)?

    segunda-feira, dezembro 04, 2006

    15 segundos de Fernando Pessoa

    A Inacção Consola de Tudo
    A inacção consola de tudo. Não agir dá-nos tudo. Imaginar é tudo, desde que não tenda para agir. Ninguém pode ser rei do mundo senão em sonho. E cada um de nós, se deveras se conhece, quer ser rei do mundo.Não ser, pensando, é o trono. Não querer, desejando, é a coroa. Temos o que abdicamos, porque o conservamos sonhado, intacto, eternamente à luz do sol que não há, ou da lua que não pode haver.

    Fernando Pessoa, in 'O Livro do Desassossego'

    domingo, dezembro 03, 2006

    À beira de um colapso...

    Ai meu Deus, isto por aqui anda tudo nervoso! Amigos, acalmem-se! E para já, B., boa sorte para o teste de TLBês amanhã...
    Mais uma vez peço aos senhores do ministério para fazerem o favor, hã, de mandar cá para fora, para o out, com as vossas novidades de uma forma mais dócil...passam a vida a dar-nos tareia! Bolas, bolas, bolas! Se nos põem loucos, onde é que ides arranjar professores? Sim, porque é dificil substituir a nossa classe...só nós é que estamos habituados a levar...ai apetece-me dizer...mas pode parecer mal...(posso?...então eu digo)...PORRADA!!! A não ser que já estejam a pensar contratar mão-de-obra barata, tipo, chineses, para leccionar as nossas aulas...nunca se sabe, certo!!!
    Mas, voltando à questão, e eu até nem sou professora de português! mas como sou portuguesa, segundo reza o meu bi, TAMBÉM, sou professora da língua materna, já que as minha aulas são faladas, ouvidas, escritas, rasuradas, comentadas, perguntadas, sussuradas, raciocinadas, calculadas, racionalizadas, desenhadas (já chega...)...em português!...Isto deixa-me preocupada! Ó se deixa! Parece que está tudo à beira dum colapso! Digam-me lá, quem é que teve a brilhante ideia de inventar que a gramática portuguesa tem que ser mudada? Tão aqui tão-se a rebolar nas plantas lá do jardim e depois apanham uma intoxicação e...pimba! toma lá uma TLBS para a matemática!! Isso é que eu queria ver!!! ("Meninos, que figura é esta? É um qadrado, sra. professora! Não é não! é uma linha partida em quatro! qual quadrado, qual quê! Isso era antigamente!")...e porque não uma TLEBS para a história? ("Meninos, que alcunha tinha D.Dinis? Ó sra. professora, não se diz alcunha! diz-se cugnome! Qual cugnome, qual carapuça! isso era antigamente! agora diz-se alcunha!)
    Tadinho do Camões e do Pessoa! Devem estar às voltas na campa, com o devido rspeito, só de ouvir falar nestas modernices!
    É que ele há tanta coisa com que se deviam preocupar...eu já fiz uma lista de "compras" sobre este assunto aqui à uns tempos atrás! Consultem-na! Não me repito!
    E vão lá mudando tudo e mais alguma coisa a vosso belo prazer, sim!
    Olha, escuta (à boa maneira algarvia), quando eu tiver que mudar o meu BI para cidadã espanhola, avisem-me, tá?! é que nessa altura eu fujo para os países nórdicos...sempre adorei o frio!!!

    ai norton, norton...

    Post de JCD no Blasfémias...

    Amanhã vou ter teste de português

    , perdão, vou ter teste de TLEBêS

    Brilhante ideia

    Na última sexta-feira, no telejornal da SIC, noticiou-se que numa escola que acho que era no Norte (não fixei o nome da escola nem a localidade... peço desculpa) muitas crianças foram para o hospital com alergias.
    Segundo o Hospital e a versão de alguns alunos, isso deveu-se a uma planta do recreio que os miúdos usaram para brincar.
    Perante isto a professorazinha do conselho executivo daquela escola disse "os miúdos viram a planta e tiveram a brilhante ideia de esfregar-se nela. Mas isto é uma planta que se encontra em muitos jardins públicos...". Fez-me confusão aquela expressão "brilhante ideia", dita de um modo prejurativo e acusador.
    Se calhar era melhor terem a "brilhante ideia" de tirar plantas que nos fazem mal das escolas portuguesas e de "muitos jardins públicos"...

    Porque hoje é domingo - Faithless

    A MTV baniu este vídeo. Por que terá sido?

    sábado, dezembro 02, 2006

    TLEBS - a proposta de Salomão

    Rui Tavares, no PÚBLICO de hoje, avança para uma sugestão salomónica como forma de resolver a disputa em torno da TLEBS, não sem primeiro ironizar sobre as evidentes dificuldades de comunicação dos linguistas :
    • "Ironicamente, os linguistas não são capazes de comunicar com a comunidade. Mas não lamentemos demasiado os académicos, que só têm de se queixar pelas suas culpas, principalmente quando a impotência desliza para o "não falem do que não sabem", como fez Maria Helena Mira Mateus. Os académicos têm de entender que, quando está em causa a generalização dos seus saberes, não só é natural como desejável que as pessoas acabem "falando do que não sabem". Ou falamos todos do que não sabemos, ou sucumbimos à ditadura tecnocrática - e se os especialistas querem ajudar ao debate a melhor maneira de o fazer não é exigir-lhe que termine."
    Será isto um indicador das potencialidades pedagógicas da abordagem linguística na sala de aula de português, pôr os alunos a saber tudo sobre a língua, mas ironicamente, com dificuldades em comunicar, ao contrário do previsto, se bem que à imagem dos seus defensores?

    Mas a nota fundamental não é essa, mas sim aquilo que já todos perceberam:
    • "Além de que, se os linguistas tivessem pensado no resultado final, teriam feito bem em trabalhar menos e não mais: a TLEBS desce efectivamente a um nível minucioso que, como se viu, atrapalhou mais do que ajudou. Se eu fosse linguista, teria especial cuidado com este particular, porque já se chegou ao ponto em que Vasco Graça Moura conseguiu convencer as pessoas de que o linguista é o inimigo da língua e abomina a literatura.
    Conheço poucos professores de português que não reconheçam a necessidade de uma actualização da terminologia linguística (apesar de não conhecer nenhum que a tenha "pedido" ao ME, como já tem sido sugerido); o problema é mesmo esta TLEBS, que em vez de servir uma necessidade básica foi utilizada como instrumento político de tomada de poder pelos linguistas.

    A proposta de divisão do português de Rui Tavares:
    • "De um lado, teríamos a Literatura, não só pelo benefício que dela resulta para a língua, mas reconhecendo a centralidade das letras na cultura universal. Os clássicos da literatura em Língua Portuguesa continuariam a ser o núcleo fundamental desta disciplina, mas tampouco há razão para excluir dela alguns clássicos fundamentais em tradução."
    • "Do outro lado, a Linguagem. Mais uma vez, o eixo central seria a Língua Portuguesa, mas não nos deteríamos aí. Desde os saberes clássicos com contributos pragmáticos - a retórica, a gramática e a dialéctica - à análise de discurso, à construção de argumentos e às distinções entre fonética, morfologia e sintaxe."
    Consequências? Dividir para reinar, colocando em lados opostos ("de um lado (...) do loutro lado") a literatura e a linguagem (como se isso fosse possível ou desejável!).

    Para os linguistas, sugestões destas servem perfeitamente os seus propósitos, na linha do que já conseguiram para o ensino secundário, em que empurraram a literatura para uma disciplina opcional, que nem sequer é necessária para entrar num curso de línguas e literaturas modernas, enquanto na disciplina de português se analisam regulamentos e se vão lendo textos dos média (vulgo ler as gordas dos jornais) e coisas tais, para chegarmos à legitimação pelo uso... Percebestes?

    sexta-feira, dezembro 01, 2006

    1º Dezembro - Dia Mundial de Luta contra a Sida

    TLEBS - a sua polémica diária

    A TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário) arrisca-se a tornar-se a próxima fórmula de sucesso da estação de televisão que perceber o potencial desta polémica para animar as audiências dos jornais da noite. Pronto, talvez só da Sic Notícias. Ou do canal Viver.

    A doutoranda Helena Soares voltou a escrever ao director do PÚBLICO, comentando o artigo de 4ª feira de Helena Buescu (ver comentário na ECdR). Reparei que deixou de assinar como doutoranda, talvez os préstimos que tem dado à Causa tenham acelerado (talvez tenham mesmo sido) as suas provas de doutoramento, ou então decidiu baixar o perfil para contrariar a acusação recorrente e generalizada de arrogância.

    Será que funcionou?
    • "Que reacção paranóica, que mania da perseguição é esta?"
    • "Tretas! Foi precisamente por isso que se fez a TLEBS."
    Bom, talvez valha a pena experimentar outras estratégias... Tentativa e erro... De qualquer maneira, conta-nos coisas extraordinárias:
    • "foram os professores de Português dos departamentos desses níveis de ensino que tiveram a iniciativa de rever os termos usados para o ensino da gramática da língua".
    Apesar de não conhecer um único de qualquer escola que tenha formulado tal pedido (talvez o presidente da Associação de Professores de Português, mas será que a APP representa realmente alguém? Quantos associados tem realmente?), fiquei comovido com o facto de o ME reagir tão eficazmente a um pedido dos professores, mandando um batalhão de formiguinhas linguistas para tratar do assunto.

    Que pena que não reaja da mesma maneira aos pedidos para os portáteis, professores para as prisões, pavilhões desportivos, ou mesmo papel higiénico. Prioridades são prioridades! E bolas, parece um tratamento de choque: senhor doutor, doi-me um bocadinho a cabeça, podia receitar-me uma aspirinazinha? Qual que, mulher, tome lá uma marretada na cabeça! Tomem lá, para aprenderem a ficar calados!

    A pérola escondida do seu texto, que mostra o lobo por baixo da pele de cordeiro desta classe dos linguistas é:
    • "Há alguma razão para se acreditar que os "intelectuais" e estudiosos da literatura são referência quando se fala de regras da língua? Pelo que se viu até agora, não"
    A língua é de quem a analisa, não de quem nela produz criativamente! A língua portuguesa aos linguistas, esta é a mensagem cada vez menos silenciosa da revolução tlebática em curso de apropriação do português para o domínio da linguística.

    Eduardo Prado Coelho, um pouco mais à frente no PÚBLICO, dedica o seu texto de hoje à brevemente-numa-direcção-geral-ou-cátedra-de-linguística-perto-de-si-(doutoranda)-Helena Soares, descascando a sua carta anterior.

    Também ele se surpreende com os 15 mil que teriam feito a TLEBS (quantos a terão pedido, além do presidente da APP?)
    • "Que esta terminologia, a famosa TLEBS, tenha sido feita por 15 mil professores, gostaria de saber com que secretismo isto aconteceu. Conheço escolas em que todos os professores de Português estão contra e nunca ouviram falar neste perturbante número de 15 mil."
    Depois de questionar que escritores conhecerá Helena Soares para tecer considerações sobre as suas preferências terminológicas (está a ser generoso, os linguistas não lêem literatura, autopsiam constituintes da língua), conclui:
    • "Trabalhem à vontade, mas não se esqueçam que ensinar não é a mesma coisa que trabalhar em Linguística e fazer de alunos, que resistem à própria leitura, cobaias indefesas de uma experiência científica."

    quinta-feira, novembro 30, 2006

    A Naifa

    A Naifa
    3 MINUTOS ANTES DE A MARÉ ENCHER
    Digressão nacional 2006

    Dezembro
    01 - 21h30 Lisboa Teatro Maria Matos
    06 - 21h30 Aveiro Teatro Aveirense
    07 - 21h30 Braga Teatro Circo
    09 - 21h30 Faro Teatro Municipal


    TLEBS - as damas do xadrez

    A mais recente jogada no tabuleiro de xadrez da TLEBS passou-se ontem no PÚBLICO, com dois artigos lado a lado, das damas de cada lado.

    Maria Helena Mira Mateus, Terminologias: a nova e a antiga, a doce rainha das abelhinhas, à sombra da sua boquilha, mostra de onde emana a fonte da providencial arrogância dos linguistas (apesar da estrutura discursiva com reminiscências camoneanas Cale-se/Cesse/Cesse) concluindo, à boa maneira de Cavaco, afirmando: "deixem-nos trabalhar" (que outro valor mais alto se alevanta)
    • "Certamente, as pessoas, "famosas" ou não, que se pronunciaram sobre a questão não sabem do que estão a falar, tantas e tão ingénuas são as afirmações erradas."
    • "Lamento, mas não perceberão nada de qualquer livro que aborde a prosódia das língua"
    • "não falem do que não sabem e deixem-nos trabalhar sobre a actualização da Terminologia, tirar conclusões da experiência em curso e tornar o ensino da gramática do português menos obsoleto e integrado nos programas actuais que, evidentemente, não sofrerão qualquer alteração."
    Mais palavras para quê? A língua portuguesa aos linguistas, esta é a mensagem silenciosa da revolução tlebática em curso de apropriação do português para o domínio da linguística.

    Do outro lado do tabuleiro, Helena Carvalhão Buescu, em TLEBS e discussões, desmonta o discurso dos linguistas e coloca os pontos nos iis relativamente a uma série de coisas, desmascarando a tentativa de apropriação do português pelos linguistas e a falta de ponderação na implementação da TLEBS:
    • "No preciso momento em que a pouco subtil passagem para o terreno do Ensino Básico e Secundário é efectuada, e é mesmo reclamada por um grupo, o que acontece é que essa auto-designação passa a integrar o objectivo com que de facto foi elaborada: não "apenas", como alguns dos seus defensores dizem agora, produzir novas formas de estabilidade numa linguagem técnica, mas antes legislar para o Ensino Básico e Secundário e, nele, para a disciplina de Português."
    • "A partir desse gesto de apropriação (porque o é), a TLEBS passou a dever (emprego o termo de forma ponderada) ser discutida por todos os que são agentes, intervenientes e interessados no ensino da disciplina do Português no Ensino Básico e Secundário, e não apenas por linguistas. Porque o Português do EBS não é nem pode ser concebido (gostaria tanto de reforçar esta afirmação!) como domínio único e especializado da Linguística."
    • "Que alguns (sublinho alguns) linguistas confundam Português com apenas Língua Portuguesa, e que além disso considerem que sobre esta apenas se podem pronunciar os "técnicos da língua" que a Linguística formaria, como tem sido várias vezes repetido neste debate, apenas atesta a absurda redução (e reacção) tecnocrática que afecta alguns linguistas, mas que qualquer reflexão ponderada e séria manifesta como capciosa."
    • "A pergunta central, no quadro de uma terminologia para o EBS, é: quem deverá saber tudo isto? Os docentes? Os alunos? Quais? Será este saber algum dia testado em exame nacional (o que o transformaria em virtualmente obrigatório)? Ou efectivamente, como se diz, em comentário à TLEBS, no site do Ministério da Educação, é deixado aos "docentes no terreno" latitude decisória (qual?) para "aplicar" esta terminologia, consoante o Programa?"
    • "A TLEBS não é perfeita ainda (ainda?), e de que está a ser alvo de alterações. (...) Não é isto sinal de precipitação e falta de ponderação na forma como a TLEBS foi implementada? Que tal um aluno a quem foi ensinado, até ao ano passado, que havia orações; que este ano está a aprender que deixaram de existir; e que talvez para o ano volte a aprender que afinal regressaram? É isto sinal de reflexão ponderada, pelas implicações que tem, inclusivamente nos manuais escolares, que correm o risco de ser hoje publicados para daqui a seis meses estarem desactualizados? E os pais? Terão de comprar manuais diferentes de cada vez que a TLEBS resolver introduzir uma alteração a algo que acabou de entrar em vigor? "
    Só posso partilhar as conclusões de Helena Carvalhão Buescu:
    • "a TLEBS manifesta uma inexplicável (e inaceitável, quando se trata de perceber que ela afecta dezenas, centenas de milhares de crianças e jovens) precipitação na forma como foi concebida e aplicada;
    • a TLEBS manifesta uma míngua de bom-senso, ao confundir uma Terminologia Linguística com uma TL para o Ensino Básico e Secundário;
    • a TLEBS manifesta uma mais do que criticável aceitação de que o terreno da experimentação aplicada é a realidade escolar universal, que está assim sempre concebida sob o signo da flutuação, mais ou menos insensata;
    • da TLEBS (e das discussões a seu propósito) se infere a terrível confusão, que ela permite, entre Português, Língua Portuguesa e perspectiva linguística da Língua Portuguesa - confusão extremamente grave e com consequências redutoras, e por isso empobrecedoras, da concepção daquilo que o Português é: muito mais do que apenas a (importante) perspectivação linguística que integra, mas a que felizmente não se reduz."

    Polícia para as escolas, rapidamente e em força!

    A Ministra da Educação revelou ontem que vai reavaliar o modelo de segurança nas escolas, tendo para isso criado uma equipa de missão para a segurança escolar. A nova estrutura será constituída "predominantemente por oficiais pertencentes à Polícia de Segurança Pública".

    Coordena a equipa Paula Peneda, intendente da PSP com uma comissão na Direcção-Geral de Divisão de Segurança dos Serviços Prisionais no currículo (está por isso mais qualificada do que qualquer outro polícia, além de ser mulher e, como mostra o exemplo da ministra, mais sensível às coisas da educação...).

    Com a sua habitual sensibilidade para as coisas da educação, a ministra anunciou que: "Não sei se haverá necessidade de ter agentes de segurança no interior das escolas. Se for necessário, teremos de encarar essa possibilidade com naturalidade"; o mais importante, frisou a ministra, é que, nas escolas, se "reduzam os níveis de tolerância à indisciplina e a comportamentos socialmente inaceitáveis".

    Para as escolas, rapidamente e em força!

    Recomendação da Educação Cor-de-Rosa: não esperem pela Primavera para fazerem a limpeza ao cacifo...

    Os pais e a escola

    Manuel Carvalho, em editorial hoje no PÚBLICO, a propósito das reacções à polémica das aulas de substituição, põe o dedo na ferida e aponta os pais como "os principais responsáveis pelo desastre educativo que nos envergonha":

    "(...) a maioria dos pais deve sentir-se confortável por saber que os seus filhos estão, de facto, na escola e não em qualquer lugar -, mas é suficiente para se perceber até que ponto o espírito de resistência a tudo o que implique esforço, disciplina e rigor continua vivo. Entre a reivindicação de mais e melhores condições para o exercício das aulas de substituição e a vontade dos adolescentes em lutar pelas delícias dos "furos", os pais, ou melhor, alguns pais, preferem a segunda via. Os pais, ou melhor, uma boa maioria dos pais, são hoje os principais responsáveis pelo desastre educativo que nos envergonha e nos tolda o futuro. Não acompanham os filhos, não participam no quotidiano e olham para escola como um edifício simpático, porque é onde podem depositar os filhos. Para muitos, o sucesso educativo é tão ou menos relevante que a vitória do clube do coração no fim-de-semana futebolístico.

    Quando todas as responsabilidades pelo fracasso se dirigem para as escolas, era bom que se reconhecesse que os professores nada podem fazer, se os flancos da sua actividade não estiverem devidamente protegidos pelos pais. Era, por isso, bom que, juntamente com o novo Estatuto da Carreira Docente, o Governo pudesse aprovar um estatuto da carreira de pais. Não pode, como é óbvio, mas podia e devia eleger o tema como uma das suas principais mensagens políticas. O alheamento dos pais em relação ao desempenho educativo é um problema grave que exige outras respostas e mais energia. Como o comprovam as entrelinhas do discurso de Rosa Novo, o estatuto dos professores é apenas uma pequena parcela do problema da educação."

    PS: Por que motivo a CONFAP, sempre pronta a criticar, ainda não se pronunciou sobre a implementação da TLEBS? Um dos argumentos recorrentes é a posição dos pais, mas a sua confederação parece ocupada com outros problemas maiores...

    segunda-feira, novembro 27, 2006

    Mário Cesariny - 1923-2006

    you are welcome to elsinore

    Entre nós e as palavras há metal fundente
    entre nós e as palavras há hélices que andam
    e podem dar-nos morte violar-nos tirar
    do mais fundo de nós o mais útil segredo
    entre nós e as palavras há perfis ardentes
    espaços cheios de gente de costas
    altas flores venenosas portas por abrir
    e escadas e ponteiros e crianças sentadas
    à espera do seu tempo e do seu precipício

    Ao longo da muralha que habitamos
    há palavras de vida há palavras de morte
    há palavras imensas, que esperam por nós
    e outras, frágeis, que deixaram de esperar
    há palavras acesas como barcos
    e há palavras homens, palavras que guardam
    o seu segredo e a sua posição

    Entre nós e as palavras, surdamente,
    as mãos e as paredes de Elsenor
    E há palavras nocturnas palavras gemidos
    palavras que nos sobem ilegíveis à boca
    palavras diamantes palavras nunca escritas
    palavras impossíveis de escrever
    por não termos connosco cordas de violinos
    nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
    e os braços dos amantes escrevem muito alto
    muito além do azul onde oxidados morrem
    palavras maternais só sombra só soluço
    só espasmo só amor só solidão desfeita

    Entre nós e as palavras, os emparedados
    e entre nós e as palavras, o nosso dever falar

    Mário Cesariny

    2000 page-views na EC-D-R




    Ainda não somos o "Abrupto" (nem o Pacheco), mas aos poucos, vamos lá.

    15 segundos de Sérgio Godinho

    Nunca vivi nada em vão

    Cada qual sabe do que tem

    Ninguém pertence a ninguém

    Seja inimigo ou irmão.

    Seja inimigo ou irmão

    Temos a nortada na pele

    A discutir do farnel

    Já se perdeu muito pão

    Já se perdeu muito pão

    E as bocas ainda a sonhar

    A ver esperanças no ar

    Quando há certezas no chão

    E pr’aqui estamos em salamaleques

    A lamber mãos feitas para abanar leques

    A pedir bis, a grita’ brava, a aplaudir

    Muito bem!

    Até Domingo que vem!

    Sérgio Godinho,
    "Até domingo que vem"
    Pré-histórias

    domingo, novembro 26, 2006

    The Gift - Fácil de Entender

    A melhor banda portuguesa da actualidade com álbum novo. E o Natal mesmo a chegar...

    Véus

    O Vaticano está preocupado com a utilização do véu pelas mulheres muçulmanas. Como dizia o Daniel Oliveira no seu “Arrastão”, lata não lhes falta! Então, a Igreja que incentivava (não há muito tempo) as mulheres a usarem um véu, que cobre freiras com um véu, que adora a virgem Maria (que usa véu)... diz agora que o véu islâmico é uma preocupação para a cultura “ocidental”?

    Esta questão do véu já foi analisada por muita gente em muitos artigos, blogues, conversas com o taxista etc... mas, já que estamos num blogue sobre educação, a pergunta que se coloca é: E nas salas de aula, deverá ser permitido ou proibido o véu?

    Um dos principais argumentos que levam muitos a estar a favor da proibição do véu islâmico é que este esconde a cara (nos casos de alguns tipos de véu) e isso pode não ser “socialmente aceite” por todos.
    Nas aulas, é verdade que o eye-contact influi muito no relacionamento entre professor e aluno. Mas a liberdade de cada um de ter as suas crenças e de se vestir segundo a sua vontade supera, na minha perspectiva, qualquer convenção social.
    Diz-se que o véu é rebaixante para a mulher. Talvez, mas isso cabe à mulher decidir. Talvez para muitas muçulmanas a não utilização do véu pode ser, isso sim, rebaixante. A liberdade individual tem de ser preservada.

    O véu deve poder ser utilizado por quem o entender. Assim como o boné, o chapéu ou os óculos de cor... cada indivíduo deve poder escolher a sua maneira de vestir, mesmo dentro da sala de aula.

    A globalização traz-nos novas responsabilidades e novas liberdades. Com a chegada de novos povos ao nosso território temos que saber conviver com as novas culturas, mesmo que isso nos custe, durante um tempo.

    Só podemos exigir democracia nos países árabes quando cá tivermos a plena democracia.

    Na França, berço da democracia europeia, é proibido o véu islâmico, crucifixos explícitos e t-shirts com o símbolo da marijuana... tão triste confundir-se leicidade com autoritarismo cultural!

    Porque hoje é domingo: o outro lado da moeda...

    sábado, novembro 25, 2006

    TeLEtuBbieS

    O que é mais giro nisto das TLEBS é que eu estou a dar coisas novas, difíceis e importantes e, vai-se a ver, e vou ter de reaprender tudo como estava antes. É que as TLEBS para o ministério são uma coisa "experimental". "Experimental"?!?!?!?! Então e quem já está a dar esta nova terminologia? E porque é que é experimental? Porque é que nesta burocratolândia que é Portugal é sempre necessário em tudo um "estudo", depois um "período experimental" e só depois se define (em princípio... se tudo correr bem...) as coisas?
    O governo que dialogue, mas em outras coisas mais dialogáveis... uma terminologia linguística ou é ou não é!

    Deixo-vos com esta questão levantada por Violante Saramago Matos, no site (Bloco de) esquerda.net: E bactéria? Será um nome comum e contável? Animado ou inanimado? É que há bactérias móveis e outras imóveis. Em que ficamos?

    TLEBS - relatório da frente de batalha

    Esta semana a dupla improvável Graça Moura/Prado Coelho voltaram à carga, na meritória função de mata/esfola da TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário).


    No DN, 4ª feira, Graça Moura faz a "Autópsia do Gioneu", dissecando o tristemente famoso material de apoio à TLEBS disponibilizado pelo ME, pondo a nu a vacuidade, absurdo e fraco nível dos materiais que por ali se encontram (e calando, bem, os que insinuavam a sua incapacidade de lidar com o assunto).

    Preocupa-me a este propósito outra coisa: quem tramou os colegas da Escola Básica 2,3 José Régio - Portalegre, autores do dito material? O que os terá levado a (slide 25 do powerpoint) "absorver sobretudo a metodologia de análise linguística" para chegarem à conclusão que a "manipulação e comutação de constituintes se veio a revelar um método fundamental para resolver a ambiguidade do texto camoniano" (como demonstra Graça Moura...) e, principalmente pretender com este material "conceber uma técnica de análise textual, capaz de ajudar os alunos a resolverem os problemas inerentes à compreensão escrita (?!)"?

    Seria a ilustre linguísta formadora (porque não sai em sua defesa?)? A linguísta supervisora (havia uma?)? A linguísta do DGICD que validou os materiais (oops, acho que resolveram poupar no sítio errado...). É que estas coitadas é que devem acordar por estes dias do sonho que foi terem os seus materiais publicados como referência nacional para o pesadelo de que na realidade aquilo só serve para sessões masturbatórias de linguístas...

    No PÚBLICO, 6ª feira, Prado Coelho tenta lançar as redes de "uma situação enredada" para trás, à boa maneira cor-de-rosa, para a anterior equipa do PSD que lançou a TLEBS, tentando desculpar o actual governo, que já encontrou a situação assim... Se bem me recordo, a Ministra encontrou um Estatuto da Carreira Docente supostamente "enredado" e não teve problemas em resolver o "problema"... Ficamos falados quanto a metodologia de abordagem de redes... De qualquer maneira, fica o seu justo apelo: "Donde, a parar, teria de ser já. Repito: já. Indo além das pressões num ou noutro sentido e escolhendo aquilo que parece justo."

    Pode ser que amanhã...

    sexta-feira, novembro 24, 2006

    Beleza Matemática...

    Tou a puxar a brasa à minha sardinha...
    Isto é simplesmente uma beleza!
    Ficamos a pensar "Como é possível?"...e ainda há pessoas que não gostam de números!!! Eles são mágicos!!!

    1 x 8 + 1 = 9
    12 x 8 + 2 = 98
    123 x 8 + 3 = 987
    1234 x 8 + 4 = 9876
    12345 x 8 + 5 = 98765
    123456 x 8 + 6 = 987654
    1234567 x 8 + 7 = 9876543
    12345678 x 8 + 8 = 98765432
    123456789 x 8 + 9 = 987654321

    1 x 9 + 2 = 11
    12 x 9 + 3 = 111
    123 x 9 + 4 = 1111
    1234 x 9 + 5 = 11111
    12345 x 9 + 6 = 111111
    123456 x 9 + 7 = 1111111
    1234567 x 9 + 8 = 11111111
    12345678 x 9 + 9 = 111111111
    123456789 x 9 +10= 1111111111

    9 x 9 + 7 = 88
    98 x 9 + 6 = 888
    987 x 9 + 5 = 8888
    9876 x 9 + 4 = 88888
    98765 x 9 + 3 = 888888
    987654 x 9 + 2 = 8888888
    9876543 x 9 + 1 = 88888888
    98765432 x 9 + 0 = 888888888

    E esta simetria:

    1 x 1 = 1
    11 x 11 = 121
    111 x 111 = 12321
    1111 x 1111 = 1234321
    11111 x 11111 = 123454321
    111111 x 111111 = 12345654321
    1111111 x 1111111 = 1234567654321
    11111111 x 11111111 = 123456787654321
    111111111 x 111111111=12345678987654321

    ...meninos, aprendam a gostar dos números!
    São eles que nos regem...em TUDO!

    Temporal no Texas...


    A inspiração não tem andado muito "em cima"...ainda para mais, com o dilúvio que atravessou hoje Torres Vedras e as redondezas, as ideias estão completamente alagadas...por isso, quando eu conseguir chegar a casa, tento publicar algo sobre educação...até lá encontro-me em alto rio pelas bandas do Ramalhal...mas lá consegui arranjar um timoneiro...o Sol é mera ilusão de óptica...

    A central de desinformação

    Em "Silêncios que falam", hoje no PÚBLICO, Vítor Dias faz o balanço da central de desinformação governamental e da (falta) de reacção no momento de confronto com a verdade dos factos, alguns dos quais já abordados aqui na Educação Cor-de-Rosa:

    "(...)
    Alguns exemplos, colhidos aqui e além, permitem perceber que o Governo e José Sócrates, bem como a sua anexa "central de informação", estão empenhados em aproveitar um sistema organizado e oleado para que, na sucessão e vertigem dos factos e acontecimentos, no que toca ao essencial, tudo se esqueça e nada se aprenda. Assim, podemos citar o caso do artigo do prof. Santana Castilho, publicado neste jornal em 6/11, onde, em frontal contraposição a ideias postas a circular, veio afirmar que os vencimentos líquidos dos professores "em início de carreira são cerca de 760 euros, 1000 ao fim de 13 anos de serviço, 1400 ao fim de 23 anos de trabalho" e que "com 30 anos de serviço chegam aos 1700 euros", o que, opinou, dificilmente pode ser tido por escandaloso.

    O mesmo colaborador do PÚBLICO, a 20/11, desmascarava a operação que, com base em estudos da OCDE, apresentou os professores portugueses como os mais bem pagos da Europa, explicando que a base para essa operação tinha sido "um gráfico que se refere apenas aos professores do secundário com 15 anos de serviço, em função do PIB por habitante, que é dos mais baixos da Europa". E acrescentava que, nessa campanha, foi ignorado um outro gráfico "bem mais relevante que ordena os professores em função do valor absoluto do salário" e que desvenda que, "num total de 31 países estudados, os portugueses ocupam a 20ª posição". E, entre outros dados, este especialista comparava ainda os cortes orçamentais de 4,2 por cento na educação básica e secundária e de 8,2 por cento no ensino superior com os aumentos "de 71 a 108 por cento" nos "subsídios pagos pelo Estado a alguns colégios privados".

    Entretanto, a verdade é que, em relação a tudo isto, nem mesmo com o recurso aos motores de busca da Internet conseguimos encontrar qualquer reacção ou resposta do Governo, do Ministério da Educação ou dos círculos mediáticos ou personalidades activamente defendem e valorizam o actual Governo."

    PS: A referência à aprovação, sem acordo, do Estatuto da Carreira Docente não passou despercebida à Educação Cor-de-Rosa. Estamos só a adoptar a mesma técnica de ignorar com silêncio, para ver se deixa de existir...

    Técnicas de copianço

    quinta-feira, novembro 23, 2006

    Os materiais de apoio à TLEBS

    Na Educação do meu Umbigo, Paulo Guinote, destaca um material de apoio à TLEBS, disponibilizado no site da DGIDC (Direcção-geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular), onde ficamos sem saber se é para rir ou para chorar.

    Uma observação atenta do site de apoio à TLEBS, da DGIDC, suscita mais alguns comentários, principalmente quanto à sua relação com a tecnologia.

    Apresentada com grande pompa no Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, com direito a "congresso" e tudo, as "conclusões do 1º ano, princípios e sugestões para a generalizção" mereceu ditribuição de pastinha aos participantes, onde muito originalmente foram disponibilizados os documentos e CDs - de tudo o que estava já no site para consulta e download...

    O mais hilariante vem depois, em destaque no site: "Por motivos alheios à DGIDC, os CD Materiais Didácticos elaborados pelos docentes da experiência piloto, distribuídos no Congresso de dia 27 de Setembro, apresentam falhas técnicas, abrindo apenas 20 dos 137 materiais elaborados. Carregue aqui para aceder à versão completa ou envie o CD para esta Direcção-Geral, para troca."

    Afinal os CDs dos materiais distribuídos não funcionavam... Se calhar era melhor assim... Mas a originalidade não termina aqui; para resolver o problema inventado, em plena era da Internet, oferece-se a hipótese de enviar o CD (pelo correio ou pela Internet?) para troca...

    Só uma dificuldade de ajuste aos novos tempo pode levar igualmente a que a Errata à dase de dados da TLEBS seja publicada no site (só uma correcção?! Surpreendente...), ao mesmo tempo que o ficheiro disponível para download mantenha esse erro. Isto não é um livro, bolas, será assim tão difícil corrigir o ficheiro, para que as pessoas não pensem que estão a fazer o download da última versão corrigida?!

    O conjunto de materiais de apoio disponibilizados no site (Alterações, destaques e propostas, Perguntas frequentes e Materiais didácticos) premeia o utilizador com uma imagem animada que demora 20 segundos a carregar, independentemente da velocidade de ligação. É só webdesign! É claro que se o utilizador pensar que há algum problema com a página (o que normalmente acontece aos 7-10 segundos) e clicar em actualizar, começa tudo de novo. E da próxima vez que lá for, idem. É uma boa ideia, é uma maneira de dar tempo ao utilizador para pensar: "quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? Será que quero mesmo ver isto?".

    Finalmente a GramáTICª.pt. Lançada pomposamente no referido congresso, como um sítio de acompanhamento "em linha", nas palavras da sua responsável (apesar de ser corrigida sistematicamente pelo público pois referia-se sempre a acompanhamento online...), disponibiliza: os mesmos recursos que já lá estavam... Com a distinção do prémio para "plataforma moodle com o nome mais foleiro 2006": Dispositivos de interacção directa: fóruns, notícias,....(para isto não precisavam de uma plataforma, já repararam?).

    Os génios que nos governam aproveitam a tecnologia para alcançar os seus objectivos. Curiosamente, parece a tecnologia nem sempre colabora. Quem disse que a tecnologia é neutra?

    quarta-feira, novembro 22, 2006

    That's my president!

    "A educação é um problema central em portugal (...) e não é só por causa dos números do EuroStat"
    Jorge Sampaio.

    Aulas de substituição - afinal o que diz a lei?

    MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - Gabinete da Ministra
    Despacho n.o 13 599/2006 (2.a série).
    12º - Ocupação plena de tempos escolares
    1—O agrupamento/escola é responsável pela organização e execução das actividades educativas a proporcionar aos alunos durantetodo o período de tempo em que estes permanecem no espaço escolar.
    (...)
    4—Tendo em vista criar condições para o efectivo cumprimento dos programas, o docente que pretenda ausentar-se ao serviço deve, sempre que possível, entregar ao órgão de direcção executiva do respectivo agrupamento/escola o plano de aula da turma a que irá faltar.
    (...)
    6—Em caso de ausência do docente titular de turma às actividades lectivas programadas, a direcção executiva do agrupamento/escola deve providenciar para que a aula correspondente seja leccionada por um docente com formação adequada, de acordo com o planeamento diário elaborado pelo professor titular de turma/disciplina, sendo atribuída preferencialmente a docentes do quadro cuja componente lectiva possa ser completada.
    7—Quando não for possível realizar as actividades curriculares nas condições previstas no número anterior, devem ser organizadas actividades de enriquecimento e complemento curricular que possibilitem a ocupação educativa dos alunos.
    8—Para efeitos do disposto no número anterior, devem ser consideradas, entre outras, as seguintes actividades educativas:
    a) Actividades em salas de estudo;
    b) Clubes temáticos;
    c) Actividades de uso de tecnologias de informação e comunicação;
    d) Leitura orientada;
    e) Pesquisa bibliográfica orientada;
    f) Actividades desportivas orientadas;
    g) Actividades oficinais, musicais e teatrais.

    Afinal de quem é a culpa da escolha das actividades de substituição, quando o professor não é da área disciplinar, nem da turma, nem sequer do mesmo ciclo?

    Aulas de substituição - os culpados

    Hoje ao PÚBLICO, a directora da DREN afirmava que "No geral, as aulas de substituição estão a funcionar bem, mas se há problemas vamos resolvê-los", mas à TSF deixou a língua correr mais fluente, ou não fosse do Norte, e disse que vai investigar os professores que não estão a cumprir o seu papel nas aulas de substituição.

    Os culpados, afinal, são é os suspeitos do costume: os professores, que se limitam a cumprir as instruções do Ministério e as dos Executivos das escolas.

    A Maria de Lurdes que se cuide, esta senhora quer o lugar dela. Se uma diz mata, a outra diz esfola! E partilham a mesma estima pelos professores...

    terça-feira, novembro 21, 2006

    Pergunta da Semana

    Porque é que, nas estatísticas, os estudantes não são considerados população activa, tendo em conta que os desempregados e os que procuram o primeiro emprego o são?

    domingo, novembro 19, 2006

    Porque hoje é domingo... One world



    Respostas:



    Ou também:



    Mais em youtube

    Nova Zelândia legitima abreviaturas nos exames do secundário

    PÚBLICO, 19.11.2006, [link]

    "2moro" para "tomorrow" ou "gr8" para "great" são duas das muitas abreviaturas usadas pelos estudantes neozelandeses. A txt speak - designação para o código usado na escrita em teclado, seja no telemóvel ou no computador - é como que uma segunda língua para centenas de milhares de adolescentes neozelandeses. Esta pode ser, adianta a imprensa do país, uma das justificações possíveis para a decisão do Governo de autorizar, já este ano lectivo, que os estudantes possam escrever assim nos exames no final do ensino secundário.
    A New Zealand Qualification Authority (NZQA), o organismo responsável pelos exames, desencoraja por um lado os estudantes a usar txt speak, sobretudo a Inglês e nas outras línguas; mas por outro afirma que serão cotadas as respostas que sejam perceptíveis, mesmo que o estudante tenha recorrido a abreviaturas. O fundamental é que os professores correctores compreendam o que foi escrito. "Para os alunos, a prioridade é que escrevam da forma mais clara possível", informou o porta-voz do organismo, Steve Rendle, citado pelo The New Zealand Herald.
    Para o Partido Nacional, na oposição, a decisão é "ridícula". "Em vez de exigir elevados padrões na sala de aula, o ministro da Educação e o NZQA estão a tentar parecer muito cool aos olhos dos alunos", afirmou o porta-voz do partido, Bill English. A Associação de Professores Pós-Primários considera que a decisão reflecte um problema com que os docentes se confrontam diariamente na sala de aula e contra o qual lutam. Agora temem que possa tornar a linguagem SMS aceitável em todos os trabalhos e provas. Há escolas que já vieram a público dizer que vão insistir junto dos alunos para que continuem a escrever em inglês correcto. B.W.

    Dos comentários aos posts da TLEBS

    lourinhã disse...

    Este post é um belíssimo exemplo de demagogia.
    Tenho acompanhado os vários textos e parece-me que este é um exemplo de "tresleitura". Não me parece que João Costa diga que se devem calar os ignorantes. o que ele diz e bem é que a discussão em torno da TLEBS não deve desviar-se daquilo que a TLEBS é. Isso não tem nada a ver com linguística comparada. Tem a ver com a necessidade de comparar os dois documentos em causa.
    Os que argumentam contra a TLEBS vão mudando os argumentos conforme dá jeito. Não me lembro de haver materiais de apoio de jeito por parte do ME para ensinarmos gramática até aqui. Será que é mesmo obrigação do ME produzi-los só para a TLEBS.
    Sou professora e faço a transposição didáctica da TLEBS, em cumprimento dos programas. Se calhar, se estes fossem conhecidos e seguidos, a TLEBS não estava a causar tanta guerra. Não leio, portanto, em nada do texto de João Costa, um ataque aos professores.
    É bom que esta guerra seja séria e não pautada pela demagogia.

    11/19/2006 3:05 AM

    Cara professora Lourinhã
    Obrigado pelo elogio ;-)

    João Costa (e Lourinhã) bem podem querer que a discussão fique dentro da TLEBS, mas esse é exactamente um dos problemas, como se tem vindo a perceber pela discussão pública: não é possível que uma alteração terminológica, tão complexa como a TLEBS, seja generalizada a todo o ensino básico e secundário sem que se discuta para além da TLEBS, sobre as implicações ao nível da família, dos PALOP, do Brasil, dos manuais, dos professores, etc...

    Lourinhã pode e deve fazer a transposição didáctica da TLEBS, mas que não o faça por favor em "cumprimento dos programas", conhecidos ou desconhecidos! Como afirma peremptoriamente João Costa no seu artigo: "não [é] um documento que revogue os programas em vigor. Assim, o que é ensinado nas escolas depende dos programas e do Currículo Nacional (CNEB, DEB: 2001) e não da TLEBS. Não havendo alteração destes documentos, não há alteração do peso relativo da gramática nos programas, nem dos conteúdos a ser leccionados, nem transformação das aulas de Português em cursos de linguística"...

    O ME não tem obrigação de fazer materiais de apoio para a TLEBS?! Uma alteração tão complexa, sujeita a interpretações e transposições diferentes, em que os próprios especialistas não se entendem quanto às explicações, não pode falhar por cada professor resolver implementar como acha, entende e interpreta melhor (vai acabar por cair na situação que temos agora, em que o predicado pode ser uma coisa diferente dependendo da escola, ou mesmo do professor)...

    Sugiro que consulte as perguntas frequentes do site gramaTICª.pt para ver que, por ex, apesar de a TLEBS acabar com a designação de "oração", estabelecendo que é tudo "frase", um especialista responde a uma dúvida complexa (e comparada...) de um professor dizendo laconicamente: "Estamos a considerar a reintrodução do termo "oração" na revisão da TLEBS."...). É claro que o ME tem obrigação de apoiar os professores, garantindo uma implementação coerente em todas as escolas, tal como o fez sempre que implementou uma reforma. Aliás, o ME lançou vários materiais de apoio, esse facto não é posto em causa no meu post, o que é questionado é a sua qualidade (mas isso será tema outro dia).

    Também não me parece que nada mova João Costa contra os professores. O que irrita é o tom com que pretende fechar a discussão na sua capela, como se só aos eleitos fosse permitido discutir a TLEBS; a língua e a gramática não são propriedade exclusiva dos linguístas, nem dos que têm necessidade de comparar os dois documentos em causa...

    O que era bom mesmo, minha cara, não é que isto fosse uma guerra séria, era que fosse um processo consensual, que correspondesse às necessidades básicas de uniformização, que ninguém põe em causa...

    sábado, novembro 18, 2006

    Portáteis nas escolas?!

    O Ministério da Educação, através do CRIE (Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola) promoveu um concurso para equipar as escolas com computadores portáteis, para professores (10 portáteis em média, salve-se quem poder) e para alunos (14 portáteis).

    Em 21 de Agosto, foi adjudicado pela DREL (Direcção Regional de Educação de Lisboa) à HP a entrega dos portáteis às escolas, num prazo de 60 dias.

    No final de Outubro, algumas escolas receberam os portáteis, outras não. As que receberam, trataram da longa lista de procedimentos iniciais, e puseram-nos a uso. As outras, não. Reclamaram, telefonaram, mandaram email e fazes. Mas nada. Nem um para amostra. Apenas a informação: "houve um pequeno contratempo com a distribuição dos portáteis na região da DREL, o que levou à suspensão temporária da mesma"...

    Finalmente resolveu-se o mistério do "pequeno contratempo":

    Afinal era para entregar às escolas metade dos portáteis agora, e a outra metade em Janeiro, mas alguém na DREL se enganou na instrução à distribuidora e foram entregues todos os portáteis a metade das escolas! Dá para acreditar?!

    Mais genial foi a solução encontrada pela CRIE: chamou todos os coordenadores TIC a Lisboa e explicou-lhes que as escolas que receberam todos os portáteis vão ter de os devolver, para serem dados às escolas que não receberam nada! Afinal tudo está bem quando acaba bem...

    Agora, será que alguém podia explicar a estes génios que os portáteis que estão nas escolas que os receberam estão a uso há um mês, a servirem os projectos para que estavam destinados, e que as escolas já se encontram organizadas em função desses recursos tic?! E que as escolas que não receberam também estavam a contar com eles e esta trapalhada complicou (ainda mais) a vida nas escolas?!

    Pequeno contratempo... Embalar e devolver... E ninguém se demite?

    A guerra da TLEBS

    A guerra da TLEBS conheceu ontem mais desenvolvimentos, com jogadas de peões e movimentos de bispos. Interessante.

    No PÚBLICO, Helena Soares, Doutoranda de Linguística Portuguesa, numa carta ao director intitulada "Está aberta a caça à TLEBS", tenta mostrar serviço, porque afinal sendo doutoranda ainda não acabou o doutoramento. Anuncia que afinal "a TLEBS é um dicionário que qualquer pessoa pode ter no seu computador"! Opps! Uma terminologia é um dicionário?! E não é um documento que substitui a Nomenclatura Gramatical Portuguesa de 1967?! Um documento é um dicionário?!

    Movidos os peões, registe-se a jogada do bispo das brancas: João Costa, presidente da Associação Portuguesa de Linguístas, saiu em defesa da dama, também em carta ao director do PÚBLICO (que deve estar a tornar-se no português mais informado sobre o assunto) e na revista Visão desta semana: "qualquer comentário à TLEBS é, portanto, inútil se não tomar como referência uma comparação com a NGP (nomenclatura gramatical portuguesa, de 1978). Ora aí está, calem-se os ignorantes, só quem tiver arcaboiço para linguística comparada é que está habilitado a dar palpites, o resto é ruído de fundo! Este é aliás um tom recorrente nos seus textos, o que contribui em muito para a irritação que a TLEBS causa em tanta boa gente...

    Queixa-se que a TLEBS não revoga os programas foi "despejada" nos manuais, mas esquece-se que foi igualmente "despejada" na grande maioria das escolas, praticamente sem materiais de apoio do ME...

    Recorda ainda João Costa que "qualquer leitor informado sobre teoria linguística [sim, esses que podem realmente intervir] não reconhece na TLEBS a assunção de um modelo teórico específico". Pois, se calhar esse é mesmo um dos problemas, a salganhada de perspectivas...

    Termina dizendo "cabe aos professores fazer a transposição didáctica desses saberes" - mas quais professores? A resposta está por todo o artigo: os professores que falam comparando a TLEBS com a NGP (os outros são inúteis), os professores informados sobre teoria linguística e aqueles que têm "alguma informação sobre o trabalho que os linguistas fazem" (carta ao PÚBLICO). Ora se nas nossas escolas só temos incompetentes, que nos fazem descer nas médias internacionais, restam, portanto, e notem bem o alcance desta revelação vindo de quem vem: os professores de linguística! A TLEBS aos professores de linguística, já!

    Finalmente, Eduardo Prado Coelho, que leu o Graça Moura e o João Costa, mostra-se "inteiramente de acordo com este excelente artigo de Vasco Graça Moura" e confessa que "este texto de João Costa não me convenceu minimamente"... Jura pelo ensino dos "usos da língua, e por exemplo a sua dimensão argumentativa" e termina pedindo à "senhora ministra, minha cara amiga, suspenda este processo e repense tudo"... Caro Eduardo, a TLEBS não mete contas nem poupança de dinheiro, não vale a pena bater a essa porta...