sábado, dezembro 30, 2006
Noites de festa - cuidado com as bebidas
quarta-feira, dezembro 27, 2006
All Saints - O regresso da girls band dos anos 90
terça-feira, dezembro 26, 2006
Ajuda de Berço - "Um colo para cada criança"
Clicar para ajudar:
Como funciona "Um colo para cada criança"?
É simples. Ao clicar no botão "Um colo para cada criança" é remetido para uma página de patrocinadores que realizam uma doação, em dinheiro ou géneros, por cada clique que fizer.
Como é aplicado o dinheiro ou bens doados?
A AR Telecom é a responsável pela gestão dos patrocinadores e entrega dos bens ou dinheiro à Instituição Ajuda de Berço. Após essa entrega, a Ajuda de Berço aplica os recursos obtidos de acordo com as necessidades das crianças aí hospedadas. Para mais informações visite http://www.ajudadeberco.pt/ ou escreva para infocolo@jazzcidadania.org ou info@ajudadeberco.pt.
Porque é que só posso clicar uma vez por dia?
O objectivo dos patrocinadores, para além do sentido de cidadania, é obter visibilidade e visitas nos seus sites. Cada vez que clica no botão irá ser exposto a uma mensagem publicitária. Não haveria interesse, nem para si, nem por parte dos patrocinadores, em fazê-lo ver a mensagem mais do que uma vez por dia. Assim sendo, mesmo que clique várias vezes por dia, só ficará registado um clique por dia.
Como seria possível participar mais?
O seu clique já é uma grande contribuição. No entanto, se desejar apoiar mais a Instituição Ajuda de Berço, clique aqui, e saiba como o pode fazer.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
TLEBS - no sapatinho
Afinal, quem está envolvido na TLEBS foram "os primeiros a dizer que havia aspectos que precisavam de ser revistos, em função da experimentação pedagógica e de pareceres de outros especialistas em ensino do Português." Mas afinal agora ninguém gosta do monstro? Nem os seus criadores? E a que propósito se move um bispo no tabuleiro do xadrês em vésperas do Natal?!
Ficámos ainda a saber que na próxima semana, o grupo de trabalho da DGIDC (Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular) vai entregar um documento sobre a TLEBS à equipa ministerial, e que o Ministério vai pedir "pareceres" (podia pedir um aqui à EC-d-R, até nem levávamos muito...).
O presidente da Associação dos Professores de Português (APP), Paulo Feytor Pinto, confirma que existem erros, mesmo nos diplomas publicados no Diário da República. Ainda assim, não propõe a suspensão, porque é necessário que a TLEBS seja experimentada para ser avaliada, justifica. Feytor Pinto critica a ideia de "experimentação generalizada" a todas as escolas quando a tutela não sabe quem é que está, ou não, a experimentar. "Parece que o ministério está a dar argumentos a quem é contra", lamenta [sem comentários...]
domingo, dezembro 24, 2006
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Título do novo livro de Harry Potter
Mas para obter este troféu, que a Educação Cor-de-Rosa não revela :-p, têm de se mostrar merecedores e encontrar o caminho para o título através de um jogo no site.
Para os mais preguiçosos, aqui fica uma ajudinha:
Go to JKRowling.com. Click on the eraser on her desk.
Boa sorte!
(agradecimentos à HPANA)
Portáteis nas escolas, parte 2
O CRIE (Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola) responsável pelacoordenação pela Iniciativa Escolas, Professores e Computadores Portáteis, lá deve ter achado que lhe ficava bem dizer qualquer coisa sobre o assunto, sem dizer nada, e enviou um longo email às Escolas para dizer:
1. A culpa foi da DREL - "Maugrado idêntico empenho, a DREL, Direcção Geral de Educação de Lisboa, devido ao phasing-out do PRODEP, confrontou-se com limitações muito significativas de financiamento o que levou a que se optasse por uma distribuição em duas fases"
- Devido ao quê?! Afinal a ideia da DREL (porquê só a DREL?) de dar os portáteis em 2 fases foi devido a um estrangeirismo desconhecido da maioria dos mortais (será um círus?)
2. A culpa foi da da DREL - "Contactada a DREL rapidamente se identificou qual o lapso: em vez da entrega de um pouco mais de metade dos computadores a cada escola, entregaram-se todos os computadores a menos de metade das escolas!"
- Isso já sabíamos. Quem foi afinal responsável pelo "lapso"? Queremos nomes.
3. A DREL não sabia o que fazer - "Infelizmente o mal já estava feito e havia que tomar uma decisão sobre o que fazer (...) Este processo será naturalmente conduzido pela DREL, que entretanto articulará com as escolas a melhor forma de proceder, ficando de qualquer forma o apelo à Vossa compreensão"
- A decisão foi tão ridícula (devolver metade dos portáteis recebidos), que não chegam mencioná-la...
- Contamos com a solidariedade da CRIE, com os portáteis é que não...
- "Eventual perturbação"?! Que ideia, as escolas só estavam a contar com 24 portáteis e não veio nenhum até agora, como é que podem pensar que isso represente uma "eventual" perturbação?! E já agora, os projectos são para executar, quando muito serão reformulados, mesmo sem portáteis... "Colocamo-vos"?! Ah pois colocam-nos, colocam-nos...
quarta-feira, dezembro 20, 2006
A minha Pátria é a TLEBS
terça-feira, dezembro 19, 2006
Mais nada?
Quem fará as provas? Quem as corrigirá? Também vai sobrar para escolas?!
Foge, Manel, que lá vem mais feijão!
19.12.2006
Os testes de língua a que todos os estrangeiros que queiram obter a nacionalidade portuguesa têm de submeter-se vão passar a ser feitos nas escolas. As provas de diagnóstico terão de ser concebidas especialmente para esse efeito, cabendo ao Ministério da Educação a gestão do processo. As novas regras pretendem assegurar que a "aferição do conhecimento de língua portuguesa passa a efectuar-se por meios tecnicamente mais aptos do que os anteriormente previstos", lê-se na portaria publicada na última sexta-feira em Diário da República. Até aqui esta função era assegurada pelo notariado ou secretarias das câmaras municipais de residência do interessado. A lei prevê um modelo de prova destinado aos candidatos entre os 10 e os 14 anos e uma outra para maiores de 14. Os testes nas escolas realizar-se-ão, por regra, de três em três meses. De resto, as normas são semelhantes às dos exames nacionais do básico e secundário, com a realização das provas a ser vigiada por professores especialmente designados para o efeito e quaisquer tentativas de fraude a serem sancionadas com a anulação dos testes. A portaria estabelece ainda que as provas de diagnóstico são classificadas de 0 a 100 por cento, sendo a classificação final expressa em Aprovado (nota igual ou superior a 50 por cento) ou Não aprovado. Os testes têm a duração de uma hora e incluem perguntas de resposta fechada relativas à "compreensão da leitura" de anúncios, notícias ou textos informativos, por exemplo, e uma segunda parte em que os candidatos têm de escrever uma composição com um determinado número de palavras. I.L.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Histórias infantis (e da minha infância)
Há muitos anos atrás, antes mesmo de aparecer a TV em Portugal, os discos em 45 rotações da “Coleção Disquinho” (com 2 histórias cada!) faziam as vezes de dragonball, preenchendo as tardes da criançada (sem aulas de substituição nem actividades de enriquecimento curricular) com histórias cantadas e em verso, com sotaque brasileiro, ilustrando os contos clássicos da literatura infantil. Reencontrei-os agora, via Opus666, agora como audiobooks em MP3.
Imprescindível para filhos, alunos ou apenas para matar a saudade...
Colecção Disquinho - arquivo 1
disquinho 1- Pedro e o Lobo.mp3
disquinho 1- Rapunzel.mp3
disquinho 1- Saci Perer.mp3
disquinho 2- O Patinho Feio.mp3
disquinho 2- O Pequeno Polegar.mp3
disquinho 2- O Soldadinho De Chumbo.mp3
disquinho 2- Os 4 Heróis.mp3
Colecção Disquinho - arquivo 3
disquinho 3- O Chapeuzinho Vermelho.mp3
disquinho 3- O Gato De Botas.mp3
disquinho 3- O Golfinho e o Leão.mp3
disquinho 3- O Leão E O Ratinho.mp3
disquinho 3- O Lobo E Os 3 Cabritinhos.mp3
disquinho 3- o macaco e a velha.mp3
Colecção Disquinho - arquivo 4
disquinho 4- branca de neve e os sete anoes.mp3
disquinho 4- dona baratinha.mp3
disquinho 4- O Burrinho e o Sal.mp3
disquinho 4- O Burro e o Grilo.mp3
disquinho 4- O Cabra Cabrez.mp3
disquinho 4- O Carvalho e o Junco.mp3
Colecção Disquinho - arquivo 5
Disquinho 5- O Burrinho Tró-ló-ló.mp3
Disquinho 5- O Cisne Vaidoso.mp3
disquinho 5- A Lebre E A Tartaruga.mp3
disquinho 5- A Moura Torta.mp3
disquinho 5- Aladim E A Lâmpada Maravilhosa.mp3
Coleção Disquinho - arquivo 6
disquinho 6- A Flautinha Encantada.mp3
disquinho 6- A Formiguinha e a Neve.mp3
disquinho 6- A Formiguinha e a Pomba.mp3
disquinho 6- A Gata Borralheira.mp3
Colecção Disquinho - arquivo 7
disquinho 7- A Bela Adormecida.mp3
disquinho 7- A Bela e a Fera.mp3
disquinho 7- A Cigarra e a Formiga.mp3
disquinho 7- A Festa no Céu.mp3
Colecção Disquinho - arquivo 8
Disquinho 8- Briga no Galinheiro.mp3
Disquinho 8- Dona Baratinha.mp3
Disquinho 8- Pinóquio.mp3
Colecção Disquinho - arquivo 9
Disquinho 9-_O_Bonequinho_De_Neve
Lily Allen - LND
Às vezes a realidade não é aquilo que aparenta...
Pergunta da semana
Porque é que os professores que mandam no Conselho Executivo não dão aulas?
quarta-feira, dezembro 13, 2006
TLEBS - manobras de diversão
Neste estado de assobiar para o ar geral, a ver se a coisa passa, Maria Helena Mira Mateus, a abelha-rainha, escreve um artigo hoje no PÚBLICO onde defende apaixonadamente o "lugar e o mérito do ensino da gramática", que na sua opinião é o que estaria por detrás da discussão em torno da TLEBS.
Não tendo ainda visto ninguém falar contra o ensino da gramática, para que servirá esta manobra de diversão? Para tentar desviar a controvérsia para outro assunto?
- "Sendo claro que a terminologia decorre da gramática que se ensina, e não o oposto, e sendo certo que a gramática de uma língua é constituída pelo conjunto de regras a que obedece o seu funcionamento, é evidente que à medida que se vai aprofundando o conhecimento desse funcionamento a gramática vai sofrendo alterações e alguns dos termos que dela decorrem também vão sendo substituídos."
segunda-feira, dezembro 11, 2006
15 segundos de Sartre
Jean-Paul Sartre, in 'O Ser e o Nada'
problemas técnicos
E a culpa é da clix!
domingo, dezembro 10, 2006
Porque hoje é domingo - The internet is for porn
O original, do musical da brodway Avenue Q (ou mais perto, numa escapadinha a Londres):
sábado, dezembro 09, 2006
TLEBS - tiro no porta-aviões ou submarino ao fundo?
Os destaques feitos por FJV são suficientemente elucidativos para os leigos, os professores de português têm o artigo completo como leitura obrigatória. Por mim, subscrevo:
- "Em conformidade, é como cidadão e como linguista que daqui apelo à Senhora Ministra da Educação no sentido de travar o insano processo já iniciado de experimentação da TLEBS. Em nome do rigor e da qualidade científica e a bem do ensino da língua portuguesa, peço-lhe instantemente que, corrigindo erros de Governos anteriores, suspenda a sua aplicação e nomeie de imediato uma comissão de peritos que faça o ponto da situação."
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Grécia proíbe telemóveis nas escolas
Agora com a generalização dos telemóveis com vídeo, e os disparates daí decorrentes, ainda mais. Teremos que esperar por uma violação ou espancamento em directo no YouTube, aparentemente...
08.12.2006, PÚBLICO
O Ministério da Educação grego decretou ontem a proibição de uso de telemóveis nas escolas, considerando que perturbam o normal funcionamento das aulas. A ordem, assinada pela ministra da Educação, Marietta Giannakou, foi distribuída nas escolas primárias e do secundário de todo o país e tem aplicação imediata.
"Para todos os estudantes, o uso e posse de telemóvel não é permitido no espaço escolar", especifica o texto. "A posse de telemóvel só será autorizada em circunstâncias especiais e o aparelho deverá ser mantido desligado e guardado na mochila do aluno."
Esta proibição surge na sequência do alegado ataque sexual a uma rapariga de 16 anos perpetrado por quatro rapazes numa escola da ilha de Evia, em Outubro. As autoridades suspeitam que o incidente terá sido filmado por um outro estudante, utilizando o seu telefone portátil.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Regulamento Interno
Proponho um problema à moda da antiga 4ª classe:
Um professor tem 27 horas marcadas no seu horário de 35 horas. Nas duas semanas após os testes, esse professor tem uma reunião de DTs e outra de Departamento, na qual gasta 6 horas, necessitando ainda de 4 horas para preparar aulas. Considerando que o professor tem cerca de 100 alunos, quanto tempo tem para corrigir cada teste?
Ensino de qualidade? Só com o patrocínio dos professores!
terça-feira, dezembro 05, 2006
É Natal...
Ainda hoje na aula de ciências da minha direcção de turma, os fulaninhos estavam-se a portar mal! também, a quem é que lembra por um grupo de miúdos, eléctricos, a ter uma aula de ciências do meio-dia à uma e meia? eu estava roxa de fome e eles deviam estar esfomeados...ainda por cima e tema era o regime alimentar dos animais...pior a emenda que o soneto! bem, para os acalmar disse-lhes para passarem para o caderno uma tabelazinha que estava no livro com as características dos três tipos de dentes! ou seja, era uma tabelazinha de 2 colunas por 4 linhas, a coluna da esquerda mais estreitinha que a da direita, a linha de cima com os titulos...estão-me a entender? spéfácil, certo! bem...amigos...não sei se vos diga se vos conte...A TRAGÉDIA, O HORROR, A DESGRAÇA GRÁFICA...eles não sabiam fazer a tabela, pior, copiar a tabela...eu perdi praí meia hora a explicar, quase um a um, o processo! e rasguei mais de 10 folhas...eles próprios estavam chateados pois reconheciam que devia ser fácil e estava a ser tão complicado...ora o que é que isto me diz? os miúdos têm problemas de motricidade fina! e porquê? FALTA DE TREINO! eu, sinceramente, não sei o que é que eles andam a fazer no 1º ciclo! já ouvi várias professoras do 1º ciclo dizerem, em tom de queixa, que não podem puxar pelos meninos porque não têm autorização para...atão mas onde é que isto já se viu? uma criança tem que chegar ao 2º ciclo com três competências bem desenvolvidas:
Pergunta da Semana
segunda-feira, dezembro 04, 2006
15 segundos de Fernando Pessoa
A inacção consola de tudo. Não agir dá-nos tudo. Imaginar é tudo, desde que não tenda para agir. Ninguém pode ser rei do mundo senão em sonho. E cada um de nós, se deveras se conhece, quer ser rei do mundo.Não ser, pensando, é o trono. Não querer, desejando, é a coroa. Temos o que abdicamos, porque o conservamos sonhado, intacto, eternamente à luz do sol que não há, ou da lua que não pode haver.
Fernando Pessoa, in 'O Livro do Desassossego'
domingo, dezembro 03, 2006
À beira de um colapso...
Brilhante ideia
Segundo o Hospital e a versão de alguns alunos, isso deveu-se a uma planta do recreio que os miúdos usaram para brincar.
Perante isto a professorazinha do conselho executivo daquela escola disse "os miúdos viram a planta e tiveram a brilhante ideia de esfregar-se nela. Mas isto é uma planta que se encontra em muitos jardins públicos...". Fez-me confusão aquela expressão "brilhante ideia", dita de um modo prejurativo e acusador.
Se calhar era melhor terem a "brilhante ideia" de tirar plantas que nos fazem mal das escolas portuguesas e de "muitos jardins públicos"...
sábado, dezembro 02, 2006
TLEBS - a proposta de Salomão
- "Ironicamente, os linguistas não são capazes de comunicar com a comunidade. Mas não lamentemos demasiado os académicos, que só têm de se queixar pelas suas culpas, principalmente quando a impotência desliza para o "não falem do que não sabem", como fez Maria Helena Mira Mateus. Os académicos têm de entender que, quando está em causa a generalização dos seus saberes, não só é natural como desejável que as pessoas acabem "falando do que não sabem". Ou falamos todos do que não sabemos, ou sucumbimos à ditadura tecnocrática - e se os especialistas querem ajudar ao debate a melhor maneira de o fazer não é exigir-lhe que termine."
Mas a nota fundamental não é essa, mas sim aquilo que já todos perceberam:
- "Além de que, se os linguistas tivessem pensado no resultado final, teriam feito bem em trabalhar menos e não mais: a TLEBS desce efectivamente a um nível minucioso que, como se viu, atrapalhou mais do que ajudou. Se eu fosse linguista, teria especial cuidado com este particular, porque já se chegou ao ponto em que Vasco Graça Moura conseguiu convencer as pessoas de que o linguista é o inimigo da língua e abomina a literatura.
A proposta de divisão do português de Rui Tavares:
- "De um lado, teríamos a Literatura, não só pelo benefício que dela resulta para a língua, mas reconhecendo a centralidade das letras na cultura universal. Os clássicos da literatura em Língua Portuguesa continuariam a ser o núcleo fundamental desta disciplina, mas tampouco há razão para excluir dela alguns clássicos fundamentais em tradução."
- "Do outro lado, a Linguagem. Mais uma vez, o eixo central seria a Língua Portuguesa, mas não nos deteríamos aí. Desde os saberes clássicos com contributos pragmáticos - a retórica, a gramática e a dialéctica - à análise de discurso, à construção de argumentos e às distinções entre fonética, morfologia e sintaxe."
Para os linguistas, sugestões destas servem perfeitamente os seus propósitos, na linha do que já conseguiram para o ensino secundário, em que empurraram a literatura para uma disciplina opcional, que nem sequer é necessária para entrar num curso de línguas e literaturas modernas, enquanto na disciplina de português se analisam regulamentos e se vão lendo textos dos média (vulgo ler as gordas dos jornais) e coisas tais, para chegarmos à legitimação pelo uso... Percebestes?
sexta-feira, dezembro 01, 2006
TLEBS - a sua polémica diária
A doutoranda Helena Soares voltou a escrever ao director do PÚBLICO, comentando o artigo de 4ª feira de Helena Buescu (ver comentário na ECdR). Reparei que deixou de assinar como doutoranda, talvez os préstimos que tem dado à Causa tenham acelerado (talvez tenham mesmo sido) as suas provas de doutoramento, ou então decidiu baixar o perfil para contrariar a acusação recorrente e generalizada de arrogância.
Será que funcionou?
- "Que reacção paranóica, que mania da perseguição é esta?"
- "Tretas! Foi precisamente por isso que se fez a TLEBS."
- "foram os professores de Português dos departamentos desses níveis de ensino que tiveram a iniciativa de rever os termos usados para o ensino da gramática da língua".
Que pena que não reaja da mesma maneira aos pedidos para os portáteis, professores para as prisões, pavilhões desportivos, ou mesmo papel higiénico. Prioridades são prioridades! E bolas, parece um tratamento de choque: senhor doutor, doi-me um bocadinho a cabeça, podia receitar-me uma aspirinazinha? Qual que, mulher, tome lá uma marretada na cabeça! Tomem lá, para aprenderem a ficar calados!
A pérola escondida do seu texto, que mostra o lobo por baixo da pele de cordeiro desta classe dos linguistas é:
- "Há alguma razão para se acreditar que os "intelectuais" e estudiosos da literatura são referência quando se fala de regras da língua? Pelo que se viu até agora, não"
Eduardo Prado Coelho, um pouco mais à frente no PÚBLICO, dedica o seu texto de hoje à brevemente-numa-direcção-geral-ou-cátedra-de-linguística-perto-de-si-(doutoranda)-Helena Soares, descascando a sua carta anterior.
Também ele se surpreende com os 15 mil que teriam feito a TLEBS (quantos a terão pedido, além do presidente da APP?)
- "Que esta terminologia, a famosa TLEBS, tenha sido feita por 15 mil professores, gostaria de saber com que secretismo isto aconteceu. Conheço escolas em que todos os professores de Português estão contra e nunca ouviram falar neste perturbante número de 15 mil."
- "Trabalhem à vontade, mas não se esqueçam que ensinar não é a mesma coisa que trabalhar em Linguística e fazer de alunos, que resistem à própria leitura, cobaias indefesas de uma experiência científica."
quinta-feira, novembro 30, 2006
A Naifa
3 MINUTOS ANTES DE A MARÉ ENCHER
Digressão nacional 2006
Dezembro | ||
01 - 21h30 | Lisboa | Teatro Maria Matos |
06 - 21h30 | Aveiro | Teatro Aveirense |
07 - 21h30 | Braga | Teatro Circo |
09 - 21h30 | Faro | Teatro Municipal |
TLEBS - as damas do xadrez
Maria Helena Mira Mateus, Terminologias: a nova e a antiga, a doce rainha das abelhinhas, à sombra da sua boquilha, mostra de onde emana a fonte da providencial arrogância dos linguistas (apesar da estrutura discursiva com reminiscências camoneanas Cale-se/Cesse/Cesse) concluindo, à boa maneira de Cavaco, afirmando: "deixem-nos trabalhar" (que outro valor mais alto se alevanta)
- "Certamente, as pessoas, "famosas" ou não, que se pronunciaram sobre a questão não sabem do que estão a falar, tantas e tão ingénuas são as afirmações erradas."
- "Lamento, mas não perceberão nada de qualquer livro que aborde a prosódia das língua"
- "não falem do que não sabem e deixem-nos trabalhar sobre a actualização da Terminologia, tirar conclusões da experiência em curso e tornar o ensino da gramática do português menos obsoleto e integrado nos programas actuais que, evidentemente, não sofrerão qualquer alteração."
Do outro lado do tabuleiro, Helena Carvalhão Buescu, em TLEBS e discussões, desmonta o discurso dos linguistas e coloca os pontos nos iis relativamente a uma série de coisas, desmascarando a tentativa de apropriação do português pelos linguistas e a falta de ponderação na implementação da TLEBS:
- "No preciso momento em que a pouco subtil passagem para o terreno do Ensino Básico e Secundário é efectuada, e é mesmo reclamada por um grupo, o que acontece é que essa auto-designação passa a integrar o objectivo com que de facto foi elaborada: não "apenas", como alguns dos seus defensores dizem agora, produzir novas formas de estabilidade numa linguagem técnica, mas antes legislar para o Ensino Básico e Secundário e, nele, para a disciplina de Português."
- "A partir desse gesto de apropriação (porque o é), a TLEBS passou a dever (emprego o termo de forma ponderada) ser discutida por todos os que são agentes, intervenientes e interessados no ensino da disciplina do Português no Ensino Básico e Secundário, e não apenas por linguistas. Porque o Português do EBS não é nem pode ser concebido (gostaria tanto de reforçar esta afirmação!) como domínio único e especializado da Linguística."
- "Que alguns (sublinho alguns) linguistas confundam Português com apenas Língua Portuguesa, e que além disso considerem que sobre esta apenas se podem pronunciar os "técnicos da língua" que a Linguística formaria, como tem sido várias vezes repetido neste debate, apenas atesta a absurda redução (e reacção) tecnocrática que afecta alguns linguistas, mas que qualquer reflexão ponderada e séria manifesta como capciosa."
- "A pergunta central, no quadro de uma terminologia para o EBS, é: quem deverá saber tudo isto? Os docentes? Os alunos? Quais? Será este saber algum dia testado em exame nacional (o que o transformaria em virtualmente obrigatório)? Ou efectivamente, como se diz, em comentário à TLEBS, no site do Ministério da Educação, é deixado aos "docentes no terreno" latitude decisória (qual?) para "aplicar" esta terminologia, consoante o Programa?"
- "A TLEBS não é perfeita ainda (ainda?), e de que está a ser alvo de alterações. (...) Não é isto sinal de precipitação e falta de ponderação na forma como a TLEBS foi implementada? Que tal um aluno a quem foi ensinado, até ao ano passado, que havia orações; que este ano está a aprender que deixaram de existir; e que talvez para o ano volte a aprender que afinal regressaram? É isto sinal de reflexão ponderada, pelas implicações que tem, inclusivamente nos manuais escolares, que correm o risco de ser hoje publicados para daqui a seis meses estarem desactualizados? E os pais? Terão de comprar manuais diferentes de cada vez que a TLEBS resolver introduzir uma alteração a algo que acabou de entrar em vigor? "
- "a TLEBS manifesta uma inexplicável (e inaceitável, quando se trata de perceber que ela afecta dezenas, centenas de milhares de crianças e jovens) precipitação na forma como foi concebida e aplicada;
- a TLEBS manifesta uma míngua de bom-senso, ao confundir uma Terminologia Linguística com uma TL para o Ensino Básico e Secundário;
- a TLEBS manifesta uma mais do que criticável aceitação de que o terreno da experimentação aplicada é a realidade escolar universal, que está assim sempre concebida sob o signo da flutuação, mais ou menos insensata;
- da TLEBS (e das discussões a seu propósito) se infere a terrível confusão, que ela permite, entre Português, Língua Portuguesa e perspectiva linguística da Língua Portuguesa - confusão extremamente grave e com consequências redutoras, e por isso empobrecedoras, da concepção daquilo que o Português é: muito mais do que apenas a (importante) perspectivação linguística que integra, mas a que felizmente não se reduz."
Polícia para as escolas, rapidamente e em força!
Coordena a equipa Paula Peneda, intendente da PSP com uma comissão na Direcção-Geral de Divisão de Segurança dos Serviços Prisionais no currículo (está por isso mais qualificada do que qualquer outro polícia, além de ser mulher e, como mostra o exemplo da ministra, mais sensível às coisas da educação...).
Com a sua habitual sensibilidade para as coisas da educação, a ministra anunciou que: "Não sei se haverá necessidade de ter agentes de segurança no interior das escolas. Se for necessário, teremos de encarar essa possibilidade com naturalidade"; o mais importante, frisou a ministra, é que, nas escolas, se "reduzam os níveis de tolerância à indisciplina e a comportamentos socialmente inaceitáveis".
Para as escolas, rapidamente e em força!
Recomendação da Educação Cor-de-Rosa: não esperem pela Primavera para fazerem a limpeza ao cacifo...
Os pais e a escola
"(...) a maioria dos pais deve sentir-se confortável por saber que os seus filhos estão, de facto, na escola e não em qualquer lugar -, mas é suficiente para se perceber até que ponto o espírito de resistência a tudo o que implique esforço, disciplina e rigor continua vivo. Entre a reivindicação de mais e melhores condições para o exercício das aulas de substituição e a vontade dos adolescentes em lutar pelas delícias dos "furos", os pais, ou melhor, alguns pais, preferem a segunda via. Os pais, ou melhor, uma boa maioria dos pais, são hoje os principais responsáveis pelo desastre educativo que nos envergonha e nos tolda o futuro. Não acompanham os filhos, não participam no quotidiano e olham para escola como um edifício simpático, porque é onde podem depositar os filhos. Para muitos, o sucesso educativo é tão ou menos relevante que a vitória do clube do coração no fim-de-semana futebolístico.
Quando todas as responsabilidades pelo fracasso se dirigem para as escolas, era bom que se reconhecesse que os professores nada podem fazer, se os flancos da sua actividade não estiverem devidamente protegidos pelos pais. Era, por isso, bom que, juntamente com o novo Estatuto da Carreira Docente, o Governo pudesse aprovar um estatuto da carreira de pais. Não pode, como é óbvio, mas podia e devia eleger o tema como uma das suas principais mensagens políticas. O alheamento dos pais em relação ao desempenho educativo é um problema grave que exige outras respostas e mais energia. Como o comprovam as entrelinhas do discurso de Rosa Novo, o estatuto dos professores é apenas uma pequena parcela do problema da educação."
PS: Por que motivo a CONFAP, sempre pronta a criticar, ainda não se pronunciou sobre a implementação da TLEBS? Um dos argumentos recorrentes é a posição dos pais, mas a sua confederação parece ocupada com outros problemas maiores...
terça-feira, novembro 28, 2006
Pergunta da semana
Porque é que os refeitórios estão entregues a uma empresa e não são geridos pelo estado?
segunda-feira, novembro 27, 2006
Mário Cesariny - 1923-2006
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
Mário Cesariny
15 segundos de Sérgio Godinho
Nunca vivi nada em vão
Cada qual sabe do que tem
Ninguém pertence a ninguém
Seja inimigo ou irmão.
Seja inimigo ou irmão
Temos a nortada na pele
A discutir do farnel
Já se perdeu muito pão
Já se perdeu muito pão
E as bocas ainda a sonhar
A ver esperanças no ar
Quando há certezas no chão
E pr’aqui estamos em salamaleques
A lamber mãos feitas para abanar leques
A pedir bis, a grita’ brava, a aplaudir
Muito bem!
Até Domingo que vem!
Sérgio Godinho,"Até domingo que vem"
Pré-histórias
domingo, novembro 26, 2006
The Gift - Fácil de Entender
Véus
O Vaticano está preocupado com a utilização do véu pelas mulheres muçulmanas. Como dizia o Daniel Oliveira no seu “Arrastão”, lata não lhes falta! Então, a Igreja que incentivava (não há muito tempo) as mulheres a usarem um véu, que cobre freiras com um véu, que adora a virgem Maria (que usa véu)... diz agora que o véu islâmico é uma preocupação para a cultura “ocidental”?
Esta questão do véu já foi analisada por muita gente em muitos artigos, blogues, conversas com o taxista etc... mas, já que estamos num blogue sobre educação, a pergunta que se coloca é: E nas salas de aula, deverá ser permitido ou proibido o véu?
Um dos principais argumentos que levam muitos a estar a favor da proibição do véu islâmico é que este esconde a cara (nos casos de alguns tipos de véu) e isso pode não ser “socialmente aceite” por todos.
Nas aulas, é verdade que o eye-contact influi muito no relacionamento entre professor e aluno. Mas a liberdade de cada um de ter as suas crenças e de se vestir segundo a sua vontade supera, na minha perspectiva, qualquer convenção social.
Diz-se que o véu é rebaixante para a mulher. Talvez, mas isso cabe à mulher decidir. Talvez para muitas muçulmanas a não utilização do véu pode ser, isso sim, rebaixante. A liberdade individual tem de ser preservada.
A globalização traz-nos novas responsabilidades e novas liberdades. Com a chegada de novos povos ao nosso território temos que saber conviver com as novas culturas, mesmo que isso nos custe, durante um tempo.
Só podemos exigir democracia nos países árabes quando cá tivermos a plena democracia.
Na França, berço da democracia europeia, é proibido o véu islâmico, crucifixos explícitos e t-shirts com o símbolo da marijuana... tão triste confundir-se leicidade com autoritarismo cultural!sábado, novembro 25, 2006
TeLEtuBbieS
O governo que dialogue, mas em outras coisas mais dialogáveis... uma terminologia linguística ou é ou não é!
Deixo-vos com esta questão levantada por Violante Saramago Matos, no site (Bloco de) esquerda.net: E bactéria? Será um nome comum e contável? Animado ou inanimado? É que há bactérias móveis e outras imóveis. Em que ficamos?
TLEBS - relatório da frente de batalha
No DN, 4ª feira, Graça Moura faz a "Autópsia do Gioneu", dissecando o tristemente famoso material de apoio à TLEBS disponibilizado pelo ME, pondo a nu a vacuidade, absurdo e fraco nível dos materiais que por ali se encontram (e calando, bem, os que insinuavam a sua incapacidade de lidar com o assunto).
Preocupa-me a este propósito outra coisa: quem tramou os colegas da Escola Básica 2,3 José Régio - Portalegre, autores do dito material? O que os terá levado a (slide 25 do powerpoint) "absorver sobretudo a metodologia de análise linguística" para chegarem à conclusão que a "manipulação e comutação de constituintes se veio a revelar um método fundamental para resolver a ambiguidade do texto camoniano" (como demonstra Graça Moura...) e, principalmente pretender com este material "conceber uma técnica de análise textual, capaz de ajudar os alunos a resolverem os problemas inerentes à compreensão escrita (?!)"?
Seria a ilustre linguísta formadora (porque não sai em sua defesa?)? A linguísta supervisora (havia uma?)? A linguísta do DGICD que validou os materiais (oops, acho que resolveram poupar no sítio errado...). É que estas coitadas é que devem acordar por estes dias do sonho que foi terem os seus materiais publicados como referência nacional para o pesadelo de que na realidade aquilo só serve para sessões masturbatórias de linguístas...
No PÚBLICO, 6ª feira, Prado Coelho tenta lançar as redes de "uma situação enredada" para trás, à boa maneira cor-de-rosa, para a anterior equipa do PSD que lançou a TLEBS, tentando desculpar o actual governo, que já encontrou a situação assim... Se bem me recordo, a Ministra encontrou um Estatuto da Carreira Docente supostamente "enredado" e não teve problemas em resolver o "problema"... Ficamos falados quanto a metodologia de abordagem de redes... De qualquer maneira, fica o seu justo apelo: "Donde, a parar, teria de ser já. Repito: já. Indo além das pressões num ou noutro sentido e escolhendo aquilo que parece justo."
Pode ser que amanhã...
sexta-feira, novembro 24, 2006
Beleza Matemática...
1 x 8 + 1 = 9
12 x 8 + 2 = 98
123 x 8 + 3 = 987
1234 x 8 + 4 = 9876
12345 x 8 + 5 = 98765
123456 x 8 + 6 = 987654
1234567 x 8 + 7 = 9876543
12345678 x 8 + 8 = 98765432
123456789 x 8 + 9 = 987654321
1 x 9 + 2 = 11
12 x 9 + 3 = 111
123 x 9 + 4 = 1111
1234 x 9 + 5 = 11111
12345 x 9 + 6 = 111111
123456 x 9 + 7 = 1111111
1234567 x 9 + 8 = 11111111
12345678 x 9 + 9 = 111111111
123456789 x 9 +10= 1111111111
9 x 9 + 7 = 88
98 x 9 + 6 = 888
987 x 9 + 5 = 8888
9876 x 9 + 4 = 88888
98765 x 9 + 3 = 888888
987654 x 9 + 2 = 8888888
9876543 x 9 + 1 = 88888888
98765432 x 9 + 0 = 888888888
E esta simetria:
1 x 1 = 1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12321
1111 x 1111 = 1234321
11111 x 11111 = 123454321
111111 x 111111 = 12345654321
1111111 x 1111111 = 1234567654321
11111111 x 11111111 = 123456787654321
111111111 x 111111111=12345678987654321
...meninos, aprendam a gostar dos números!
São eles que nos regem...em TUDO!
Temporal no Texas...
A central de desinformação
"(...)
Alguns exemplos, colhidos aqui e além, permitem perceber que o Governo e José Sócrates, bem como a sua anexa "central de informação", estão empenhados em aproveitar um sistema organizado e oleado para que, na sucessão e vertigem dos factos e acontecimentos, no que toca ao essencial, tudo se esqueça e nada se aprenda. Assim, podemos citar o caso do artigo do prof. Santana Castilho, publicado neste jornal em 6/11, onde, em frontal contraposição a ideias postas a circular, veio afirmar que os vencimentos líquidos dos professores "em início de carreira são cerca de 760 euros, 1000 ao fim de 13 anos de serviço, 1400 ao fim de 23 anos de trabalho" e que "com 30 anos de serviço chegam aos 1700 euros", o que, opinou, dificilmente pode ser tido por escandaloso.
O mesmo colaborador do PÚBLICO, a 20/11, desmascarava a operação que, com base em estudos da OCDE, apresentou os professores portugueses como os mais bem pagos da Europa, explicando que a base para essa operação tinha sido "um gráfico que se refere apenas aos professores do secundário com 15 anos de serviço, em função do PIB por habitante, que é dos mais baixos da Europa". E acrescentava que, nessa campanha, foi ignorado um outro gráfico "bem mais relevante que ordena os professores em função do valor absoluto do salário" e que desvenda que, "num total de 31 países estudados, os portugueses ocupam a 20ª posição". E, entre outros dados, este especialista comparava ainda os cortes orçamentais de 4,2 por cento na educação básica e secundária e de 8,2 por cento no ensino superior com os aumentos "de 71 a 108 por cento" nos "subsídios pagos pelo Estado a alguns colégios privados".
Entretanto, a verdade é que, em relação a tudo isto, nem mesmo com o recurso aos motores de busca da Internet conseguimos encontrar qualquer reacção ou resposta do Governo, do Ministério da Educação ou dos círculos mediáticos ou personalidades activamente defendem e valorizam o actual Governo."
PS: A referência à aprovação, sem acordo, do Estatuto da Carreira Docente não passou despercebida à Educação Cor-de-Rosa. Estamos só a adoptar a mesma técnica de ignorar com silêncio, para ver se deixa de existir...
quinta-feira, novembro 23, 2006
Os materiais de apoio à TLEBS
Uma observação atenta do site de apoio à TLEBS, da DGIDC, suscita mais alguns comentários, principalmente quanto à sua relação com a tecnologia.
Apresentada com grande pompa no Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, com direito a "congresso" e tudo, as "conclusões do 1º ano, princípios e sugestões para a generalizção" mereceu ditribuição de pastinha aos participantes, onde muito originalmente foram disponibilizados os documentos e CDs - de tudo o que estava já no site para consulta e download...
O mais hilariante vem depois, em destaque no site: "Por motivos alheios à DGIDC, os CD Materiais Didácticos elaborados pelos docentes da experiência piloto, distribuídos no Congresso de dia 27 de Setembro, apresentam falhas técnicas, abrindo apenas 20 dos 137 materiais elaborados. Carregue aqui para aceder à versão completa ou envie o CD para esta Direcção-Geral, para troca."
Afinal os CDs dos materiais distribuídos não funcionavam... Se calhar era melhor assim... Mas a originalidade não termina aqui; para resolver o problema inventado, em plena era da Internet, oferece-se a hipótese de enviar o CD (pelo correio ou pela Internet?) para troca...
Só uma dificuldade de ajuste aos novos tempo pode levar igualmente a que a Errata à dase de dados da TLEBS seja publicada no site (só uma correcção?! Surpreendente...), ao mesmo tempo que o ficheiro disponível para download mantenha esse erro. Isto não é um livro, bolas, será assim tão difícil corrigir o ficheiro, para que as pessoas não pensem que estão a fazer o download da última versão corrigida?!
O conjunto de materiais de apoio disponibilizados no site (Alterações, destaques e propostas, Perguntas frequentes e Materiais didácticos) premeia o utilizador com uma imagem animada que demora 20 segundos a carregar, independentemente da velocidade de ligação. É só webdesign! É claro que se o utilizador pensar que há algum problema com a página (o que normalmente acontece aos 7-10 segundos) e clicar em actualizar, começa tudo de novo. E da próxima vez que lá for, idem. É uma boa ideia, é uma maneira de dar tempo ao utilizador para pensar: "quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? Será que quero mesmo ver isto?".
Finalmente a GramáTICª.pt. Lançada pomposamente no referido congresso, como um sítio de acompanhamento "em linha", nas palavras da sua responsável (apesar de ser corrigida sistematicamente pelo público pois referia-se sempre a acompanhamento online...), disponibiliza: os mesmos recursos que já lá estavam... Com a distinção do prémio para "plataforma moodle com o nome mais foleiro 2006": Dispositivos de interacção directa: fóruns, notícias,....(para isto não precisavam de uma plataforma, já repararam?).
Os génios que nos governam aproveitam a tecnologia para alcançar os seus objectivos. Curiosamente, parece a tecnologia nem sempre colabora. Quem disse que a tecnologia é neutra?
quarta-feira, novembro 22, 2006
That's my president!
Jorge Sampaio.
Aulas de substituição - afinal o que diz a lei?
Despacho n.o 13 599/2006 (2.a série).—
12º - Ocupação plena de tempos escolares
1—O agrupamento/escola é responsável pela organização e execução das actividades educativas a proporcionar aos alunos durantetodo o período de tempo em que estes permanecem no espaço escolar.
(...)
4—Tendo em vista criar condições para o efectivo cumprimento dos programas, o docente que pretenda ausentar-se ao serviço deve, sempre que possível, entregar ao órgão de direcção executiva do respectivo agrupamento/escola o plano de aula da turma a que irá faltar.
(...)
6—Em caso de ausência do docente titular de turma às actividades lectivas programadas, a direcção executiva do agrupamento/escola deve providenciar para que a aula correspondente seja leccionada por um docente com formação adequada, de acordo com o planeamento diário elaborado pelo professor titular de turma/disciplina, sendo atribuída preferencialmente a docentes do quadro cuja componente lectiva possa ser completada.
7—Quando não for possível realizar as actividades curriculares nas condições previstas no número anterior, devem ser organizadas actividades de enriquecimento e complemento curricular que possibilitem a ocupação educativa dos alunos.
8—Para efeitos do disposto no número anterior, devem ser consideradas, entre outras, as seguintes actividades educativas:
a) Actividades em salas de estudo;
b) Clubes temáticos;
c) Actividades de uso de tecnologias de informação e comunicação;
d) Leitura orientada;
e) Pesquisa bibliográfica orientada;
f) Actividades desportivas orientadas;
g) Actividades oficinais, musicais e teatrais.
Afinal de quem é a culpa da escolha das actividades de substituição, quando o professor não é da área disciplinar, nem da turma, nem sequer do mesmo ciclo?
Aulas de substituição - os culpados
Os culpados, afinal, são é os suspeitos do costume: os professores, que se limitam a cumprir as instruções do Ministério e as dos Executivos das escolas.
A Maria de Lurdes que se cuide, esta senhora quer o lugar dela. Se uma diz mata, a outra diz esfola! E partilham a mesma estima pelos professores...
terça-feira, novembro 21, 2006
Pergunta da Semana
domingo, novembro 19, 2006
Nova Zelândia legitima abreviaturas nos exames do secundário
"2moro" para "tomorrow" ou "gr8" para "great" são duas das muitas abreviaturas usadas pelos estudantes neozelandeses. A txt speak - designação para o código usado na escrita em teclado, seja no telemóvel ou no computador - é como que uma segunda língua para centenas de milhares de adolescentes neozelandeses. Esta pode ser, adianta a imprensa do país, uma das justificações possíveis para a decisão do Governo de autorizar, já este ano lectivo, que os estudantes possam escrever assim nos exames no final do ensino secundário.
A New Zealand Qualification Authority (NZQA), o organismo responsável pelos exames, desencoraja por um lado os estudantes a usar txt speak, sobretudo a Inglês e nas outras línguas; mas por outro afirma que serão cotadas as respostas que sejam perceptíveis, mesmo que o estudante tenha recorrido a abreviaturas. O fundamental é que os professores correctores compreendam o que foi escrito. "Para os alunos, a prioridade é que escrevam da forma mais clara possível", informou o porta-voz do organismo, Steve Rendle, citado pelo The New Zealand Herald.
Para o Partido Nacional, na oposição, a decisão é "ridícula". "Em vez de exigir elevados padrões na sala de aula, o ministro da Educação e o NZQA estão a tentar parecer muito cool aos olhos dos alunos", afirmou o porta-voz do partido, Bill English. A Associação de Professores Pós-Primários considera que a decisão reflecte um problema com que os docentes se confrontam diariamente na sala de aula e contra o qual lutam. Agora temem que possa tornar a linguagem SMS aceitável em todos os trabalhos e provas. Há escolas que já vieram a público dizer que vão insistir junto dos alunos para que continuem a escrever em inglês correcto. B.W.
Dos comentários aos posts da TLEBS
João Costa (e Lourinhã) bem podem querer que a discussão fique dentro da TLEBS, mas esse é exactamente um dos problemas, como se tem vindo a perceber pela discussão pública: não é possível que uma alteração terminológica, tão complexa como a TLEBS, seja generalizada a todo o ensino básico e secundário sem que se discuta para além da TLEBS, sobre as implicações ao nível da família, dos PALOP, do Brasil, dos manuais, dos professores, etc...
Lourinhã pode e deve fazer a transposição didáctica da TLEBS, mas que não o faça por favor em "cumprimento dos programas", conhecidos ou desconhecidos! Como afirma peremptoriamente João Costa no seu artigo: "não [é] um documento que revogue os programas em vigor. Assim, o que é ensinado nas escolas depende dos programas e do Currículo Nacional (CNEB, DEB: 2001) e não da TLEBS. Não havendo alteração destes documentos, não há alteração do peso relativo da gramática nos programas, nem dos conteúdos a ser leccionados, nem transformação das aulas de Português em cursos de linguística"...
O ME não tem obrigação de fazer materiais de apoio para a TLEBS?! Uma alteração tão complexa, sujeita a interpretações e transposições diferentes, em que os próprios especialistas não se entendem quanto às explicações, não pode falhar por cada professor resolver implementar como acha, entende e interpreta melhor (vai acabar por cair na situação que temos agora, em que o predicado pode ser uma coisa diferente dependendo da escola, ou mesmo do professor)...
Sugiro que consulte as perguntas frequentes do site gramaTICª.pt para ver que, por ex, apesar de a TLEBS acabar com a designação de "oração", estabelecendo que é tudo "frase", um especialista responde a uma dúvida complexa (e comparada...) de um professor dizendo laconicamente: "Estamos a considerar a reintrodução do termo "oração" na revisão da TLEBS."...). É claro que o ME tem obrigação de apoiar os professores, garantindo uma implementação coerente em todas as escolas, tal como o fez sempre que implementou uma reforma. Aliás, o ME lançou vários materiais de apoio, esse facto não é posto em causa no meu post, o que é questionado é a sua qualidade (mas isso será tema outro dia).
Também não me parece que nada mova João Costa contra os professores. O que irrita é o tom com que pretende fechar a discussão na sua capela, como se só aos eleitos fosse permitido discutir a TLEBS; a língua e a gramática não são propriedade exclusiva dos linguístas, nem dos que têm necessidade de comparar os dois documentos em causa...
O que era bom mesmo, minha cara, não é que isto fosse uma guerra séria, era que fosse um processo consensual, que correspondesse às necessidades básicas de uniformização, que ninguém põe em causa...
sábado, novembro 18, 2006
Portáteis nas escolas?!
Em 21 de Agosto, foi adjudicado pela DREL (Direcção Regional de Educação de Lisboa) à HP a entrega dos portáteis às escolas, num prazo de 60 dias.
No final de Outubro, algumas escolas receberam os portáteis, outras não. As que receberam, trataram da longa lista de procedimentos iniciais, e puseram-nos a uso. As outras, não. Reclamaram, telefonaram, mandaram email e fazes. Mas nada. Nem um para amostra. Apenas a informação: "houve um pequeno contratempo com a distribuição dos portáteis na região da DREL, o que levou à suspensão temporária da mesma"...
Finalmente resolveu-se o mistério do "pequeno contratempo":
Afinal era para entregar às escolas metade dos portáteis agora, e a outra metade em Janeiro, mas alguém na DREL se enganou na instrução à distribuidora e foram entregues todos os portáteis a metade das escolas! Dá para acreditar?!
Mais genial foi a solução encontrada pela CRIE: chamou todos os coordenadores TIC a Lisboa e explicou-lhes que as escolas que receberam todos os portáteis vão ter de os devolver, para serem dados às escolas que não receberam nada! Afinal tudo está bem quando acaba bem...
Agora, será que alguém podia explicar a estes génios que os portáteis que estão nas escolas que os receberam estão a uso há um mês, a servirem os projectos para que estavam destinados, e que as escolas já se encontram organizadas em função desses recursos tic?! E que as escolas que não receberam também estavam a contar com eles e esta trapalhada complicou (ainda mais) a vida nas escolas?!
Pequeno contratempo... Embalar e devolver... E ninguém se demite?
A guerra da TLEBS
A guerra da TLEBS conheceu ontem mais desenvolvimentos, com jogadas de peões e movimentos de bispos. Interessante.
No PÚBLICO, Helena Soares, Doutoranda de Linguística Portuguesa, numa carta ao director intitulada "Está aberta a caça à TLEBS", tenta mostrar serviço, porque afinal sendo doutoranda ainda não acabou o doutoramento. Anuncia que afinal "a TLEBS é um dicionário que qualquer pessoa pode ter no seu computador"! Opps! Uma terminologia é um dicionário?! E não é um documento que substitui a Nomenclatura Gramatical Portuguesa de 1967?! Um documento é um dicionário?!
Movidos os peões, registe-se a jogada do bispo das brancas: João Costa, presidente da Associação Portuguesa de Linguístas, saiu em defesa da dama, também em carta ao director do PÚBLICO (que deve estar a tornar-se no português mais informado sobre o assunto) e na revista Visão desta semana: "qualquer comentário à TLEBS é, portanto, inútil se não tomar como referência uma comparação com a NGP (nomenclatura gramatical portuguesa, de 1978). Ora aí está, calem-se os ignorantes, só quem tiver arcaboiço para linguística comparada é que está habilitado a dar palpites, o resto é ruído de fundo! Este é aliás um tom recorrente nos seus textos, o que contribui em muito para a irritação que a TLEBS causa em tanta boa gente...
Queixa-se que a TLEBS não revoga os programas foi "despejada" nos manuais, mas esquece-se que foi igualmente "despejada" na grande maioria das escolas, praticamente sem materiais de apoio do ME...
Recorda ainda João Costa que "qualquer leitor informado sobre teoria linguística [sim, esses que podem realmente intervir] não reconhece na TLEBS a assunção de um modelo teórico específico". Pois, se calhar esse é mesmo um dos problemas, a salganhada de perspectivas...
Termina dizendo "cabe aos professores fazer a transposição didáctica desses saberes" - mas quais professores? A resposta está por todo o artigo: os professores que falam comparando a TLEBS com a NGP (os outros são inúteis), os professores informados sobre teoria linguística e aqueles que têm "alguma informação sobre o trabalho que os linguistas fazem" (carta ao PÚBLICO). Ora se nas nossas escolas só temos incompetentes, que nos fazem descer nas médias internacionais, restam, portanto, e notem bem o alcance desta revelação vindo de quem vem: os professores de linguística! A TLEBS aos professores de linguística, já!
Finalmente, Eduardo Prado Coelho, que leu o Graça Moura e o João Costa, mostra-se "inteiramente de acordo com este excelente artigo de Vasco Graça Moura" e confessa que "este texto de João Costa não me convenceu minimamente"... Jura pelo ensino dos "usos da língua, e por exemplo a sua dimensão argumentativa" e termina pedindo à "senhora ministra, minha cara amiga, suspenda este processo e repense tudo"... Caro Eduardo, a TLEBS não mete contas nem poupança de dinheiro, não vale a pena bater a essa porta...
Este post é um belíssimo exemplo de demagogia.
Tenho acompanhado os vários textos e parece-me que este é um exemplo de "tresleitura". Não me parece que João Costa diga que se devem calar os ignorantes. o que ele diz e bem é que a discussão em torno da TLEBS não deve desviar-se daquilo que a TLEBS é. Isso não tem nada a ver com linguística comparada. Tem a ver com a necessidade de comparar os dois documentos em causa.
Os que argumentam contra a TLEBS vão mudando os argumentos conforme dá jeito. Não me lembro de haver materiais de apoio de jeito por parte do ME para ensinarmos gramática até aqui. Será que é mesmo obrigação do ME produzi-los só para a TLEBS.
Sou professora e faço a transposição didáctica da TLEBS, em cumprimento dos programas. Se calhar, se estes fossem conhecidos e seguidos, a TLEBS não estava a causar tanta guerra. Não leio, portanto, em nada do texto de João Costa, um ataque aos professores.
É bom que esta guerra seja séria e não pautada pela demagogia.
11/19/2006 3:05 AM