quarta-feira, setembro 20, 2006

os exames deviam valer 50%

leram bem. sou aluno e acho que os exames, apesar dos maus resultados deste ano, deviam valer 50% da nota, em vez dos actuais 30%... porquê? por uma simples razão: isso beneficiaria TODOS os alunos. Como? Vejam:

-segundo o sistema actual dos 30%, um aluno que tenha uma nota final do ano 4, se tiver 3,4 ou 5 no exame, a sua nota não se altera. Ou seja, esse aluno só pode descer de nível com a nota dos exames, pois se tiver 1 ou 2, a nota desce. capiche?
-se os exames valessem 50% do total da nota, o aluno, obviamente se tivesse 2 ou 1 descia (tal como acontece no sistema actual), mas se tivesse 3 (média de 3.5, que se arredonda para 4) ou 4, mantia a nota. Até aqui tudo igual. A grande diferença é que, se o aluno de 4 tirasse 5 no exame, ficaria com média de 4.5, que se arredondava para 5... subia a nota.

O mesmo acontece com o aluno de 3. Se os exames valessem 50% só descia para 2, se a nota do exame fosse 1 (tal como acontece com o sistema dos 30%), se tivesse 3 mantinha a nota (média de 3.0) e se tivesse 4, subia a nota (média de 3.5, arredondada para 4). No sistema actual só sobe se tiver 5 no exame... difícil, hã?

Não sei se me fiz entender, mas o que eu quero dizer é: se os exames valessem 50%, a avaliação era mais justa, pois não seria a critério do professor, mas (ainda mais) a critério de um teste nacional de conhecimentos, igual para todo o país, e os alunos sairiam mais beneficiados do exame, o que contribuía para uma média melhor dos alunos portugueses face à europa- eu chamo a isto "interesse nacional".

Porque é que os exames não foram assim desde início? porque se calhar convém à ministra e ao governo que se diga "ai os alunos não estudam nada" e "ai os professores não sabem dar aulas", para que estes possam aplicar as suas medidas estritamente economicistas nas escolas, nunca beneficiando os educadores, os educandos e a educação.

2 comentários:

Ctrl disse...

Os novos documentos orientadores do currículo estão cada vez mais orientados para o desenvolvimento de competências dificilmente passíveis de ser avaliadas por exames.
A implementação generalizada de exames com maior peso levaria inevitavelmente à avaliação parcial das aprendizagens...

baldassare disse...

Ontem no Inimigo Público:

"MATEMÁTICA VAI SER SUBSTUIDA POR NUMEROLOGIA:

Alunos vão aprender a descobrir mais sobre a sua vida pessoal, amorosa e financeira, utilizando as letras do seu nome e a sua data de nascimento, em vez de cálculo integral, análise de funções e trigonometria. Nos exames será exigido aos alunos que calculem o seu número de nascimento, o que envolve complicadas contas como 2+8+8+1+9+7+8=43 e 4+3=7. Em vez de nota, poderão consultar na pauta os segredos da sua personalidade, resultado que poderão também usar para fins de orientação profissional ou para decidir o número da piza a encomendar(...)”

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