quarta-feira, novembro 28, 2007

Arrastão 2.0

O Arrastão, de Daniel Oliveira, mudou de casa e de formato.
Agora é http://arrastao.org
Se o conteúdo não mudar, continuará a ser o primeiro blogue que leio quando chego à net.

O grafismo está melhor, mas ainda me faz alguma confusão a coluna da direita... pode ser que me habitue. A ideia de pôr publicidade é boa. É um passo em frente na proficionalização dos bloguistas.

Boa continuação!

terça-feira, novembro 27, 2007

A escola pública: na moral socialista e na moral liberal.

Nos Ladrões de Bicicletas, o João Rodrigues responde neste post a um post de Hugo Mendes.
Hugo Mendes defende que um sistema de saúde universal é um elemento socialista e que tenta provar a superioridade moral do socialismo. João Rodrigues responde que a palavra moral não devia assustar ninguém.

O conceito de Escola Pública também tem a cotação de esquerda.
A Esquerda não pode viver sem moral...se a igualdade não é um conceito moral, o que será? Portanto é óbvio que a Escola Pública é um conceito adoptado por toda a esquerda, e identificado com a esquerda.

O que já não é tão óbvio é a sua ligação à direita. Sobretudo nos últimos anos, alguma direita tem apostado na Escola Privada, nomeadamente os liberais.
Contudo, penso que o conceito de Escola Pública faz todo o sentido no tipo de sociedade proposto pelos liberais: igualdade de oportunidades, meritocracia, mercado auto-regulado, capitalismo e menor influência do Estado. Normalmente só se ouve este último, mas faz parte da teoria liberal a subida na vida segundo o mérito pessoal. Ou seja, nascemos todos com os mesmos direitos e oportunidades, mas uns aproveitam-nos e, pelo mérito pessoal, alcançam um estatuto acima dos outros.

Só se pode vencer por mérito se o nosso mérito for superior ao mérito alheio, e isso só se pode avaliar se todos usufruirem das mesmas oportunidades, ou pelo menos, compartilhem algumas oportunidades...
A Escola Pública, sendo um local onde todos são, à partida, tratados de forma igual, serve para avaliar o tal mérito pessoal essencial a um sistema meritocrático e liberal.

Poder-se-á dizer que isto, embora seja favorável à meritocracia, é contra as leis de mercado. Mas ninguém falou em proibir as escolas privadas! Nem proibir o estudo em casa, por exemplo. Mas, para nestes casos haver mérito, tem de haver um exame nacional que averigue o mérito dos alunos do privado (e, pelos vistos, esse mérito é grande...)

A existência de uma Escola Pública confere legitimidade aos que, pelo seu mérito, ganham mais que os outros. Todos estivemos na mesma escola, todos tivemos os mesmos professores e colegas, mas alguns, porque o mereciam, estão melhores que outros. Isto faz todo o sentido no contexto da teoria liberal.
Aliás, o MLS, que é um partido que se auto-denomina liberal (o slogan é Mais liberdade, menos estado), defende cuidados de saúde e educação iguais para todos, precisamente para a legitimidade da construção da sociedade liberal.

Os genuínos liberais não se gastam com guerrinhas ideológicas contra a esquerda, preferem legitimar a sua teoria com pressupostos, não socialistas, mas de justiça.

Portanto, a Escola Pública é, sem dúvida, uma questão política, mas não uma questão que se esgota na esquerda. Nasceu na esquerda, mas pode ser adoptada pela direita liberal e conservadora. É geralmente identificada com a esquerda, mas isso não faz dela uma bandeira a hastear unicamente pela esquerda. Quer para os que defendem a igualdade, quer para os que defendem a meritocracia, a Escola Pública tem um papel importante na construção desse ideal.
Tal como no ideal democrático.

quinta-feira, novembro 22, 2007

quarta-feira, novembro 21, 2007

Markting

Se o crítério para a avaliação de um professor for as notas dos alunos, é provável que o professor dê melhores notas. Se esse critério é na avaliação de escolas, então é provável que as escolas façam pressão para que os professores dêm boa nota.
Se a primeira situação é deplorável, a segunda é inadmissível. Os Conselhos Executivos não podem pressionar um professor a dar boas notas, porque só o professor sabe o que merecem os alunos...

Mas sabem o que é ainda pior? É quando o Estado usa inspecções estrategicamente feitas nesta altura e critérios absurdos para tentar aumentar as estatísticas, com o objectivo de ganhar suporte para as suas medidas educativas. E é isso que está a acontecer: o governo decidiu que os professores e as escolas devem ser avaliados pelas notas dos alunos (um critério absurdo e incompreensível), e coloca inspecções na altura em que se começa a pensar nas notas dos alunos.

Assim, garante que, ou os professores vão subir as notas para terem melhor classificação, ou porque são a isso coagidos pelos Executivos, que também querem uma boa classificação.

Tudo isto para quê? Para que os portugueses no fim pensem "Custou, mas valeu a pena".

sábado, novembro 17, 2007

Alterações ao ensino de português no estrangeiro

Em notícia do PÚBLICO, ficamos confortados por saber que "o Governo está a preparar alterações no ensino de português no estrangeiro para adaptar a língua portuguesa às novas realidades e afirmar-se como uma das mais faladas no mundo", mensagem transmitida pelo ilustre secretário de estado da educação Jorge Pedreira.

"Lembrando que o ensino de português se resume a “leitorados, colocação de professores na Europa e algum apoio fora da Europa”, o secretário de Estado sublinhou que “já não estamos nos anos 70”.

O problema é que o ensino do português no estrangeiro, no básico e secundário, é tutelado pelo Ministério da Educação e passa para o MNE no ano lectivo de 2008/2009. O MNE, através do Instituto Camões, só tutela actualmente o ensino superior.

Logo, quando o sec. de estado da educação vem dizer que o ensino de português se resume a leitorados (ICamões) colocação de professores na Europa (ME - que também os coloca nos outros países) e algum apoio fora da Europa está a chamar-se a si mesmo incompetente, pelo que não fez nos últimos anos, e ignorante, pelo que não sabe que o seu próprio ministério faz.

E só agora, a 10 meses de deixar de tutelar o ensino de português no estrangeiro é que o ME se lembra disto?! E a criação de um "grupo técnico"?! Para quê?! Para condicionar a herança pesada dos anos 70 que vão deixar?! Chamem mazé os gajos da TLEBS, que já têm experiência em criar embrulhadas!

sexta-feira, novembro 16, 2007

Resultados das eleições para a AE

Devem estar em pulgas para saber quem é que ganhou as eleições para a Associação de Estudantes da minha escola: será a lista alfa, apoiada pela JSD, ou será a lista B, apoiada pela JSD?

Os resultados são: a Alfa ganhou por 4 votos.

A lista B, com o cartaz "Não puxes pela cabeça vota B" e o slogan "Bota B que é o melhor que se bê", já pediu segunda volta (sendo que só há duas listas...).

Por pouco não havia porrada... Um gajo da B disse "Vocês só querem a AE pa foder e fumar ganzas", ao que o gajo da alfa respondeu "4 votos!", naquele tom de quem diz "pois claro que só queremos a AE para foder e fumar ganzas... olha-m' este!".

Às vezes, sabe melhor ganhar nos penalties. Depois de calmantes, campanha eleitoral à boca da urna, contagem de votos que imagino ter sido super-stressante, acabou-se a palhaçada.

E os meninos da JSD já aprenderam: só se dizem as medidas impopulares depois de se ganhar as eleições. Vão tirar o snooker da AE, porque dá pouco lucro, provavelmente para substituir pelo prometido "espaço de informação política"... não dá lucro, mas dá jeito à JSD...

Pró ano há mais.

quarta-feira, novembro 14, 2007

O reconhecimento do mérito... a quatro professores

Foram atribuídos quatro prémios a quatro professores do ensino público, para a "a valorização do mérito e da excelência no ensino", segundo a Nossa Senhora ministra da Educação.

Este prémio atribui 25 000€ ao vencedor.

Em tempo de contenção, acho ultrajante este tipo de prémios que não contribuem nada para a qualidade do ensino. Algum professor vai esforçar-se especialmente na sua qualidade de ensino, para conseguir um prémio que terá poucas esperanças de alcançar? É que só são distinguidos quatro professores por ano... e só um deles recebe os 25 000€.

Qualquer medida educativa que não seja para o melhoramento do ensino, neste momento, é injustificada. Até prémios de reconhecimento.

Andam os professores com carreiras congeladas, titularidade quotizada, reformas mais tarde, para o governo fazer este tipo de propaganda?

Não sou contra este prémio. Sou contra este prémio agora, num momento em que os professores estão a perder direitos em nome da contenção orçamental. Porque acho que não contribui para o melhoramento futuro do ensino, nem sequer motiva os professores... antes pelo contrário.

Hoje é dia de reflexão

Toda a gente a reflectir: Qual é que era já a lista que tinha o melhor sistema de som?

Isto do dia de reflexão em eleições para a Associação de Estudantes é engraçado... será que por haver campanha isso impede-nos de reflectir sobre qual a melhor lista? E por não haver campanha, isso vai fazer-nos reflectir?

De referir que um cartaz da lista B diz "Não puxes pela cabeça, vota B". É impressão minha ou o cartaz está a dizer que quem puxa pela cabeça não vota B?

Amanhã são as eleições. Que ganhe o menos mau.

terça-feira, novembro 13, 2007

Ainda as eleições para a Associação de Estudantes

A JSD é amiga.
Deu 50€ a cada lista. Assim conseguiu:

- Garantir que vai ter a AE da Henriques Nogueira com uma lista afecta à JSD.
- Fazer uma campanha barata de marketing, entre os jovens da Henriques Nogueira.
- Fazer com que os colaboradores afectos à JCP saíssem das listas (alguns...)
- Ganhar a simpatia de alguns estudantes, numa escola de tradição de esquerda.

A lista B inclusivamente tem cartazes que são iguais a um cartaz da JSD, com o símbolo da lista a substituir o símbolo da JSD. E o líder é membro da JSD... a lista alfa promete que a AE será "um espaço de (...) informação cultural, política, (...)".

Enfim... propaganda barata, onde não devia haver propaganda...
Amanhã é o dia de reflexão e na quinta vai-se a votos. Das duas, a Alfa é claramente a melhor, com maior capacidade de organização e melhores ideias... mas sou capaz de votar em branco, dada a promiscuidade com a JSD.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Começaram as eleições para a Associação de Estudantes na minha escola

Há duas listas: a alfa e a B

A lista alfa é a que já lá estava o ano passado e tem o slogan "Tempo de Mudança"
A lista B tem o slogan "Bota B que é o melhor que se bê"

Ambas são apoiadas pela JSD. Voto branco.

sábado, novembro 10, 2007

"O Governo transfere anualmente para universidades norte-americanas, ao abrigo de acordos interessantes, mas com contrapartidas reduzidas, verbas superiores às que transfere para algumas universidades portuguesas"

António Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, no Público

Isto é normal?
Com as propinas a aumentar cada vez mais, muitos alunos pensam duas vezes antes de entrar para a universidade. Outros, nem pensam duas vezes: não vão, porque não podem.
Já imaginaram a quantidade de capital humano que se está a desperdiçar quando se retringe o ensino superior aos que o podem pagar? A quantidade de bons engenheiros, médicos, economistas, e até dirigentes políticos que não o vão ser porque não podem pagar os custos da universidade... é que não são só as propinas: são os livros, o alojamento, os transportes, alimentação etc... já para não falar das pós-graduações, que com o Processo de Bolonha vão ser o mínimo exigido...

E em troca de quê? De um investimento em universidades americanas, para onde vão estudantes portugueses, que possivelmente vão lá ficar? Acordos internacionais podem ser uma boa aposta, mas o investimento num ensino superior economicamente acessível é essencial. Além disso, já temos relações com universidades de outros países através do programa Erasmus da UE... vale a pena tirar das universidades portuguesas para pagar universidades fora da UE?

quarta-feira, novembro 07, 2007

A Blogotinha lançou-nos um desafio, fazer um post em que apresentássemos 3 filmes e os relacionaríamos com um tema. Tal como ela, escolhemos a educação, apesar de nos terem sido roubadas 3 excelentes escolhas. Assim, escolhi 3 filmes que gosto de usar em aula:

1. Il Postino, de Michael Radford, para falar de poesia (il mondo intero é la metáfora di qualcosa)


2. The lord of the rings, para falar do sentido do épico (ride out with me)

3. Kids, de Larry Clark, para aulas de choque em formação cívica (educação sexual)


Lançamos o desafio a:

segunda-feira, novembro 05, 2007

Mudar de/o Sistema de Ensino... só há duas opções.

Sobre os rankings, já tudo foi dito. É a salganhada do costume: direita a querer provar que, por causa dos dados publicados, a escola privada é melhor; esquerda a querer provar que os rankings não interessam para nada. Penso que os rankings não têm a importância que se lhes quer dar: nem o valor sobreavaliado que os privatistas lhes dão, nem o valor subavaliado que o publicistas lhes dão.

Os rankings podem, na realidade, significar pouco. Mas para quem escolhe se vai pôr o filho no público ou no privado, isto pesa. A verdade, quer queiramos quer não, é esta: a classe média está a pôr os filhos nos privados. Qual é o problema disto? É que perde-se muitíssimo em vivências, compreensão de realidades diferentes (interclassismo) e formação individual. E também acho importante aprender-se a lidar com a incompetência, quer de alguns professores, quer de alguns colegas. Era uma pena se acabasse a escola pública.

Então, já chegámos a uma conclusão: hoje em dia, a escola pública está em competição com a escola privada. E está a perder terreno, quer em alunos, quer em suporte popular. Portanto, se queremos que a escola pública volte a ser a referência e a escolha, a escola pública, desculpem lá, mas tem de mudar. E quanto mais rapidamente melhor.

A escola pública tem de se tornar mais competitiva em três aspectos: em relação aos professores, em relação aos alunos e entre escolas. Só assim, com competição interna, a escola pública pode competir com a privada.

A escola pública tem de ser, desculpem-me mais uma vez, elitista. Peraí... elitista como? Ricos para um lado, pobres para o outro? Não. Atravéz de um sistema de vagas, onde se escolhe qual a escola que se quer frequentar, entrando-se por mérito. Isto não ia criar escolas de bons e escolas de maus alunos. Porque, numa escola com 600 vagas, entravam os 600 melhores, ou seja, muitos deles não eram propriamente bons alunos. E além disso, as famílias iam escolher escolas perto da zona de residência. E isto não queria dizer que se desistia da tentativa de uniformização dos meios... Quem pense que este método iria criar uma escola pública com guetos, desengane-se: se não houver um esforço para melhorar a liberdade de escolha de escolas pelas famílias, isso vai fazer as famílias optarem pelo ensino privado, e isso sim é elitização, mas em vez de ser quanto ao mérito, é quanto ao guito.
Esta medida aumenta logo a competição entre alunos e entre escolas (há outras coisas, mas isso falo noutro dia, se não esgoto tudo o que tenho para dizer sobre o tema do mês logo no primeiro post...).

E a competição entre professores? Para haver genuína competição tem de haver recompensa, e essa recompensa não pode ser pela negativa, ou seja: vocês iam chegar todos ao 10º escalão, mas agora há competição e só alguns é que lá vão chegar.
Antes, a competição tem de ser estimulada pela positiva, ou seja: vocês já recebem isto. Os melhores (não é os mais velhos, nem os que têm mais capacidade de liderança entre professores, é os que dão melhores aulas) vão receber mais, ou vão ter menos horário. É bom para os profesores e é bom para o ensino. É mau para o orçamento, mas tem de ser feito se queremos preservar a escola pública. O problema é que acho que há pessoas que não querem...

A aprofundar ao longo do mês...

sexta-feira, novembro 02, 2007

A proposta do Jumento

No Jumento, sobre o tema do mês, uma proposta nem sequer assim tão absurda. Eu pagava para ver:

"O colégio da Cova da Moura contra o colégio Planalto

Decidi fazer uma proposta absurda (ou talvez nem tanto), criar uma escola pública com os melhores alunos das escolas que servem os chamados bairros problemáticos, devendo ser escolhidos os melhores entre os mais pobres. Aos alunos dessas escolas deverão ser proporcionadas recursos que lhes assegurem condições de igualdade no acesso ao saber de que beneficiam os alunos do Colégio Planalto.

Todos assarão a dispor de computador pessoal, acesso à Internet, uma pequena biblioteca didáctica, acompanhamento de professores nos tempos livres (para proporcionar um acompanhamento equivalente aos dos pais dos alunos do colégio Planalto), um subsídio para que possam aceder a cinemas e museus devendo este tipo de actividades ser geridas a partir da escola e apoio directo aos pais para que saibam como acompanhar a actividade escolar dos filhos. Nessa escola leccionariam professores escolhidos entre o que apresentam melhores resultados, as instalações seriam confortáveis e modernas e contariam com transporte escolar próprio.

Nestas condições teríamos uma escola com as mesmas condições do Colégio Planalto, uma escola secundária da Opus Dei onde apenas entram os filhos de alguns dos mais ricos bons cristãos da nossa praça. Poderíamos, então, fazer um torneio entre o colégio da Cova da Moura e o Colégio Planalto, entre os meninos da melhor sociedade portuguesa e os “problemáticos” da Cova da Moura, para saber qual dos dois colégios ficaria melhor classificado no ranking das escolas secundárias.

Passados alguns anos iríamos comparar a posição do colégio da Cova da Moura no ranking do Colégio Planalto e ver se as virtudes do ensino privado são assim tão evidentes, se resultam da qualidade do ensino ministrado ou dos recursos e processos de selecção dos alunos.

Mas os resultados do ensino privado são assim tão brilhantes como tanto se tem dito?

A verdade é que os defensores da lista apenas olham para o seu topo e encontram aí fundamento para defenderem a superioridade do ensino privado. Esquecem-se de ler toda a lista pois teriam de explicar porque razão há tantas escolas privadas no fundo da tabela. Seria interessante se explicassem porque razão o Externato D. Duarte (Porto) está na 473ª posição, ou o externato Dom Dinis ficou pela 458.ª posição.

E se as vantagens do ensino privado são assim tantas porque razão o professor Marcelo, defensor do cheque-ensino, não opta por leccionar numa universidade privada? O que diria o professor Marcelo se um dia destes as suas turmas apenas contassem com alunos vindos do Colégio da Cova da Moura? Quase aposto que em vez do cheque-ensino viria defender a liberdade de inscrição no Colégio da Cova da Moura, viria dizer que o Estado discriminava os portugueses.

Seria engraçado se a maioria dos alunos das faculdades de medicina, da Universidade Nova ou da Faculdade de Direito de Lisboa fossem provenientes dos “colégios da Cova da Moura”, enquanto os sobrinhos e afilhados dos nossos “Marcelos” tivessem que se inscrever nas “Independentes” ou rumar para as universidades espanholas, como fazem muitos dos portugueses cujos pais não são supranumerários da Opus Dei.

A verdade é que os que defendem o cheque-ensino esquecem uma situação curiosa, os mais ricos financiam o ensino secundário privado, onde os custos são mais baixos, para depois serem os primeiros a escolher as universidades públicas onde os custos são bem mais elevados. Depois de andarem nas boas escolas privadas vão estudar para as boas escolas públicas. É evidente que os defensores do cheque-ensino estão a pensar apenas no ensino secundário, porque no que se refere ao ensino superior público parecem estar satisfeitos, são os outros que vão para as “Modernas” e “Independentes”.

Seria assim tão caro construir o Colégio da Cova da Moura? Ou estou muito enganado ou bastariam os impostos a que se escaparam os pais dos alunos das primeiras dez escolas privadas no ranking das escolas do ensino secundário para construir e manter dois ou três “colégios da Cova da Moura”. Bastariam os impostos a que se escapa o Opus Mullennium graças às artimanhs do director do seu contencioso fiscal para pagar uma dúzia de colégios da Cova da Moura."

quinta-feira, novembro 01, 2007

Tem do mês de Novembro- Escola Pública/Escola Privada

Muda o mês, muda o tema. E o tema do mês de Novembro é Escola Pública vs. Escola Privada.
Com a saída dos rankings dos resultados dos exames, aumentou a comparação entre Escola Pública e Escola Privada.

Se há uns anos a Escola Pública garantia uma qualidade muito próxima (superior?) à Escola Privada, a verdade é que, com a divulgação destes resultados, muitos questionam a qualidade do ensino público.
Por outro lado, nada garante que os colégios teriam os mesmos resultados se recebessem todos os alunos, e não apenas os que podem pagar uma escola privada.

Qual é a solução? Popularizar a escola privada, com o cheque-ensino? Privatizar a Escola Pública com o aumento de concorrência entre escolas e entre alunos? Deixar tudo como está? Acabar com o ensino público? Acabar com o ensino privado?

Que tipo de preparação dá a Escola Pública? Que tipo de cidadãos forma a Escola Privada?


Ao longo deste mês vamos analizar este tema, que não podia ser mais actual.

Hoje, dia de todos os santos, é feriado nacional

Às vezes até gosto da Igreja Católica...