quarta-feira, novembro 15, 2006

TLEBS: chega-lhe, Vasco!

Vasco Graça Moura, hoje no DN, volta à carga com a TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário) para questionar se os génios que nos governam e nos educam pensaram em:

1. Reutilização dos manuais: "se a TLEBS começar a ser consagrada nos manuais, as coisas tornam-se irreversíveis (...) os pais, esses, lá voltarão a desembolsar mais dinheiro de ano para ano, porque os manuais anteriores deixam de servir! "
[e se vissem os manuais de 7º que apareceram nas escolas para escolha, supostamente de acordo com a TLEBS...]

2. Apoio da família aos alunos: "para os pais, então, a gramática portuguesa tornar-se-á uma espécie de sânscrito ou de chinês."
[não vai variar muito do que já se passa, pois não?]

3. Aprendizagem de línguas estrangeiras: "no tocante à aprendizagem de línguas estrangeiras, nomeadamente do inglês logo no básico e, depois, ao longo do secundário, que é uma das bandeiras da política educativa do Governo, está à vista a confusão que acabará por se gerar, ao longo dos curricula escolares, com o recurso simultâneo a nomenclaturas gramaticais completamente diferentes..."
[isto também não é nada de novo, caro Vasco. E só se resolvia ensinando novamente Latim às criancinhas! Ai o bem que isso fazia!]

4. Cooperação com os PALOP: "Em África, onde o português é uma língua veicular, as estruturas do ensino são frágeis, os professores são poucos, a preparação pedagógica é deficiente, os livros são difíceis de obter e, muitas vezes, os instrumentos imprescindíveis de trabalho nesta matéria são aproveitamentos de materiais que já não são utilizados em Portugal. (...) Já se pensou na trapalhada sem nome que a TLEBS ali vai gerar? Na confusão indescritível em que professores e alunos africanos vão ser lançados? Nos custos editoriais desnecessários em que as autoridades desses países terão de incorrer?"
[Se não se pensou sequer em fazer isto com os brasileiros, a que propósito se havia de pensar nos PALOP?! A parte boa é que, como usam os materiais que são descartados em Portugal, vão ficar imunes à trapalhada por mais meia dúzia de anos... Preocupe-se primeiro com os professores e alunos portugueses, a carne para canhão da primeira linha de trincheiras...]

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