segunda-feira, março 31, 2008

Novo vídeo de Björk

Saiu finalmente o novo vídeo de Björk, para o tema Wonderlust, realizado pelos Encyclopedia Pictura. O vídeo foi gravado em 3D com uma mistura de animação digital, modelos em tamanho real de plasticina e, claro, Björk...

sexta-feira, março 28, 2008

Gostava de ter escrito isto:

Vítor Dias, no blogue O Tempo das Cerejas:

"Ontem, na Quadratura do Círculo
O velhíssimo truque

Ontem, na "Quadratura do Círculo", na SIC Notícias, apenas com a participação de Pacheco Pereira e Jorge Coelho discutiram-se fundamentalmente dois assuntos : a liberalização dos horários de comércio, sobretudo a abertura ao domingo reclamada pelos hipermercados e a questão da violência e autoridade nas escolas a propósito do recente e conhecido caso, aliás infindávelmente falado e com a repetição do famoso vídeo até à exaustão ( e «banalização» como muito bem disse Pacheco Pereira).
Repare-se agora no que aconteceu : em matéria de liberalização dos horários dos supermercados (designadamente a sua abertura ao domingo) tanto Pacheco Pereira como Jorge Coelho, cada um no seu estilo, teceram loas a esta possibilidade, sublinharam o enorme apoio que conta entre os consumidores e enfatizaram o seu apoio a tudo o que represente uma maior liberdade para estes e uma maior adequação às suas conveniências ou apetências. Jorge Coelho, referindo-se aos trabalhadores do sector, deu-se mesmo ao luxo de invocar que há muitos sectores sujeitos a horários especiais (ele falou mesmo em serviços de 24 horas) exquecendo-se entretanto da distinção que importa fazer entre serviços públicos essenciais à vida da comunidade (transportes, hospitais, energia, etc) e horários de consumo. E tudo isto e muito mais que disseram não impede que, um dia destes noutra onda, possam convictamente verberar o excesso das derivas consumistas depois de ontem quase terem proclamado a legitimidade de uma espécie de «ditadura dos consumidores» sobre todos os outros valores e interesses. E já que falaram da petição, posta a circular nas grandes superfícies pelos seus donos, e que teria recolhido 250 mil assinaturas, então eu sinto vontade de contar o caso de um amigo meu que, convidado pela caixa de um hipermercado a assinar a petição, se recusou e teve a grata recompensa de receber um sorriso de simpatia e agradecimento da referida empregada.
Entretanto, logo de seguida, Pacheco Pereira e Jorge Coelho (e o moderador Carlos Andrade) passaram ao tema da violência nas escolas e aí, entre muitos outros aspectos, ambos não deixaram de referir como muitas mudanças (relativas ao emprego, aos transportes, aos horários, a feminização da mão-de obra etc.) que vêm de trás modificaram poderosamente as condições para os pais acompanharem devidamente a educação dos seus filhos e o seu comportamento e atitudes na escola.
E a nenhum dos dos dois passou pela cabeça por um segundo que o que tinham dito sobre a liberalização dos horários das grandes superfícies só podia via a agravar, em certa escala e pelo menos quanto aos e às profissionais do sector, o fenómeno que, passados uns minutos, estavam a reputar de muito influente nas situações de indisciplina e outras das escolas.
Bem vistas as coisas, o que ontem aconteceu na "Quadratura do Círculo" foi pura e simplesmente mais uma manifestação de um velhíssimo truque usado por algumas forças políticas (designadamente o PS e o PSD), órgãos de soberania e incontáveis personalidades: ou seja, sempre lamentarem as consequências e contra elas inflamadamente protestarem e sempre generosamente absolverem as causas que as provocam."

quarta-feira, março 26, 2008

Por isto é que eu digo... mandem-nos para a rua!

O vídeo da disputa do telemóvel já foi falado e re-falado. Já serviu para aproveitamento político e para muita demagogia e generalização. Até já deu negócio.

Eu acho que os professores deviam usar mais frequentemente o mandar para a rua como método de evitar estas cenas deploráveis. O aluno é avisado, se volta a abusar simplesmente sai e assim só se prejudica a si próprio, e não aos outros todos. Prejudica-se na matéria que não vai aprender e prejudica-se no número de faltas injustificadas, e possivelmente com processo disciplinar. Mas entretanto, deixa os outros ter a aula...

Mais do que autoridade, falta aos professores credibilidade perante os alunos. Quando há professores que avisam três ou quatro vezes numa aula que mandam o aluno para a rua e nunca o fazem, os alunos deixam de acreditar.

O ir para a rua devia ser o normal para alunos que estão a prejudicar o decorrer da aula, e isto sem nenhum drama. O aluno prejudica, o aluno sai, a aula continua.
Mandar o aluno para a rua é muito mais lógico do que tirar-lhe o telemóvel ou outros métodos que vão, em vez de devolver serenidade à aula, aumentam a tensão.

Eu sei que nos dias de hoje isto vai soar demasiado politicamente correcto para a ditadura do politicamente incorrecto que se instaurou na blogosfera. Vai parecer que eu estou a fazer o jogo do "coitadinha da aluna, que a culpa é da sociedade". Não. A aluna tem culpa e deve ser punida, isso nunca esteve em causa. O que eu estou a dizer é que, se a professora a tivesse mandado para a rua, em vez de lhe tirar o telemóvel, tudo isto se tinha evitado.
E quantas aulas "perdidas" não seriam "perdidas" se houvesse menos burocracia e mais vontade de expulsar da aula quem a perturba...

P.S.: A professora em causa estava numa situação de stress, onde já era difícil agir racionalmente e mandar saír a aluna. O problema é quando temos professores e muita opinião pública e publicada, em sangue frio, a aplaudir a professora. Ou seja, temos muitos professores que numa situação daquelas fariam o mesmo, em vez de mandar a aluna para a rua... é disso que o post trata.

sábado, março 22, 2008

Notícias do Tibete

Recebido por email, de um colega de Torres:
---------- Mensagem encaminhada ----------
From: MIGUEL SACRAMENTO
To:
Date: Fri, 21 Mar 2008 09:30:06 -0800
Subject: URGENTE - NOTICIAS DO TIBETE
Namaste (ou Bom Dia) Caros Amigos,
Acabei de chegar a Kathmandu no Nepal.
Conseguimos sair ha 7 dias de Lassa, no Tibete (um autêntico cenário de guerra). Arranjamos um Land Cruiser e percorremos toda a Friendship Highway, cruzando os Himalaias e fazendo uma escala obrigatória no Everest Base Camp.
Foi uma das viagens mais espectaculares que já fiz, mas ao mesmo tempo uma das mais complicadas e tristes da minha vida.
Fomos o último grupo de estrangeiros a conseguir sair de Lassa sem sermos enviados de volta de avião e também os únicos a conseguir a licença (missão quase impossível) entrar no Everest Base Camp.
A minha viagem ao Tibete deixou-me um sabor muito amargo na boca. Se por um lado realizei um sonho de infância, estar na base do Everest (ainda não foi desta que fui lá cima), por outro, pude ver ao vivo com os meus próprios olhos o medo com que o Povo Tibetano vive e a brutalidade que o governo chinês usa para os controlar, silenciar e oprimir. Para nós, alem de violento psicologicamente, tornou-se mais complicado porque acabou por se saber que Eu e a Clara fomos as duas únicas testemunhas do princípio de tudo (no mosteiro de Drepung, onde estávamos no dia 10 de Março, por acaso). Ficamos imediatamente controlados pela polícia ao ponto de, a caminho para o Nepal, nos dizerem que estávamos presos no hotel. O nosso mail e telefone ficaram, também, imediatamente controlados e as nossas maquinas fotográficas bem inspeccionadas.
Vimos a maior violência policial que podem imaginar, sobre pessoas desarmadas. Não vimos ninguém morrer, mas sabemos que muitos dos monges com quem estivemos durante todo o dia 10 morreram depois, nesse mesmo dia.
A situação que se vive no Tibete é verdadeiramente séria e complicada e testemunhámos pessoalmente situações muito graves e violentas.
Durante estes últimos dias, na viagem de Lasa-Everest-Kathmandu, fomos completamente controlados pelos policias e militares chineses.
No Tibete, como no resto da China, toda a informação é controlada e censurada. Por isso só agora pude enviar este mail.
Peco-vos um grande favor, divulguem o que se está a passar no Tibete a todos os vossos contactos.
A constante violação dos direitos humanos pelas autoridades chinesas, a propaganda, e a manipulação de toda a informação, é algo de inacreditável para nós Portugueses do pós 25 de Abril.
Os Tibetanos, como um dos povos mais pacíficos, acolhedores e generosos que já conheci, merecem ser Livres e Felizes!!!
Volto a referir: por coincidência, estávamos no Mosteiro de Drepung, precisamente no local e hora a que tudo começou e assistimos pessoalmente à forma como os militares chineses trataram os monges que apenas queriam celebrar, pacifica e ordeiramente, o 10 de marco - o mesmo dia em que no ano de 1959 os militares chineses assassinaram centenas de pessoas que se manifestavam pacificamente na praça principal de Lassa pela falta de liberdade de expressão e violação contínua dos Direitos Humanos pelo governo chinês.
Devido aos cortes de energia, tenho muito pouco tempo e a ligacao à net está também muito complicada. Mais tarde contarei mais pormenores,
Muito obrigado pela atenção e também pelos vossos mails e comentários no nosso blog.
Espero que esteja tudo bem com vocês. Nós estamos muito bem, ao contrário dos Amigos que deixámos no Tibete.
Grande Abraço e Beijos
Miguel

--
Miguel Sacramento

www.historiasdomundo.blogspot.com
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sexta-feira, março 21, 2008

Telemóveis fora das escolas, já!

A 8 de Dezembro de 2006, num post a propósito da proibição dos telemóveis nas escolas da Grécia (Grécia proíbe telemóveis nas escolas), perguntava-me o seria preciso acontecer por cá para alguém com tomates tomar a mesma medida.

Parece que não chega a "brutalização de uma professora" e os piercings são certamente uma ameaça mais séria para a segurança pública.

Lá teremos que esperar mais um pouco pela violação. Ainda bem que não tenho filhas...

segunda-feira, março 17, 2008

Até quando?

Os funcionários públicos que solicitem a licença extraordinária para trabalhar no sector privado vão manter o direito ao sistema de saúde ADSE. A informação é avançada pelo Diário de Notícias, que cita um despacho assinado pelo secretário de Estado da Administração Pública.

Esta lei tem como objectivo incentivar a saída de pessoas do sector público, que passam a poder continuar a beneficiar da ADSE.
O que muitos funcionários estarão a pensar é "Sim senhora, boa medida. Mas até quando é que esta licença extraordinária vai manter-se ?"

O Estado, quando a onda era contratar e não despedir funcionários públicos, prometeu segurança social, progresão automática, reformas mais cedo, entre outros. Era essa a vantagem do sector público em relação ao sector privado. O sector privado oferecia possibilidade de se subir mais na carreira, mas tinha mais riscos. O sector público pagava menos, mas dava mais segurança.

O Estado mentiu. Mexeu nos projectos das pessoas, a meio das carreiras, rompendo o laço de confiança que fazia do Estado uma "pessoa de bem". Por isso agora é normal haver desconfiança em relação ao que o Estado diz. Esta lei parece atractiva, mas nada garante que não seja desrespeitada daqui a uns anos, até por governos da mesma cor política.

É este um dos males das políticas que mudam contratos a meio do seu cumprimento: deixa de haver confiança em tudo o que o Estado disser ou assinar.

Pior ainda é quando parece que a lei já foi feita a pensar na sua futura anulação.

sexta-feira, março 14, 2008

Alistarem-se, diziam eles...

Via Jumento, para ler na íntegra:

"Oferta de emprego para um arquitecto:

Oferta de emprego para operador de supermercado:

Vale a pena consultar as ofertas de emprego no Instituto de Emprego, deixo aqui duas para se meditar o estado a que chegou a economia portuguesa. Quase aconselho os licenciados a irem para as novas Oportunidades, sempre ganham um computador barato e ainda poderão encontrar um emprego remunerado com menos desrespeito do que aqueles que conseguem encontrar mostrando um diploma universitário.

Às vezes tenho vergonha de ser português!"

Encontrada a solução para a relação dos professores com a ministra

"O Divórcio na Hora (www.divorcionahora.com/) consiste num requerimento electrónico de divórcio que permita a dois cidadãos regularmente casados pela lei portuguesa requerer a qualquer conservatória de registo civil o seu divórcio por mútuo consentimento, outorgando-o por via electrónica e fazendo uso das tecnologias já existentes e do CC (Cartão do Cidadão), tendo igual valor legal que o requerimento em papel com aposição das assinaturas pelo próprio punho."

terça-feira, março 11, 2008

Caiu o argumento contra os Exames

O principal argumento contra os exames nacionais é que o estudante tem a sua vida decidida em 2 horas. Pois esse argumento caiu por terra: agora o estudante tem a sua vida decidida em 3 horas.

A avaliação dos alunos deve ter uma grande componente de avaliação nacional. Só assim é possível avaliar com objectividade as competências objectivas. Cabe ao professor avaliar as "outras competências"...
Mas realmente, a avaliação nacional como hoje está feita não é justa. Um exame nacional não sintetiza o trabalho de três anos. Um exame nacional único não mostra necessariamente o que o aluno sabe. Existe naquelas escassas horas de exame muito stress e responsabilidade que desvirtuam a justeza desta avaliação. Imagine-se um aluno de fracos recursos, que sabe que se não tiver nota para entrar para a universidade deixa de poder ir à escola. O peso que este aluno tem sobre as costas pode influenciar muito a sua prestação.
Reconheço que desta maneira, a avaliação nacional restringe a formação e hipoteca o futuro de uma grande parte da população.

Assim sendo, devemos abandonar a ideia da avaliação nacional? Não, pois esta é a mais justa e a mais objectiva.
Uma boa solução seria integrar o exame na avaliação contínua. Ou seja, fazer mais exames ao longo do percurso escolar. Isto não só tiraria peso a cada exame, sendo este distribuído por várias provas, como permitiria que o aluno soubesse mais especificamente qual a matéria onde o exame incide. Estudar para um exame com matéria de 2 ou 3 anos é apostar naquilo que achamos que vai sair. É impossível saber tudo, logo vai-se pela sorte.

Por exemplo, porque não em cada período haver um teste feito pelo professor e um exame nacional a valer a mesma percentagem da nota em todas as escolas?
Já existem os testes intercalares, que são uma preparação para o exame, e que podem ser considerados na nota final consoante cada professor quiser. Podem haver professores que não lhe dêem cotação nenhuma, como podem haver professores que o considerem 70% da nota do trimestre.
Mas o que eu quero é que se defina uma igual percentagem a atribuir a estes mini-exames. E quero mais: quero que, visto que a nota de fim de período teria ponderada a avaliação nacional, esta contasse para a entrada na Universidade.

Essa é outra questão: actualmente na maioria das universidades só é contada a nota do exame. Então, que motivação é que isso dá aos alunos do secundário? Ai eu ando aqui três anos só para ter avaliação superior a 10? Só me vale a nota do exame para entrar na Universidade?
Aqui está outro argumento a favor da avaliação nacional contínua: dá motivação ao aluno durante os anos lectivos e dá utilidade às notas de fim de período e de fim de ano, pois estas passam a ter uma componente objectiva e efectivamente útil na entrada dos alunos na universidade.

A avaliação nacional contínua, ponderada com uma avaliação feita pelo professor e com um exame nacional final com menos peso (para se saber o que ficou no aluno da matéria do 10º, por exemplo), responde à necessidade de uma avaliação que seja nacional e objectiva onde se pretende avaliar conhecimentos nacionais objectivos, subjectiva onde se pretende avaliar competências subjectivas, e que seja contínua de modo a ser mais justa. Quanto às percentagens a atribuir a cada critério (avaliação nacional contínua, avaliação pelo professor e exame nacional final), isso cabe ao ministério e ao GAVE, mas penso que a componente nacional da avaliação nunca devia ser inferior a 50% da nota de fim de ano e da nota de entrada na universidade. 50% no mínimo...

Agora, sinceramente, um exame único de 3 horas deve ser para deixar os alunos em transe e a espumar da boca... Nem quero pensar nisso...

segunda-feira, março 10, 2008

100 mil na rua

E só Camacho é que se demitiu!
Hombre! Podias ficar, não era contigo!
Mas já que te vais, podes levar a Milú!

sábado, março 08, 2008

A falta de descaramento

No momento exacto em que os professores estão a ter imensas e prolongadas reuniões sobre o processo de avaliação, a ministra diz que "muitos professores não sabem do que estão a falar".
São completamente competentes para, sem nenhuma formação, avaliarem pares, mas são uns estúpidos que não percebem o que estão a ler horas a fio...

Esta afirmação é um insulto maior que qualquer lei. Insulta os professores na sua inteligência, numa tentativa de retirar legitimidade à manifestação e aos protestos dos professores. É política baixa.

Se a ministra pode insultar os professores eu também posso difamá-la e insultá-la: Maria de Lurdes Rodrigues só faz estas medidas porque detesta os professores, pois era uma péssima aluna, que já em criança bebia vinho de pacote. 'Tá bem que perdi toda a legitimidade do post, mas irra que soube bem!

Parafraseando Luís Delgado:

A tábua mais rija é a primeira a partir.

Indignados!


É hoje: Get Up, Stand Up