sábado, junho 30, 2007

Gaves Raras

Se há coisa que me irrita são gajos que ganham a vida a fazer exames e depois cometem erros nos exames.
Como é que é possível tamanha incompetência? Como é que é possível esta gente existir?
Só mesmo no país da educação cor-de-rosa...

quinta-feira, junho 28, 2007

Blink! e mais um argumento pró-exames

O meu livro de início de férias foi Blink!, de Malcom Gladwell. É um livro que fala sobre as decisões/avaliações que fazemos instantâneamente, "sem pensar".
O objectivo do livro é mostrar que o subconsciente não é um lugar obscuro, onde colocamos aquilo que não temos a coragem de pensar conscientemente. É o subconsciente para além de Freud...

Quase todo o livro fala de um conjunto de experiências feitas por investigadores, que provam que existem decisões das quais não temos (quase) controle. Mais do que isso: muitas vezes as decisões ou avaliações feitas num piscar de olhos (Blink, em inglês), são melhores que as que duram meses ou anos...

Entre os capítulos do livro, chamou-me a atenção o capítulo "O Erro de Warren Harding". Este capítulo mostra-nos que nem tudo são rosas nas decisões feitas num piscar de olhos. Gladwell diz-nos que as avaliações feitas nos primeiros instantes de uma relação podem estar erradas, mas dificilmente saem-nos da cabeça. Mesmo que conscientemente mudemos a opininião sobre alguém, o primeiro pensamento que nos vem à cabeça quando ouvimos o nome da pessoa é aquele que tivémos no primeiro segundo do primeiro contacto com essa pessoa.

E o mesmo se passa com os preconceitos. O livro fala do Teste de Associação Implícita, ou IAT, que "mede" os nossos preconceitos em relação ao género ou etnia. O que é mais engraçado é que toda a gente tem maior facilidade em, por exemplo, associar "branco" a "bom" e "preto" a "mau", do que o contrário, o que mostra o racismo inconsciente de cada um. Mesmo o próprio Malcolm Gladwell, que é mestiço, ou os próprios afro-americanos têm esse resultado no teste.
Neste capítulo existem outros testes que mostram que se associa mulheres e pretos a menor inteligência do que homens brancos. E isto feito por pessoas que não são assumidamente racistas ou machistas... mas quando viram uma mulher ou um preto, todos os preconceitos vieram ao inconsciente.
E atenção: neste caso falava-se de raça e sexo, que são maneiras mais fáceis de distinguir as pessoas. No estanto, estas ideias imediatas que temos ao ver alguém estendem-se a outras características físicas, etárias ou comportamentais, e estão por vezes erradas.

Isto para dizer o seguinte (em relação à minha posição sobre os exames): quando eu falo na subjectividade que existe na avaliação feita por um professor ao longo do ano, falo disto. Destes preconceitos implícitos, involuntários e muitas vezes errados, que são cometidos em qualquer relação. Mas tudo isto é multiplicado numa relação professor-aluno. Porquê? Porque muitas vezes o professor e o aluno nunca conversaram fora da aula, ou seja, não existe reconhecimento da real personalidade e esforço da pessoa. O professor avalia por aquilo que vê, por aquilo que parece que vê, ou vislumbra, no meio da sala de aula.
Para qualquer professor que esteja a ler este post: lembrem-se do vosso ex-aluno Fábio (escolhi este nome aleatoriamente... espero que todos tenham tido alunos de nome Fábio...). Repararam na quantidade de informações e ideias que vos vieram à mente sobre esse aluno Fábio? Veio-vos logo à ideia que tipo de aluno era, que notas tinha, a sua participação na sala de aula, a sua postura e interesse etc etc etc... Se calhar não repararam, mas foi isso que aconteceu no vosso inconsciente e é isso que vos vem à cabeça quando corrigem o teste ou dão a nota a qualquer aluno.
Muitas vezes essa avaliação é injusta. Quando estes erros acontecem, são, na maioria das vezes, involuntários. Mas acontecem.

A vantagem do exame nacional é que o professor não sabe quem é o aluno. Não existe nada a atrapalhar a objectividade da avaliação (a não ser o tipo de letra, ou a maneira de escrever, mas isso não se compara com a chamada "avaliação contínua", em termos de subjectividade...).
E repito: o exame é a avaliação objectiva, e portanto deve avaliar a parte objectiva do que é ensinado na escola. Essa parte objectiva é, essencialmente, a matéria dada, os conhecimentos. Eu proponho exames a valer 50%, porque acho que 50% é o mínimo de conhecimentos objectivos que a escola deve ensinar. E já estou a ser muito liberal, pois atribuo 50% da nota às "outras competências"... Exames a valer 50% é mesmo o mínimo dos mínimos...

Blink! mostra-nos que o que nos fica de alguém é a avaliação feita nos primeiros segundos do contacto com a pessoa. E não podemos combater o que nos fica na cabeça. O que podemos combater é o que fica na pauta, que deve ser o mais justo e objectivo possível. Mais exames é mais objectividade e mais objectividade é mais justiça na atribuição de notas...

P.S.: Já agora: se quiserem fazer o teste IAT, façam-no aqui e descubram que são uns porcos racistas e sexistas...

segunda-feira, junho 25, 2007

Pergunta da Semana

O que é que faz um blogue sobre educação nas férias?

Citação da Semana

"Não vemos as coisas como são, mas sim como nós somos"

Anaïs Nin
Via Logos Library, por sugestão do Ctrl.Alt. Del

(Subjectivismo allez allez!)

domingo, junho 24, 2007

Porque amanhã é segunda...

...e é a primeira semana sem aulas! Sei lá, apeteceu-me imitar o titulo mas com um dia diferente...falta de inspiração? não! Falta de computador em casa...fogo, é cá uma atrofio, queu vou-vos contar! Fazem-se outras coisas que dantes se faziam mais amiúde...mas o computador faz mesmo falta!
E já tinha saudade de vir para aqui dizer disparates...quisto tá muito sério...(as outras duas cobaias estão sempre muito revoltadas, muito oprimidas, muito enraivecidas...ai k ainda sou despedida...)...mas é mesmo para isso que este maravilhoso blog serve! Para cascar, a sério e a brincar! Eu gosto mais desta última parte...porque da primeira ando eu farta, e gosto de a fazer "tête-à tête", sei lá! Sabe sempre bem uma peixeiradazita...lol...se eu apanhasse ao vivo e a cores certas pessoas, era uma bela tourada...de frente, claro! Sempre! Olé!
O que é que eu tenho para dizer? ....hummm...nada de especial...ahh, esqueci-me! Tenho uma noticia fixe, sim senhores! Finalmente vou ter a oportunidade que sempre esperei neste sistema de ensinozinho da tanga...vou ter um Clube na escola! Onde se vão fazer coisas girissimas (espero!) ligadas àquilo que eu mais curto fazer com os miúdos: caturrar! Eles vão declamar, dramatizar, dançar, relaxar, pensar, escrever, ler, pintar e sei lá mais o quê! Espero que nunca mais na vida me voltem a obrigar a leccionar jardinagem...já nem me queixo dos miúdos menos bem comportados que tive! Porque esses, com as palavras e as actividades certas, íam lá! agora, obrigarem uma gaija a fazer o que ela não gosta...é como obrigar um gaijo a comer a comida da sogra todos os dias...mas daquelas sogras que cozinham muita mal...mesmo muita mal...e os gaijos têm que dizer que tá muita bom!!!
Agora vem a critica...como não podia deixar de ser, off course!
É triste! é mesmo triste que eu tivesse que esperar 15 anos para por um sonho a funcionar...eu sei que vai saber muito melhor...mas se o nosso sistemazinha da tanga não andasse sempre a mudar os professores de escola, casa às costas (foram SÓ 6 anos com a casa às costas e 12 escolas até à data...infelizmente existem situações bem piores, eu sei!), isto já tinha sido colocado em prática há buéééérééréé! Agora já não vou conseguir fazer a espargata frontal...mas mando fazer!!
Deixa-me cá falar um bocadinho da minha rica matemática...que eu não vou leccionar pró ano...porque tá entregue a umas senhoras que estão lá a escola há muuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiitos anos...e não querem dar ciências...40% de negativas na prova de aferição? Muito mau meninos e meninas! a Matemática pode ser um jogo mas, como qualquer jogo, se não se souberem bem as regras, perde-se! Por isso, apesar do nosso sistema de ensinozinho da tanga não estar a praticar uma pedagogia muito certa no ensino da Matemática (é desta que me processam...), temos que nos agarrar ao que nos dão! e com unhas e dentes! Se não, tá tudo tramado! Fazem favor de treinar o vosso raciocinio e o cálculo mental para terem melhores resultados, certo? e decorem a tabuada! Porque eu também a decorei, apesar de só mais tarde a ter compreendido (sim, porque, na altura não havia máquinas de calcular...só no 10º ano é que tive direito à minha máquinazinha!), e não morri! tou aqui vivinha da silva! Apliquem-se, crianças deste país! sabe bem termos os neurónios a operar bem! E é horrivel ouvir alguém dizer "ai o meu filho não gosta nada de Matemática!"...então gosta de quê? de comer pão com manteiga? Ó pais-das-crianças -que-dizem-que-não-gostam-de-matemática, incentivem os vossos meninos com jogos, puzzles, adivinhas, concursos! tudo isso são jogos que desenvolvem o raciocinio, logo desenvolvem a aptidão para a aprendizagem das coisinhas mais complicaditas que aprendem nas aulas de Matemática, certo?
Pronto, eu calo-me!...
Não sei quando poderei aqui voltar...mas espero que seja breve, e de computador novo...ao que me parece!
Adios compañeros! Beijinho bom! Caturreiiiiiiiiiiiiiiiiiiira...

Porque hoje é domingo - Papiroflexia

sábado, junho 23, 2007

O debate da petição da TLEBS

Foi debatida ontem no parlamento a petição da TLEBS. Segundo o PÚBLICO de hoje, o ministro dos assuntos parlamentares, Augusto Santos Silva, além de ter criticado o anterior executivo PSD/CDS-PP - "Foi uma aventura pseudopedagógica que poderia ter sido evitada e que foi criada em 2004 pelo Governo PSD/CDS-PP" teve esta afirmação espantosa:
  • "O actual Governo não concorda com experiências que têm uma parte dos estudantes como cobaias devido ao princípio da igualdade de oportunidades", criticou o ministro. Por essa razão, explicou, o Governo PS generalizou a todos os alunos a aplicação da TLEBS."
Estou a perceber a lógica, o governo achava injusto aplicar uma "aventura pseudopedagógica" a uma parte dos estudantes não porque os estaria a meter numa "aventura pseudopedagógica", mas pelo princípio da igualdade de oportunidades, que diz que quando se trata de uma "aventura pseudopedagógica", todos têm o direito de ser metidos nelas, mesmo que na verdade se trate de uma, humm, "aventura pseudopedagógica".

Agora, sim, percebi. Bastava ter sido assim tão claro ao início, de certeza que se teriam evitado muitos mal-entendidos e que teria havido maior adesão à TLEBS:
  • "- meus amigos, isto trata-se de "aventura pseudopedagógica" e em nome da igualdade de oportunidades, vão todos meter-se nela, porque era injusto ser uma aventura só para alguns! Viva a Educação cor-de-rosa! Viva Portugal!"
A mim tinha-me convencido. Se calhar isto é um atestado de atrasados mentais ao Ministério da Educação, aos linguistas, aos professores, alunos e pais - o governo sabia que isto era uma "aventura pseudopedagógica", mas "sabemos como são as crianças, têm que cair sozinhas para aprender, não é, e não se lhes pode dizer as verdades todas..."

E ninguém se demite?

sexta-feira, junho 22, 2007

O escândalo das explicações no Colégio Alemão

Em conversa com amigos sobre esta época de exames e a pressão das explicações, fiquei a par de uma situação no mínimo escandalosa.

Na Escola Alemã, um dos colégios preferidos da nossa elite lisboeta, os alunos cujo professor recomenda que necessitam de explicações podem obtê-las de fonte qualificada, nomeadamente do seu próprio professor. Pago à parte, naturalmente.

Este negócio começa logo no pré-escolar e floresce no 1º ciclo, a pretexto de dificuldades com o domínio da língua alemã. A professora fala com os pais, diz-lhes que a criancinha está atrasada com o alemão, que precisa de explicações e apresenta-se logo como explicadora.

Uma criança do 1º ano paga 25€ por uma hora de explicações, que muitas vezes têm lugar nas próprias instalações da escola, para conforto de todos, embora não se trate de uma actividade oficial. Como grande parte das explicações neste país, não é emitido recibo pelo explicador... Se a professora da turma já tiver muitos explicandos, há sempre uma colega que pode dar conta de mais um...

Se qualquer coisa parecida com isto acontecesse numa escola oficial, caía logo o Carmo e a Trindade, e choviam processos disciplinares! Como é num colégio privado, os membros do governo, directores-gerais e afins, pagam, calam-se e olham para o lado, que isto de ser elite tem o seu preço...

quinta-feira, junho 21, 2007

Estatísticas

4 em cada 10 alunos do 6º ano teve negativa a matemática (1ª página do PÚBLICO).

6 em 10 alunos do 12º ano teve fome durante o exame de matemática de hoje (estatísticas à porta da ES local). O que haveria de tão importante para fazer até às 11.30 que impedisse o exame de começar mais cedo e, obviamente, acabar a horas decentes de ir almoçar?!

Foi uma retaliação contra as críticas da Associação de Professores de Matemática? Será uma experiência pedagógica? Será que o ME descobriu uma correlação entre a fome e o raciocínio matemático, mas ainda não a divulgou oficialmente para nos dar um avanço em relação aos outros países subdesenvolvidos do planeta?

quarta-feira, junho 20, 2007

Mais um tiro na credibilidade da imprensa escrita

Título do DN: "Ladra, Nelly Furtado foi filmada a roubar jóias" (via 31 da Armada, o único blogue da direita democrática. Da direita que não mete nojo)

Isto vem atestar este post que eu fiz há uns dias... quanto mais os blogues crescem (então agora, com o blogger em Português...), mais os jornais perdem a credibilidade.

É que nem um tablóide inglês faria um título destes...

Bloguer???

Blogger em Português?
Ah pois é! Eu até me passei... "Painel" em vez de dashbord, "Envio de mensagens" em vez de New Post... sim senhora...
Mas acho bem...

O exame de LP do 9º ano

No ano passado, o exame de Língua Portuguesa do 9º ano foi criticado por ter um conjunto de questões de escolha múltipla a testar a compreensão de um poema. Vai daí, o deste ano tem questões abertas a testar a compreensão do texto.

Mas só um olhar distraído poderá ver nisto um sinal positivo - é que as ditas questões, na sua maioria se limitam a pedir ao aluno para retirar informação do texto... Portanto, limitam-se a avaliar os níveis mais baixos de competências dos alunos.

Obras literárias mais uma vez fora do exame, a produção de um slogan, gramática muito simples, não vá a TLEBS tecê-las, enfim, uma nulidade que reforça a mensagem de facilitismo e de andar a trabalhar para as estatísticas...

Mais do que tecer considerações sobre a facilidade ou dificuldade, há que afirmar com clareza - ao contrário do parecer da app, este exame não avaliou correctamente as competências de língua portuguesa exigidas no final do 9º ano. Qualquer aluno de 6º ano a resolveria com facilidade (com uns ajustes nos conteúdos gramaticais).

Humm, se calhar foi mesmo isso, um erro de impressão, que inverteu o 6 original e que levou à distribuição de uma prova prevista para o 6º ano...

O que eu gostei mais do debate para a CML

- A "claque" do Carmona
- O Sá Fernandes a dar uns dossiês ao Telmo Correia
- Vêr Garcia Pereira (do MRPP) e Pinto Coelho (do PNR), na mesma manifestação, e pela mesma causa. Ainda mais engraçado: concordo com ela... (e não fui só eu...)

terça-feira, junho 19, 2007

O exame de 12º segundo o porta-voz da APL

O "porta-voz da APL", Associação de Professores de Linguística, Paulo Feytor Pinto, também conhecido por ser presidente da APP, Associação de Professores de Português, lamenta que o exame de Português de 12º ano não avalie em maior profundidade os conhecimentos de gramática dos alunos.

Não deixa de ser curioso que a APL se alheie desta discussão - ainda deve estar amuada com a trapalhada da TLEBS, mas tem Paulo Feytor Pinto para lhes tomar as dores... Que outra solução havia para resolver este ano, com atestado de incompetência passado à TLEBS para o básico, mas em vigor no secundário, que não esta?

Gostava que a APP, além de se lamentar, tivesse publicado as questões que, na sua opinião, estariam adequadas a aparecer no exame, sempre era mais construtivo que a postura Calimero, que, ainda por cima, gostava de implementar orais para avaliar o 12º ano. Mas será que a frequência das aulas já não serve para nada?

segunda-feira, junho 18, 2007

Re: Os exames deviam valer 50%

Agora que os exames regressam, deixo aqui um post que eu fiz em Setembro de 2006, onde digo que os exames deviam valer 50% da nota e porquê. Ei-lo:

"Leram bem. Sou aluno e acho que os exames, apesar dos maus resultados deste ano, deviam valer 50% da nota, em vez dos actuais 30%... porquê? Por uma simples razão: isso beneficiaria TODOS os alunos. Como? Vejam:

-segundo o sistema actual dos 30%, um aluno que tenha uma nota final do ano 4, se tiver 3,4 ou 5 no exame, a sua nota não se altera. Ou seja, esse aluno só pode descer de nível com a nota dos exames, pois se tiver 1 ou 2, a nota desce. capiche?
-se os exames valessem 50% do total da nota, o aluno, obviamente se tivesse 2 ou 1 descia (tal como acontece no sistema actual), mas se tivesse 3 (média de 3.5, que se arredonda para 4) ou 4, mantia a nota. Até aqui tudo igual. A grande diferença é que, se o aluno de 4 tirasse 5 no exame, ficaria com média de 4.5, que se arredondava para 5... subia a nota.

O mesmo acontece com o aluno de 3. Se os exames valessem 50% só descia para 2, se a nota do exame fosse 1 (tal como acontece com o sistema dos 30%), se tivesse 3 mantinha a nota (média de 3.0) e se tivesse 4, subia a nota (média de 3.5, arredondada para 4). No sistema actual só sobe se tiver 5 no exame... difícil, hã?

Não sei se me fiz entender, mas o que eu quero dizer é: se os exames valessem 50%, a avaliação era mais justa, pois não seria a critério do professor, mas (ainda mais) a critério de um teste nacional de conhecimentos, igual para todo o país, e os alunos sairiam mais beneficiados do exame, o que contribuía para uma média melhor dos alunos portugueses face à europa- eu chamo a isto "interesse nacional".

Porque é que os exames não foram assim desde início? porque se calhar convém à ministra e ao governo que se diga "ai os alunos não estudam nada" e "ai os professores não sabem dar aulas", para que estes possam aplicar as suas medidas estritamente economissistas nas escolas, nunca beneficiando os educadores, os educandos e a educação."

Para quem este ano faz exames, boa sorte! Tudo de bom!

P.S.: Caros co-bloggers e visitantes: criei a etiqueta "Cassete" para quando quisermos repetir textos antigos.

20.000 page-views


Não tá mau...

Citação da Semana

"As coisas que melhor sabemos são aquelas que nunca aprendemos"

Luc de Clapiers, Marquis de Vauvenargues
Via Logos Library, por sugestão do Ctrl.Alt Del.

domingo, junho 17, 2007

Manu Chao: Valsa para Sarkozy



Via Canhotices

O Jogo Da Década

Frets on Fire
Para quem não tem PlayStation ou não quer comprar o equipamento do Guitar Hero, existe alternativa. Frets on Fire é a alternativa.
O conceito é agarrar o teclado como se fosse uma guitarra









Depois joga-se com os botões F1, F2, F3, F4 e F5 para dar as "notas" e com o Enter para "tocar".
O objectivo é acompanhar as cores que aparecem no écran









Comecem por fazer o "tutorial" (onde vão ser insultados) e depois comecem no nível Easy para a música Bang Bang, que é a mais fácil.
O jogo vem com 3 músicas, mas a monstruosa espectacularidade deste jogo consiste no seguinte: pode-se criar ou fazer download de qualquer música e tentar tocá-la no Frets on Fire!
Uma rápida pesquisa no Google dá logo acesso a vários sites e foruns com montes de músicas para sacar. Mas atenção: ninguém pense que vai aprender a tocar guitarra com isto! Isto é puro entertenimento. O que eu gosto mais é de jogar com a alma, se fôr preciso, partir o teclado... então em grupo, este jogo é espectacular.

Ah, e já me esquecia... o download do jogo é gratuito. Joguem, e não se esqueçam de sacar as vossas músicas favoritas.

Download do jogo: http://fretsonfire.sourceforge.net/

Um bom forum: http://www.fretsonfire.net/
Outro bom forum: http://keyboardsonfire.net/
Downloads de músicas: http://www.fretsonfirehost.com/
Um video(não é meu...)
Um blogue: http://blog.keyboardsonfire.net/

Porque hoje é domingo - Yoga for relaxation with Tara Stiles

sábado, junho 16, 2007

E depois são os blogues...

Ontém, no suplemento «Ípsilon» do Público havia uma notícia com o título "Jim Carrey apaixonado por um companheiro de cela." Olha, e eu que nem sabia que ele estava preso...
Pois, só que a notícia depois mostra-nos que "Jim Carrey vai interpretar o papel de um homem casado que se apaixona, ao ponto da obcessão, pelo seu companheiro de cela"
Isto nem o The Sun fazia. Porque é que o Público, que é o Público, põe um título destes?

Os títulos enganosos são muito manipuladores, porque muitas vezes lê-se só o título. Já há umas semanas o Correio da Manhã pôs como título "Fisco penhora Sá Fernandes", referido-se não ao Zé, mas ao Ricardo Sá Fernandes...

Já nem os jornais têm credibilidade. E depois não se esqueçam de culpar os blogues da queda da imprensa escrita... A única maneira de os jornais sobreviverem é terem a credibilidade que a net não tem e apostarem em bons comentadores e bons suplementos. E o DVD grátis também ajuda...

Responsabilidades?

No PÚBLICO de hoje:

"Um acórdão do Tribunal Constitucional (TC) desta terça-feira classificou como "inconstitucionais" as normas que, no final do ano lectivo 2005/2006, permitiram repetir os exames de Física e Química do 12.º ano, necessários para ingresso no ensino superior, apenas aos alunos que compareceram na 1.ª chamada.

Uma decisão que colocou em desvantagem os cerca de 10 mil alunos que compareceram na 2.ª chamada, que não tiveram direito a uma hipótese suplementar. O TC vem assim contrariar as posições da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que desde o começo desta polémica sempre garantiu ter agido de acordo com a lei."

Continuará o sr. secretário de estado que teve a brilhante ideia a assobiar para o ar, ou assume finalmente as suas responsabilidades e demite-se?

sexta-feira, junho 15, 2007

Estou oficialmente de férias

A pergunta da semana, na Terça-feira, era: Qual o melhor sistema de gerir o tempo de férias?
Como já tinha dito, existem dois sistemas:

1. Poucas e pequenas férias intercalares e grandes férias de Verão.

2. Muitas férias intercalares e menores férias de Verão.

Na minha opinião, o melhor sistema é o sistema 2. Porquê?

- As férias servem para descansar do tempo de trabalho. Muitas vezes, em Setembro, parece que servem para descançar das férias...
- Férias intercalares aumentam a productividade.
- O que é que dá mais sensação de descanço: uma semana no meio das férias ou uma semana entre os tempos de trabalho?
- As férias de Verão, no fim, já irritam...

O inconveniente deste sistema é o de sempre: e os pais, onde é que deixam os filhos?
Aqui é que está o problema. Mas existe sempre uma solução. E as soluções são mais fáceis de encontrar quando há abundância (excesso) de recursos humanos.
Existem professores desempregados. Contrate-se esses professores para ATL/OTL durante essas férias. Esses professores ganhavam dinheiro durante esse tempo e depois seriam priveligiados nas colocações.

Fácil, barato, productivo, bom para todos. Faça-se.

O princípio de uma Era?

O relato já correu pelos blogs, agora o Sindicato vai processar o Estado, segundo o PÚBLICO de hoje. Dará em alguma coisa, ou será apenas o princípio de uma Era, em que os professores morrerão nas escolas, de preferência de pé, com o livro de ponto na mão?
  • "Manuela Estanqueiro, professora da EB 2/3 de Cacia, em Aveiro, faleceu no dia 2 de Junho, vítima de leucemia, depois de ter sido considerada apta para o exercício de funções, o que a obrigou a voltar à escola para não perder o vencimento."

quinta-feira, junho 14, 2007

Kah Ra Shin

Agora que chegaram as convocatórias para correctores de exames de Língua Portuguesa 9º ano, está na altura de aderir ao movimento filosófico Kah Ra Shin. Talvez ainda se vá a tempo de resistir ao que já se espera...

Não há palavras caras - Filosofia

"Filosofia (do grego Φιλοσοφία: philos - amor, amizade + sophia - sabedoria) modernamente é uma disciplina, ou uma área de estudos, que envolve a investigação, análise, discussão, formação e reflexão de ideias (ou visões de mundo) numa situação geral, abstracta ou fundamental. Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceites sobre a sua própria realidade. "

Ora bem, de volta ao trabalho, a Filosofia para muita gente é a pergunta "quem sou eu?"...Muita gente vai pelo lado prático e fica descansadinha da silva "sou uma pessoa que neste momento está com pensamentos inuteis que não me vão fazer ganhar dinheiro"... Por acaso invejo essas pessoas! Era bom viver sem estas preocupações que só chateiam a cabeça... Ainda se houvesse um prémio para a resposta! Mas assim... Mas, nem a Filosofia se resume a esta pergunta, nem se trata levianamente! A Filosofia é uma ocupação a tempo inteiro, não um part-time para quando estamos sem fazer nada!
Existe muito boa gente que vive para pensar, para reflectir sobre o mundo...
Claro que a Filosofia não produz nada a não ser ideias, não causa lucro ao país, não aumenta o PIB, não alimenta as crianças esfomeadas... Apenas tenta esclarecer o Homem, pô-lo a pensar acerca de tudo... Não o deixa estagnar!
A Filosofia que temos na escola, não é das mais motivantes, pelo menos no primeiro ano pois é basicamente a história da filosofia, mas é uma disciplina que "ensina a pensar" e nos mostra diferentes opiniões e pontos de vista de diferentes pessoas em diferentes épocas. Basicamente é uma pequena amostra da Filosofia a sério! Eu tive sorte, calhou-me uma stora que sabe motivar os alunos, que nos sabe levar a estudar e a não achar as aulas uma seca ( mesmo que a matéria não seja das melhores).

Um post a sério sem conversas de treta! Primeiro em 3 semanas!

Aeroporto nas ruínas do castelo!

Daniel Oliveira, num exercício de ironia em relação às estúpidas declarações de António Costa:

"Se deve ser no Oeste, porque é que ainda ninguém propôs que fosse no centro de Torres Vedras?"

Porque Torres nem sequer tem via rápida para Santa Cruz, quanto mais um aeroporto...

P.S.: Já agora, porque não a solução Torres Vedras+1, com o aeródromo de Santa Cruz? Ah pois, a via rápida...

quarta-feira, junho 13, 2007

Manu Chau - Rainin’ In Paradize

Primeiro single do álbum “La Radiolina” que será lançado em Setembro

Adeus tristeza, até depois...

...acabaram-se ajaulas de hortofloricultura!!!!

YEEEEEEEEEEEEESSSSSSSSSSSSSSS
...VOLTO JÁ!
Santo António, milagreiro
Neste dia koje é teu
Dá-me aquilo queu mais quero
E kum dia há-de ser meu
...lisboeta ké gaija tem que fazer uma prosa!!!

terça-feira, junho 12, 2007

Pergunta da Semana

Existem dois sistemas de organizar as férias ao longo do ano:

1. Poucas e pequenas férias intercalares e grandes férias de Verão

2. Muitas férias intercalares e menores férias de verão.

Que sistema é o melhor/mais adequado?

Avaliação do projecto dos portáteis

De onde veio a ideia genial de distribuir portáteis a 150€ se só agora (até ao fim do mês) a CRIE anda a solicitar a avaliação exaustiva do projecto dos portáteis, o tal que equipou as escolas com 24 portáteis (em média)?

Não faria mais sentido recolher e analisar os resultados de uma medida com um impacto tão grande, antes de pretender generalizar o uso dos portáteis nas escolas? Será que têm a noção de que uma aula com 14 portáteis evolui rapidamente, como avançar dos minutos, para uma experiência digna do homem-aranha, com fios de alimentação espalhados por todo o lado?

Será que lhes interessa saber o que os coordenadores TIC vão dizer do que é a realidade do uso destes portáteis nas escolas? Ou o que importa mesmo é o fogo de artifício?

Morra o Dantas, PUM!

segunda-feira, junho 11, 2007

Citação da Semana

"Aprender sem pensar é tempo perdido"

Confúcio
Via Citador.pt

Mais exames! Os argumentos de quem lá quer andar

Resposta ao post de Ctrl.Alt.Del, aqui em baixo:

A notícia diz que os exames são feitos "from the age of seven".

Eu não pedia tanto. Eu concordo com exames
- nacionais
- com avaliação nacional
- a todas as disciplinas
- feitos para a média, e com os objectivos disciplinares, por um organismo de estado competente
- que contem 50% da nota, ou mais(nunca ultrapassando os 65%...)
- no 6º, 9º e 12º ( em que os alunos vão ter, respectivamente, 11/12, 14/15 e 17/18 anos ou mais)

Isto não é abusivo.
O que é abusivo é ter em períodos de 2 meses e meio, 2 testes à mesma disciplina, que contam 100% da nota (há que reconhecê-lo...), e em que a matéria é reduzida. Pior: é muitas vezes avaliado pelo cabeçalho.

Quando digo que conta 100% da nota, estou a falar da realidade, e não dos papelinhos que nos dão no início do ano, onde o teste conta 55%. Outros chegam à hipócrisia de dizer que o teste só conta 45% da nota (teoricamente, um aluno pode ter nega nos dois testes e ter 4 na pauta...). Toda a gente sabe que os testes contam 100% (vá lá 90%) da nota. Esta é a realidade e este é o stress que representa fazer um teste.
E mesmo que o teste só contasse 55%, contava mais do que os 30% que os exames contam actualmente.

Quanto ao argumento das "outras capacidades". Digam-me quais são. Suponho que, quem concorda que o único meio de avaliação deve ser a avaliação subjectiva de um professor, ache que estas outras capacidades são a simpatia forçada, o graxismo, as aparências etc... São realmente capacidades úteis nas empresas, acredito que sim. Sobretudo em Portugal...

As funções da Escola são ensinar conteúdos, preparar para a vida adulta, proporcionar experiências sociais com vista ao crescimento social do aluno, educar à cidadania, democracia, respeito, liberdade e responsabilidade e ser uma descoberta de vocações (profissionais, sobretudo).

Se existem "outras capacidades" a avaliar, façam-se disciplinas a avaliá-las e exames nacionais que provem que os alunos têm essas outras capacidades (ninguém disse que tinham de ser escritos...)

Mais exames? A experiência de quem já lá anda.


Call to ban all school exams for under-16s

· Damning verdict on culture of testing
· Stressed pupils 'in state of panic'


Anushka Asthana, education correspondent
Sunday June 10, 2007
The Observer


All national exams should be abolished for children under 16 because the stress caused by over-testing is poisoning attitudes towards education, according to an influential teaching body.

In a remarkable attack on the government's policy of rolling national testing of children from the age of seven, the General Teaching Council is calling for a 'fundamental and urgent review of the testing regime'. In a report it says exams are failing to improve standards, leaving pupils demotivated and stressed and encouraging bored teenagers to drop out of school.

(...)

'The range of knowledge and skills that tests assess is very narrow and to prepare young people for the world they need a set of skills that are far broader.' Exams as they stood, he said, were 'missing the point'.

Artigo completo do jornal Guardian

sábado, junho 09, 2007

Áustria na vanguarda

Áustria instaura voto aos 16 anos

O chanceler social-democrata Alfred Gusenbauer disse que "a política vai ter agora que se ocupar mais das exigências do jovens"

De notar que apenas um partido votou contra e que esta lei estava prometida durante a campanha. Os maiores de 18 votaram e democraticamente escolheram um partido que tinha no programa esta lei. É um sinal de vanguarda. Vanguarda por parte dos jovens austríacos, a quem foi confiado o direito de participação na democracia, e por parte dos adultos, que votaram nesta lei.

Pessoalmente, não sinto grande vontade de votar. Nem quando tiver mais de 18. Mas esta lei tem implícitos princípios muito positivos, princípios de uma civilização avançada. Vanguardista.

Avaliação e certificação dos livros escolares

Leio no PÚBLICO que uma fonte do Ministério da Educação informou que a nova lei sobre avaliação e certificação dos livros escolares vai excluir as referências publicitárias nos manuais. A nova orientação estria expressa na regulamentação da Lei n.º 47/2006 (28 de Agosto), aprovada pelo Governo no passado dia 10 de Maio, e que estabelece o regime de avaliação e certificação e adopção dos manuais escolares dos ensinos básico e secundário.

Curiosamente, a referida Lei é omissa em relação a esse assunto (?!), embora seja interessante pensar como se vai abordar o texto publicitário no 3º ciclo (provavelmente através das marcas brancas...).

Coisas que se descobrem a ler este tipo de literatura pornográfica:

  • definição de Manual Escolar (Artigo 3º, b) - "o recurso didáctico-pedagógico relevante, ainda que não exclusivo, do processo de ensino e aprendizagem, concebido por ano ou ciclo, de apoio ao trabalho autónomo do aluno que visa contribuir para o desenvolvimento das competências e das aprendizagens definidas no currículo nacional para o ensino básico e para o ensino secundário, apresentando informação correspondente aos conteúdos nucleares dos programas em vigor, bem como propostas de actividades didácticas e de avaliação das aprendizagens, podendo incluir orientações de trabalho para o professor;
Apesar da definição referir que é um recurso "relevante, ainda que não exclusivo", o artigo 5º, acrescenta:
  • "3—Os docentes podem elaborar materiais didáctico-pedagógicos próprios, em ordem ao desenvolvimento dos conteúdos programáticos e de acordo com os objectivos pedagógicos definidos nos programas, desde que tal não implique despesas suplementares para os alunos."
Portanto, os professores até podem elaborar materiais, mas têm como castigo pagar do seu próprio bolso as fotocópias, a Lei ilegalizou a prática degradante de pedir dinheiro aos alunos para pagar as cópias, quando as verbas da escola mal cobrem as fotocópias dos testes.

Finalmente, como a Lei define que a competência da adopção dos manuais escolares pelas escolas é "do respectivo órgão de coordenação e orientação educativa" (art. 16º, 2), a promoção de manuais escolares (que passa a ter datas e regras), passa a ser dirigidas ao órgão competente para a sua adopção, "sendo proibida qualquer actividade promocional dirigida aos professores susceptível de condicionar a decisão de adopção, designadamente a que inclua a oferta de manuais escolares, bem como de qualquer outro recurso didáctico-pedagógico".

Portanto, nem sequer os manuais recebemos, para poder escolher. O órgão referido é o Conselho Pedagógico, que recebe os manuais e as acções de promoção. Se nos pedirem a opinião (ou provavelmente apenas aos titulares do departamento), pode ser que nos emprestem os manuais...

Por legislar, fica o empréstimo dos manuais aos alunos, a que as escolas ficam desde já obrigadas, mas em regras a publicar no prazo de um ano...

sexta-feira, junho 08, 2007

Não há palavras caras - Férias!!!

Muito bom este post!
acho-o de grande qualidade só pelo titulo!

Existem muitas discussões em relação a elas!
Do género:

Conversa de mãe: As férias servem para estudar e manter a matéria em dia (esta também se aplica aos professores)
Conversa de filho: As férias são para descansar!

Cm: Arrumas a casa e ajudas-nos enquanto estamos a trabalhar
Cf: Combinei ir á praia com o João/Francisco/Maria/ Joaquina

Cm: Tomas conta do teu irmão/ irmã
Cf: Ele que não faça disparates que não tem que ter ninguém a tomar conta

Aqui fica a grande questão (não te quero roubar audiência, baldassare!):
Para que é as férias servem?
Quero respostas dos alunos e dos professores!

(sem paciência para escrever nada mais sério!!)

Medidas educativas da China

José Mota
Matraquilhos estão a conquistar os asiáticos

"O governo central tem também um programa de apoio à prática de matraquilhos nas escolas e, com a colaboração do ITSF China, prepara-se para instalar centenas de mesas em várias escolas e universidades da província de Guizhou, no interior do país."

Matraquilhos enlouquecem chineses (JN)

quarta-feira, junho 06, 2007

E se o professor não deu a matéria?

Pergunta da Semana: "Se o professor não deu a matéria (toda), como é que os alunos vão a exame? O que é que se faz?"

Resposta do meu co-blogger Ctrl.Alt.Del.: "O professor não dá matéria, segundo o ME é um "facilitador de aprendizagens" e um "criador de situações de aprendizagem"; assim, se há matéria que o aluno não aprendeu, o problema é, obviamente, dele ;-)"

A culpa não é, obviamente, do aluno. A culpa é, obviamente, do professor que não deu a matéria.
Mas essa não era a minha questão. A minha questão é "se o professor não deu matéria, o que é que fazem os alunos?". Não podem fazer nada. Nem os que estiveram nas aulas. Eu, a esta pergunta, queria respostas, não ironias...

Sinceramente não sei. Pode um aluno ser prejudicado pela incompetência de outra pessoa? Não, certamente. Como resolver este impasse? A pergunta da Semana mantem-se.

P.S.: O professor dá matéria. É um facilitador de aprendizagens, é um criador de situações de aprendizagem, é um estimulador do pensamento, mas tem de dar matéria.

A banhada dos portáteis para todos

Lançada com pompa, embora aparentemente arrancada a ferros, aí está a iniciativa do governo para "dar" computadores com banda larga a 150 euros alunos e professores. Desde que ouvi falar disto que sentia que alguma coisa nesta história não estava bem - quando a esmola é grande... Hoje o PÚBLICO traz mais pormenores.

Então afinal, os 150 euros representam um "máximo de 150 euros de entrada". Afinal não são computadores a 150€, essa é só a entrada, depois continua-se a pagar "prestações mensais cinco euros abaixo da oferta praticada no mercado". Portanto se o mercado estiver a oferecer o mesmo produto com prestações mensais de 50€, pagar-se-á uma prestação de 45€, sem que se saiba durante quanto tempo (3 anos - a duração do secundário?).

Afinal, entre a entrada baixa e o desconto de 5€ por mês (3 anos - 36 meses), acaba por sair um computador portátil uns 50 ou 100€ abaixo do preço de mercado. Eis a revolução anunciada que vai fazer choque tecnológico. Era tipo danoninho, só faltava mesmo um bocadinho...

terça-feira, junho 05, 2007

Pergunta da Semana

Se o professor não deu a matéria (toda), como é que os alunos vão a exame? O que é que se faz?

segunda-feira, junho 04, 2007

Citação da Semana

"A aprendizagem da aranha não é para a mosca"

Henri Michaux
Via Citador

sexta-feira, junho 01, 2007

Queremos exames!

"Queremos exames!". Quantas vezes já ouvimos alunos a dizer isto...
Cerca de zero vezes, para ser preciso. Porque é que eu acho que os alunos beneficiam dos exames? Porque é que eu quero ser avaliado por exames?


  • Antes de mais nada, é uma questão de princípio. Eu quero ser avaliado pelos meus conhecimentos, e não quero ser prejudicado pela avaliação subjectiva de um professor. Os professores são humanos, têm sentimentos. E esses sentimentos podem levar a um erro na avaliação, ou a alguma parcialidade. Por isso a avaliação deve ser feita por um exame nacional, igual para todos os alunos. Só assim se pode avaliar objectivamente os conhecimentos dos alunos.

  • Muitos alunos beneficiariam dos exames nacionais como elemento principal da avaliação. Porque existem muitos professores incompetentes, ou que não nasceram para a docência. Mas vivem dela. E porque muitos alunos podem não ter aquela imagem de "estudiosos" que os professores querem, mas realmente estudam. Com os exames, é que se vê quem é que é mesmo "aplicadinho". Não é pela postura corporal e olhar interessado...

  • O exame é nacional, e isso ajuda à justiça.

  • Integrado na Educação centrada no Aluno, os exames como principal instrumento avaliativo fazem ainda mais sentido. Eu acho a "avaliação contínua" uma hipocrisia. Porque defendo um modelo em que as aulas são opcionais até que o aluno deixe de ter boas notas. Avaliação aula a aula é avaliação de nada. É subjectividade, é simpatia e graxismo. Na Escola deve-se avaliar concretamente os conhecimentos, de onde quer que eles venham. Se eu acho que tiro maior proveito de uma hora e meia a estudar na sala de estudo do que a ter aula, e se acho que assim consigo obter mais conhecimentos, e realmente consegui-lo, qual é o problema? O problema é a indepenência e autonomia, que são pouco toleradas na Escola de hoje.

  • Depois, os exames são feitos por uma comissão que deve criar exames adequados à média e com os conhecimentos que ache que os alunos devem ter. Por exemplo, o exame de Matemática do 9º ano do ano passado tinha muito mais de raciocínio do que de matéria. Porque o GAVE achou que era essa a parte mais importante da Matemática. Concordo. Outros discordarão. É por isso que a avaliação tem de ser nacional. Porque uns fazem a avaliação de uma maneira e outros de outra... e isso assim não pode ser...

P.S.: Para que fique claro: defendo exames nacionais no 6º, 9º e 12º, a valer, no mínimo, 50% da nota. E regeito o sistema de há uns anos, em que se podia não ir a exame, se se tivesse boa nota atribuida pelo professor. Vai contra tudo o que ennumerei anteriormente.
Já agora, leiam isto, que mostra que os exames a valer 50% seria mais vantajoso para os alunos, do que o actual modelo, em que contam 30%. É um raciocínio matemático (podia estar na Teuria dus Numaros). Se quiserem comentar, façam-no neste post e não no antigo...

P.P.S.: A próxima Pergunta da Semana será novamente sobre este tema.

Dia da Criança