sábado, setembro 30, 2006

Escola Pública vs Escola Privada

"... a escola pública não muda, enquanto não existir liberdade de escolha dentro do universo das escolas públicas e entre estas e as privadas.
Note-se que a simples possibilidade de se escolher a escola pública que se quer é uma excepção. Todos temos vergonha do tempo em que os portugueses eram tão pobres que ensinavam os filhos a mentir, quando inquiridos sobre a sua idade nos transportes públicos. Pois agora mentem sobre o local onde vivem, de modo a que os seus pais possam escolher a escola pública que querem.
A possibilidade desses mesmos pais dizerem tranquilamente que preferem a escola A porque é melhor do que a B soa a blasfémia e é mais do que meio caminho andado para verem a sua pretensão recusada. Termos como melhor ou pior são absolutamente interditos neste universo. E não só nele. Note-se que a maior parte dos nossos dirigentes políticos e figuras públicas - sejam eles de esquerda ou direita - opta por, nos níveis do básico e secundário, colocar os seus filhos no ensino privado. Jamais dirão que fizeram essa opção porque acreditam que o ensino privado garante melhores resultados, mas sim porque "dá mais jeito", "fica mais ao pé de casa", "os amigos também foram para ali"... Às vezes dizem que os horários do público não são compatíveis, mas o assunto morre aí mesmo.
E assim os portugueses que pagam caro um sistema público de ensino não só não podem escolher a escola pública que querem - e que oficialmente é gratuita, o que levará um extraterrestre a pensar que se auto-sustenta -, como são também gravemente penalizados, caso optem pelo ensino privado. O que leva a que não se pondere sequer a possibilidade de o Ministério da Educação transferir para a escola pública ou privada indicada pelas famílias a verba que anualmente despende com cada aluno? Porque se teme que muitas escolas públicas ficassem às moscas. Os nossos filhos estão reféns da máquina."

PÚBLICO - EDIÇÃO IMPRESSA - ESPAÇO PÚBLICO
Director: José Manuel Fernandes
Directores-adjuntos: Nuno Pacheco e Manuel Carvalho
POL nº 6030 | Sábado, 30 de Setembro de 2006
A máquina com vida própria [link assinantes] Helena Matos

Estudante...















A única profissão em que se paga para fazer horas extraordinárias.

domingo, setembro 24, 2006

Os QaZaPianos...

(A juntar à história das ciências da natureza...)
Noticias do "antrior" (sim porque nem o CANAL CREDO tem trabalhadores como estes...)

1º Professora que não tem aulas para dar...

...professora é colocada (no concurso da afectação dos qzp´s) numa escola a 100km da sua área de residência quando as duas professoras subsequentes a ela na lista graduada são colocadas mais perto...professora reclama...reclamação é aceite e professora vai para mais pertinho de casa mas...tem 26 horas de substituições para fazer...moral da história: professora vai ter que arranjar um psiquiatra (sim, porque os psicólogos já eram...) e vai andar drunfada de xanax´s durante 10 meses...

2º Professor que não tem escola...

...professor concorre à afectação e não lhe é atribuida escola...nem em agosto, nem em setembro, numa fase especial...professor vai ter que ficar, administrativamente, na escola onde leccionou no ano anterior a fazer sabe lá Deus o quê...a escola até tem paredes altas e muitos tectos para limpar...mas vai receber o seu salário na integra...moral da história: professor vai dar em doido porque quer dar aulas e não tem aulas para dar...nem nada para fazer!!!...para além da moral da história anterior que se pode aplicar a este caso clínico, também...

3º Professora que percorre 300 km por dia...

...durante 4 dias na semana, porque QUIS ficar a viver com o marido em vez de alugar casa (seriam duas rendas a pagar...)...professora não tem qualquer forma de ajudas de custo...(mesmo que alugasse casa perto da escola onde trabalha, não tinha qualquer ajuda de custo...)
moral da história: será que este casamento se aguenta? oxalá que sim...mas que o esforço vai ser grande, isso vai!!!
4º Professora de inglês e alemão, que fica sem turmas diurnas...
...e passa a leccionar apenas o nocturno porque...o orgão de gestão, poderosissimo, acabou com o alemão naquela escola e abriu as inscrições para o espanhol...quem quer estudar alemão?...é tão dificil...ninguém usa essa lingua...e depois há montes de universidades para encher em Espanha...
moral da história: preparem-se para sermos invadidos e perdermos a nacionalidade!!!
5º Professor deixa de ser necessário na escola onde lecciona à quinze anos e vai para escola a 30 km de distância...
...porque o orgão de gestão encerrou as inscrições no agrupamento em que esse professor leccionava porque...era um agrupamento para miúdos mais humildes, mais reais, sem coleiras de prata nem relógios swatch...e lá vai o professor para uma escola nova, sem ajudas de custo, claro...escola essa que, diga-se de passagem, parou no tempo há vinte anos atrás...mobiliário de 1º ciclo para alunos do secundário...moral da história: ninguém é insubstituível...uma tanga!!! não os agarrem não e depois vão fazer de palhaços para a entrada da escola!!!
6º...nem digo mais nada...mas muito mais haveria para dizer!!!
Então diga-me lá ó sra. ministra se isto é normal?
Posso fazer-lhe umas sugestões? Siga o modelo de todos os países da união europeia e entregue o recrutamento de professores às escolas! CLARO, desde que se acabem com os mandatos INFINDÁVEIS pelos orgãos de gestão...17 anos é muito...5 mandatos é demais...quando se está muito tempo no poder fica-se deformado...e, já que o nosso produto final está sempre em transformação (estamos a falar de alunos, pessoas, seres humanos), há que apostar em quem dá o seu melhor ensino...
E já agora, porque é que efectivou tanta gente em quadro de zona pedagógica se não tem horários para lhes dar?
E ainda, porque é que não acaba de uma vez por todas com aqueles casos de professores que estão efectivos à uma resma de anos numa escola longérrimo de casa, pedem sucessivamente destacamento ao abrigo de sabe lá Deus o quê? Porque é que não coloca as pessoas em função da área de residência?
...e mais haveria a dizer...mas já se faz tarde e amanhã lá tenho eu que ir dar umas aulas de ciências...
Pode ser que amanhã...

Então e nós por cá?

Alunos espanhóis queixam-se de violência na escola

Quase uma em cada quatro crianças espanholas sofrem de assédio ou de bullying na escola, diz um estudo que o Governo de Zapatero classificou de "chocante" e difícil de acreditar.
O estudo inquiriu cerca de 25 mil estudantes, dos sete aos 18 anos, em quase todas as 17 províncias espanholas e foi feito pelo Instituto para a Inovação Educacional e Desenvolvimento da Liderança, um grupo privado.
Segundo o relatório, que apresenta valores mais altos do que outros inquéritos semelhantes, as crianças mais novas correm mais riscos de bullying, que consiste na provocação entre pares, com 43 por cento dos alunos do 3.º ciclo a afirmar que já sofreram com insultos, chamarem-lhes nomes e rirem-se deles nas aulas quando cometem um erro. Os miúdos dizem ainda sofrer com o facto de serem ignorados de propósito pelos colegas. Este valor desce para 11 por cento entre os estudantes do 10.º ano.

PÚBLICO - EDIÇÃO IMPRESSA - SOCIEDADE
Director: José Manuel Fernandes
Directores-adjuntos: Nuno Pacheco e Manuel Carvalho
POL nº 6024 | Domingo, 24 de Setembro de 2006
[Link](assinantes)

Descubra as diferenças

Soluções

sábado, setembro 23, 2006

Pink

sexta-feira, setembro 22, 2006

Ciências da Natureza vs Gestão de Empresas?

O ministério (sim, porque falar da ministra é dar-lhe importância...) aqui há alguns anos atrás (nem sei quantos, mas não foram muitos...) pôs um grupo de energúmenos a fazer um documento de importancia fulcral para o futuro deste país! Mas atenção porque quando falo em energúmenos, são energúmenos MESMO...
O referido documento chama-se "Habilitações para a docência"...ou seja, é o testamento que qualquer pessoa, portadora de um bacharelato ou de uma licenciatura, deverá consultar quando quiser seguir a motivadora, bem remunerada e não menos aliciante (dadas as viagens a que estará automaticamente habilitado a fazer...por conta própria, claro, mas dedutiveis no irs, artigos de luxo...) CARREIRA DE PROFESSOR! Ao consultar este documento e seguir as orientações nele indicadas, uma pessoa (futuro professor/a...) não só estará a contribuir para o seu sucesso profissional como também para toda a prosperidade e produtividade do futuro da nação e que são, nem mais nem menos que os alunos deste país!
E a que se deve esta eficácia? Precisamente à escolha de algumas licenciaturas e bacharelatos para certos grupos de docência!
Claro que quem é licenciado em Português (ramo...), leccionará Português, e quem é licenciado em Inglês, leccionará Inglês e... por aí fora! Mas não é aqui que reside o factor de sucesso de tão brilhante documento, porque isso é demasiado curriqueiro!
Ora então experimentem lá por um licenciado em Gestão, Economia, Contabilidade, Finanças Públicas, etc (mas da área financeira) a leccionar Ciências da Natureza???
Claro que essas pessoas também estarão habilitadas a leccionar Matemática...mas apenas ao 2º ciclo (5º e 6º anos de escolaridade)...pois não sabem como se resolve uma equação nem como se aplica a fórmula resolvente (tou a falar de pessoas que tiveram matemática em todo o seu percurso...)...quero eu dizer com isto que os licenciados nessas áreas não têm habilitação própria para a docência de Matemática no 3º ciclo mas têm para Ciências da Natureza no 2º ciclo...não é o máximo? Eu diria brilhante! E como este caso haverá outros! Por exemplo, um licenciado em português estará habilitado a leccionar História e vice versa! Potente! Ainda dizem que os professores deste país não valem nada e que são uma cambada de inergumes... e o dinheiro que o ministério não poupa com esta "caldeirada"???
Pois eu sou uma dessas professoras, licenciadas em gestão, que lecciona Ciências da Natureza...e podeis perguntar porque não exerço a minha licenciatura e porque fui para o ensino...a minha resposta é simples: porque gosto mesmo de ensinar e detesto estar sentada num gabinete resmas de horas (sozinha, com um plasma à frente a queimar-me as íris...) a decidir onde é que os capitalistas deste país vão investir o seu precioso dinheiro...sou apenas uma daquelas pessoas (como muitas que há por aí...) que tirou o curso errado e depois decidiu fazer o que sempre gostou!
Era bom que alguém desse uma "volta" ao precioso documento!
Sra. Ministra, se por acaso ler este texto peço-lhe encarecidamente que me consulte...tenho a chave para o seu sucesso! E não sou uma titular...porque se fosse, pagava mais!
Pode ser que amanhã...

quinta-feira, setembro 21, 2006

A propósito dos posts anteriores...

...estão a ser devidamente aplicadas aquelas ideias no ensino em Portugal. Todos cumprem: ministério, professores e alunos
É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias
Emmanuel Kant
Toda a educação se reduz a estes dois ensinamentos: aprender a suportar a injustiça e aprender a suportar o aborrecimento
Ferdinando Galiani in "Carta"
Tive professores ruins.
Foi uma boa escola.
A.Astel in "Olhar retrospectivo"

quarta-feira, setembro 20, 2006

os exames deviam valer 50%

leram bem. sou aluno e acho que os exames, apesar dos maus resultados deste ano, deviam valer 50% da nota, em vez dos actuais 30%... porquê? por uma simples razão: isso beneficiaria TODOS os alunos. Como? Vejam:

-segundo o sistema actual dos 30%, um aluno que tenha uma nota final do ano 4, se tiver 3,4 ou 5 no exame, a sua nota não se altera. Ou seja, esse aluno só pode descer de nível com a nota dos exames, pois se tiver 1 ou 2, a nota desce. capiche?
-se os exames valessem 50% do total da nota, o aluno, obviamente se tivesse 2 ou 1 descia (tal como acontece no sistema actual), mas se tivesse 3 (média de 3.5, que se arredonda para 4) ou 4, mantia a nota. Até aqui tudo igual. A grande diferença é que, se o aluno de 4 tirasse 5 no exame, ficaria com média de 4.5, que se arredondava para 5... subia a nota.

O mesmo acontece com o aluno de 3. Se os exames valessem 50% só descia para 2, se a nota do exame fosse 1 (tal como acontece com o sistema dos 30%), se tivesse 3 mantinha a nota (média de 3.0) e se tivesse 4, subia a nota (média de 3.5, arredondada para 4). No sistema actual só sobe se tiver 5 no exame... difícil, hã?

Não sei se me fiz entender, mas o que eu quero dizer é: se os exames valessem 50%, a avaliação era mais justa, pois não seria a critério do professor, mas (ainda mais) a critério de um teste nacional de conhecimentos, igual para todo o país, e os alunos sairiam mais beneficiados do exame, o que contribuía para uma média melhor dos alunos portugueses face à europa- eu chamo a isto "interesse nacional".

Porque é que os exames não foram assim desde início? porque se calhar convém à ministra e ao governo que se diga "ai os alunos não estudam nada" e "ai os professores não sabem dar aulas", para que estes possam aplicar as suas medidas estritamente economicistas nas escolas, nunca beneficiando os educadores, os educandos e a educação.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Praxe


Ao circular hoje pela cidade, fui-me deparando com grupos de "praxados", das mais variadas idades.

Se há alguns anos esta prática estava reservada a marcar o início dos estudos superiores, hoje generalizou-se ao ensino secundário, ou mesmo ao ensino básico. Aparentemente, qualquer mudança de escola (normalmente determinada pela mudança de ciclo - 4º para o 5º ano, 6º para o 7º ou 9º para secundário) leva a que os mais velhos recebam os mais novos com mimos de decoração facial com marcadores e abusos variados, sob pretexto de ser "a praxe".

De facto existia nas universidade uma tradição de praxe, que hoje se começa corajosamente a querer desmontar. O seu alargamento para o básico e secundário, no entanto é um absurdo que deve ser travado pelos Conselhos Executivos das escolas, os quais olham normalmente para o lado enquanto tais práticas decorrem, no espaço da escola, durante o período lectivo. Tal tolerância é inadmissível!

Perguntem a um praxador por que razão praxa - "porque também fui praxado..." será a resposta mais provável. Eu também praxei, mas a imbecilidade não é, felizmente, um estado permanente e irreversível. Basta parar para pensar um pouco para pôr de lado essa prática repulsiva de manifestação de poder gratuito sobre outra pessoa. E nas escolas básicas e secundárias é responsabilidade de todos repudiar a praxe.

Pode ser que amanhã...

sábado, setembro 16, 2006

O Problema da escola pública

O problema da escola pública é precisamente esse: ser pública. Ser livre, receber todos e esforçar-se para que TODOS nela (a escola pública) consigam vencer, consigam ter os conhecimentos que são necessários para a vida.

As sociedades europeias tentaram encaixar esta “escola de todos” no modelo a que chamam “democracia”.

Alguns países conseguiram melhor que outros esta utopia, claramente difícil de conceber e manter.

O país que, na minha opinião, conseguiu construir uma melhor escola pública foi (estejam descansados que não vou falar dos países escandinavos) a França.

Em que é que o modelo francês é diferente do nosso? Em tudo.

·Em França, tem-se consciência que nascemos todos iguais, sim senhora, mas devido ao agregado familiar, ao ambiente em que fomos criados, aos recursos dos pais etc, etc, etc... diferenciamo-nos uns dos outros. Ou seja, nascemos todos iguais, com as mesmas oportunidades, a mesma liberdade..., mas ao longo da vida vamos mudando, o que nos torna diferentes uns dos outros, com maiores capacidades, uns para umas coisas, outros para outras coisas (é esta a grande diferença entre comunismo e democracia...).

· Esta consciência traduz-se em não ser obrigatório chegar ao 9ºano para se ter o ensino básico obrigatório completo, ou seja, se um aluno tem 13 anos e ainda está no 4ºano, esse aluno não tem capacidades para chegar ao 9º, logo, a escola propões-lhe acabar o 4º e fazer um curso técnico. Aprender uma profissão, para que não fique sem sustento para o resto da vida. Outro aluno, por exemplo, tem capacidade só para fazer o 6º... acaba o 6ºano e inicia um curso profissional que, como é obvio tem mais valor que o curso após o 4ºano. Depois do 9º, a mesma coisa: ou prossegue os estudos, ou aprende uma profissão... isto é uma escola pública preocupada com o futuro dos alunos, uma escola DEMOCRÁTICA. Evita o abandono escolar, ajuda realmente os alunos nas necessidades individuais de cada um e não no abstracto, no todo.

· Na França, a educação para a cidadania começa bem cedo. Como? A escola empresta os livros ao aluno por um ano lectivo e no final do ano, o aluno deve devolvê-los. Se o livro estiver em condições, passa para o ano seguinte, para outro aluno. Se estiver estragado, rasgado, riscado... ou se o aluno simplesmente quiser guardar o manual, tem de o pagar. Como ouvi dizer o presidente das associações de pais de Portugal, “um trabalhador, quando vai trabalhar para uma fábrica, está à espera que estejam lá os materiais e as ferramentas para trabalhar. Da mesma maneira a escola deve ter os manuais à disposição do aluno.” Além disso, o aluno aprende desde bem cedo que o que não é dele não é para estragar, e se estragar, vai sofrer as consequências. Mais um exemplo do que é uma escola DEMOCRÁTICA, que ajuda economicamente os pais, evitando mais uma vez o abandono escolar pelos mais pobres, e “ensina” a democracia desde cedo, nos aspectos que realmente importam na vida em comunidade e não na palhaçada que é, por cá, a “eleição do delegado de turma”.

· Em França, a escola começa, não aos seis, mas aos quatro na “escola maternal”, como é chamada. Durante alguns anos antes da entrada no 1º ano, há uma escola que serve para divertir e entreter os alunos e, sobretudo, atenuar as diferenças de conhecimentos. É que cá em Portugal, dependendo da fineza das famílias, há alunos que chegam à primária que nem sabem pegar num lápis e outros que já sabem quase escrever. Na “maternal”, começa-se, num ambiente descontraído a pôr todos ao mesmo nível e explicar-lhes um pouco de como vai ser a vida na escola primária.

Isto sim, é democracia na escola. Podem não chegar todos ao 9ºano, mas os que chegam sabem ler e os que não chegaram, não foram abandonados pela sociedade.

Isto sim é uma escola pública e responsável, que ajuda os pais e os filhos, que os educa, que faz mais do que transmitir conhecimentos em vozes monocórdicas, mas que forma cidadãos e cidadãs prontos para, cada um na sua profissão, na sua vida, viverem em comunidade.

Isto sim é escola pública. Pode ser que amanhã...



P.S.- Espero que este blog continue por muito tempo. Era o que faltava em Portugal : um blogue sobre educação feito por quem conhece a escola para cá da portaria, para cá das paredes de uma sala de aula, para lá dos gabinetes e dos clóquios...

sexta-feira, setembro 15, 2006

Educação=Evolução

Cuidado com a Língua

A RTP acabou de emitir o primeiro Cuidado com a Língua, apresentado por Diogo Infante.

Este tipo de programas sempre me arrepia, tão terríveis são os traumas causados pela drª Edite Estrela há alguns anos, nos seus esforços de pôr os portugueses a falar bem. Os grafismos estão melhorzinhos, embora muito folclóricos. Nota-se o esforçozinho de ser irreverente, talvez para agradar à malta mais nova.

Agora o que não percebi: então para ilustrar o erro comum de usar o "tem que" em vez do "tem de" vão buscar o venerável professor Marcelo Rebelo de Sousa, expondo-o ali ao ridículo frente às massas, a usar repetidamente o erro?! O professor Marcelo?! Um ídolo da juventude, afinal com erros de português?! Isso não se faz!

Só foi pena que o mesmo ímpeto destrutivo se tivesse encolhido logo a seguir: para ilustrar o erro comum dos futebolistas (e não só mas também) do "póssamos" por "possamos", foram buscar um ilustre desconhecido do Clube de Futebol Ermidense... Então não havia tantos da 1º liga?! Ai o poder do apito dourado, até onde se estende... Não fosse o Valentim fazer algum telefonema...

Entradas de lobo, saídas de cordeiro. Pode ser que amanhã...

terça-feira, setembro 12, 2006

Para começar

A Educação cor-de-rosa encontrou hoje e aqui um espelho.

A fórmula deste blog é simples, mas complexa: um professor e um aluno.
Quem melhor para discutir sobre a educação cor-de-rosa, deste país a preto e branco, que um professor e um aluno? Vista de dentro, de duas perspectivas distintas, complementares, a mostrar o que realmente se sente, de cada lado da barricada (ou será da mesma?).

A descobrir por aqui, diariamente.