segunda-feira, dezembro 31, 2007

Adeus 2007 - o mundo fica um lugar melhor?


Na altura de nos despedirmos de 2007, a questão que devia importar é se o mundo ficou um bocadinho melhor. Se tivermos como barómetro o zeitgeist do google, das palavras mais procuradas de 2007 e as compararmos com as de 2001, parece que sim.

Os medos que nos assombravam há seis anos atrás parecem coisas distantes, quando olhamos para os gadgets tecnológicos, os sites sociais ou de escândalos, ou as séries de televisão, que preocuparam as pessoas este ano.

Quererá isto dizer, portanto, que vivemos num mundo melhor do que há 6 anos? Só pode ser, factos não mentem, certo? Seria interessante a estatística das palavras mais procuradas a partir das escolas portuguesas...

Um bom ano para todos!

E o Prémio "Pessoa mais panteminêra de 2007" vai para...


Fôssem todos como esta senhora...

sábado, dezembro 29, 2007

Melhores Blogues de 2007

Eis a minha lista de melhores blogues de 2007, por categorias. (Não vou andar a meter links, era o que mais faltava... vocês sabem como lá chegar...)

Blogues com melhor conteúdo:
1. Arrastão
2. Ladrões de Bicicletas
3. Zero de Conduta
4. 31 da Armada
5. Cinco Dias

Blogues mais inovadores:
1. 31 da Armada, pelas emissões especiais e entrevistas
2. Arrastão, pela mudança de casa para o Tubarão-Esquilo, pela publicação no blogue de textos do autor no jornal Expresso, e outras mudanças estruturais.
3. Irmão Lúcia, pelas ilustrações políticas e participação em outros blogues.
4. Les Canards Libertaîres, pela coluna da esuqerda, com comentários sobre a actualidade.
5. Abrupto, pela resistência a "inovações" (comentários, links, feeds etc...), o que o torna inovador.

Blogues com melhor grafismo:
1. Arrastão
2. A Causa Foi Modificada
3. Les Canards Libertaîres
4. 31 da Armada
5. Cinco Dias

Blogues mais polémicos:
1. Do Portugal Profundo, porque enfrentou o poder e chegou a ir a tribunal por isso
2. Portugal Contemporâneo, pelos posts politicamente incorrectos de Pedro Arroja
3. O Insurgente, pela polémica que causam quase diariamente na blogosfera
4. Sem Muros, pela mudança de posição de Miguel Portas em relação à acção do Movimento Verde Eufémia
5. Xatoo, pelo apoio incondicional ao regime cubano.

Melhores estreias de 2007:
1. Ladrões de Bicicletas
2. Zero de Conduta
3. O BiToque
4. Peão
5. Tempo das Cerejas

E pronto, aqui fica o meu balanço do ano bloguístico...

O poder (político) na Escola- CDS/PP

O programa do CDS/PP sugere uma "educação para o futuro". O programa do CDS/PP diz:

" 4. Educar para o futuro.
O Partido Popular defende que a Educação visa a formação integral da personalidade e é um factor estratégico do desenvolvimento social e económico do país. É um bem em si mesmo, que não está subordinado a meros critérios de rentabilidade.
O processo educativo deverá actualizar mentalidades, formar espíritos livres, e por isso, críticos, e transmitir eficazmente os conhecimentos e as técnicas necessárias ao desenvolvimento pessoal e ao progresso social.
Acreditamos na Educação como método de transmissão de valores. Na verdade, trata-se do melhor instrumento para assegurar a continuidade nacional. É por isso que a História de Portugal e a Língua Portuguesa devem ter uma importância central no sistema educativo. Não há identidade nem cultura nacionais sem o conhecimento do que fomos e fizemos no passado, e sem um código eficaz e distintivo de comunicação.
Para o Partido Popular a Educação deve ser a prioridade nacional na próxima década.
O perigo da diluição cultural, a avalanche da nova sociedade da informação e as interdependências nacionais cada vez mais complexas, exigem um sistema educativo forte e eficaz. Por outro lado, a investigação científica e o desenvolvimento experimental deverão sustentar a autonomia do sistema económico.
O Estado tem o dever de assegurar o acesso ao ensino obrigatório, estabelecer e fiscalizar padrões mínimos de qualidade do sistema de ensino e produzir eficazmente a informação necessária para permitir a liberdade de escolha consciente da família e dos jovens.
O Partido Popular é contrário ao monopólio público da Educação e defende convictamente todas as formas privadas de ensino. O Estado tem a obrigação de financiar o acesso ao ensino, mas não a de produzir todo o ensino. Neste sentido, defendemos que uma efectiva liberdade de escolha passa pela criação de um cheque de ensino, entregue à livre utilização dos indivíduos e das famílias, de acordo com as suas opções. O princípio do pagamento de propinas, que aceitamos desde que deduzidos os seus montantes nos impostos a pagar pelos cidadãos, deverá ser integrado numa nova política geral de financiamento do ensino. "

(os negraitos foram acrescentados por mim)

O CDS acredita na Escola como um meio de transmissão de valores. E que valores são estes, que o CDS pretende que sejam transmitidos?

O CDS nisso é claro. Tem um capítulo inteiro dedicado a "Valores Éticos", no mesmo programa eleitoral. Vamos ennumerar alguns:

- "A vida é o primeiro de todos os valores morais. O Partido Popular considera que a defesa da vida, a certeza da respectiva inviolabilidade e o reforço da sua protecção jurídica são bens absolutos " O CDS define o respeito pelo valor da vida em dois aspectos: "declara a sua oposição de consciência à pena de morte"; "E é esse mesmo dever ético de respeito integral pelo direito à vida, incluindo a vida do nascituro, que determina a oposição de consciência do Partido Popular ao aborto. "
Ou seja, para o CDS, a vida é um valor moral absoluto, portanto opõe-se à pena de morte e à legalização do aborto. Entre os valores que a Escola deve transmitir, encontra-se a oposição à pena de morte e ao aborto? Para o CDS, a Escola deve fazer propaganda contra o aborto e contra a pena de morte?

- "Para nós, a vida é uma graça de Deus ". E a Escola deve transmitir isso aos alunos?

- "O relativismo moral banaliza a prática do mal ". Portanto, a Escola deve transmitir os valores como absolutos, universais e intemporais?

- "Exigimos, o que é bem diferente, a obediência da acção política ao conjunto de princípios que regulam a vida em sociedade do homem comum ou do bom pai de família. " Os valores da família devem ser ensinados numa prespectiva absoluta e não relativista? Que impactos isso terá nos alunos de famílias monoparentais ou outras?

Como podemos ver, o CDS pretende que a Escola transmita valores morais absolutos e conservadores, o que se opõe a uma Escola onde haja liberdade de expressão e diversidade cultural (viva a diluição cultural!) e política.

Esta visão da Escola chega a ser ainda mais assustadora que a do PS...

O próximo post é sobre o Bloco de Esquerda.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Não há Palavras Caras - Natal


Feriado religioso católico .

Eu tenho é uma duvida, quantos portugueses é que se lembraram sequer que tinha a ver com o nascimento de Jesus Cristo . Não, mas se eu perguntar quantos presentes é que a tia daquela prima recebeu, já me sabem papaguear a lista toda .

Não é que estejamos a viver numa sociedade muito católica, também se vos há de dar razão, mas todos nós sabemos, pelo menos, que o dia de Natal simboliza o dia do nascimento de Jesus . Senão, para que outra coisa serviriam os presépios ? Não, não são para enfeitar o chão debaixo da árvore, embora cá em casa suje mais do que enfeita . Acabamos por ter bocadinhos de musgo em todas as divisões e no pêlo de todos os gatos .
Natal é tempo de estar com a Familia, de estar bem dispostos, (demasiado é mau, brindes a mais), de conviver, de pôr em dia as novidades dos outros 364 dias em que mal nos vemos . Não é para passar o mês de Dezembro á procura de uma "lembrança" para cada um e depois, na noite de Natal, quase marcarmos território em redor dos montinhos de prendas e rosnar com ar ameaçador contra quem se aproxime .


segunda-feira, dezembro 24, 2007

David Fonseca's Christmas card for 2007


Amazing Grace, how sweet the sound,
That saved a wretch like me....
I once was lost but now am found,
Was blind, but now, I see.
T'was Grace that taught...
my heart to fear.
And Grace, my fears relieved.
How precious did that Grace appear...
the hour I first believed.
Through many dangers, toils and snares...
we have already come.
T'was Grace that brought us safe thus far...
and Grace will lead us home.

domingo, dezembro 23, 2007

Porque hoje é domingo - RIP Borat and Ali G


O poder está a mudar de mãos

Acabou a gestão das escolas públicas as we know it. Eis a última medida do Governo Sócrates:

"O futuro órgão máximo de cada agrupamento de escolas, com competência para eleger e destituir o director, não poderá ser presidido por um professor, mas antes por um encarregado de educação ou por um representante da autarquia ou da comunidade local."

E o que é esta figura de "O Director"?

"é criado o cargo de director, escolhido pelo Conselho Geral. Este será coadjuvado por adjuntos (o número vai depender da dimensão da escola) mas constitui um órgão unipessoal e não um órgão colegial. O director tem a seu cargo a gestão administrativa, financeira e pedagógica. Além disso assume a presidência do Conselho Pedagógico. É-lhe atribuído o poder de designar os responsáveis pelas estruturas de coordenação e supervisão pedagógica. "

Ou seja a gestão administrativa, financeira e, pior, pedagógica vai estar atribuída a um director que responde perante um Conselho Geral, cujo presidente não pode ser um professor.
O Conselho Pedagógico será presidido por um professor subalterno a um não-professor, que pode não saber nada de pedagogia... alguns professores podem não ser grandes especialistas em pedagogia, mas a sua experiência enquanto professores dá-lhes capacidade pedagógica... agora um "representante da autarquia"?!?

O poder nas escolas está a ser tomado de assalto pel' "A Comunidade". A comunidade não tem nada que intervir na gestão escolar porque a comunidade não percebe nada disto. Quem deve ter mais poder é a comunidade escolar. Alunos, professores, encarregados de educação são os mais importantes na gestão escolar, porque a escola é o seu local de trabalho.

Ah, pois, já me esquecia que para o PS, a escola deve estar focada nos "interesse público geral" e "na prespectiva (...) das populações"...

sábado, dezembro 22, 2007

O poder (político) na Escola- PCP

Ao contrário dos partidos analizados até agora, o site do PCP não tem uma lista de posições políticas sobre o ensino, que mostre qual a visão deste partido para a Escola.
No entanto, há uma secção "Educação" nas posições políticas do PCP. Essa secção está organizada por artigos e propostas concretas, segundo a data de publicação.
Dando uma vista de olhos nessa secção, é fácil perceber a orientação do PCP nesta matéria.

Destaco um ponto, que dá um bom debate: o PCP é contra a existência de exames nacionais.
O argumento do PCP até faz sentido: a vida dos estudantes fica decidida em duas horas, em vez de haver uma avaliação contínua.

O problema de não haver exames nacionais é a avaliação passar a ser feita só pelos professores, o que pode criar situações de injustiça (todos sabemos que há professores mais exigentes que outros...). A vantagem da avaliação nacional é que todos os alunos estão a ser avaliados da mesma maneira, com os mesmos critérios. Problema: nem todos foram ensinados da mesma maneira (também toda a gente sabe que há professores mais competentes que outros...).

Estamos num dilema: os exames têm critérios mais objectivos e que são aplicados a todos, logo, são mais justos. Por outro lado, percisamente porque os critérios são aplicados a todos os alunos, não se tem em conta as diferenças de qualidade de ensino entre escolas e professores.

Eu sou pela existência de exames nacionais que avaliem objectivamente os conhecimentos, mas compreendo os argumentos contra. Penso que as diferenças na qualidade de ensino superam-se com a existência de aulas de apoio gratuitas nos Centros de Recursos e Salas de Estudo das escolas. Pena é que os bons alunos que vivem perto de más escolas sejam obrigados a frequentar as más escolas e não possam optar pelas que preferem...

O argumento do futuro decidido em 2 horas é mais complicado. É verdade que a nota do exame pode não corresponder aos reais conhecimentos do aluno. Por isso, não me oponho à ideia de haver mais do que um exame nacional por ano, para tornar a avaliação nacional mais contínua.
Para mim, o importante é haver avaliação nacional, com as mesmas perguntas, com os mesmos critérios e com programa adaptado à realidade nacional. Se se alcança mais justiça por haver, por exemplo, três exames (um para cada período), tudo bem.

Voltando ao PCP: em matéria de Educação, o PCP defende medidas só aplicáveis numa sociedade comunista. As medidas podem ser boas e justas, mas muitas delas não fazem sentido na sociedade actual. Outras fazem, como a gestão democrática das escolas, o fim do processo de Bolonha, a redução das propinas etc... Já a média de 9,5 para entrar em qualquer curso é apenas exequível no sistema comunista, e mesmo assim...

As mudanças propostas pelo PCP só são possíveis se conjugadas com mudanças na sociedade. Sem essas mudanças, sou contra a maioria das propostas para política educativa.

Próximo post: CDS-PP.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

O poder (político) na Escola: PSD

Quanto à Educação, o PSD é menos específico que o PS.
Define algumas linhas gerais das quais estou maioritariamente de acordo:

" 3. Uma Educação para a Vida Activa
A preparação para responder com êxito aos desafios dos novos tempos
passa antes de mais por uma acção transformadora no plano educativo. Na
educação começa a permanente renovação de mentalidades próprias de uma
sociedade aberta ao futuro. Há, por outro lado, desigualdades que se perpetuam,
atitudes culturais e hábitos de exclusão que começaram na escola e que na escola
deviam começar a ser corrigidos e combatidos.
A educação para a liberdade e na liberdade é condição matricial para a
plena realização humana dos educandos. O sistema educativo deve proporcionar
a cada um, criança, jovem e adulto, as condições indispensáveis para a sua
afirmação como pessoa livre e criadora. A autonomia e a diversidade devem ser
fomentadas pelo sistema educativo, em razão do contexto social de incerteza que
nos rodeia e do clima de tolerância que deve presidir à convivência entre as
pessoas e os povos.
Para o PSD, os percursos escolares devem ser abertos e permeáveis entre
si, acolher a diversidade cultural, geográfica e social e facilitar a igualdade de
resultados. Cada educando deve escolher o tipo de ensino e de percurso escolar
mais adequados, num ambiente de liberdade de ensinar e de aprender. Aos limites
à igualdade de acesso, há que contrapor uma política que garanta, mesmo na
diversidade de percursos, iguais condições de progressão e equivalência de
resultados. Assim se garante, em liberdade, uma educação para a igualdade."


O negrito foi acrescentado por mim. Perante o que eu sublinhei no programa do partido, só se pode concluir uma coisa: o PSD é a favor da escola pública. Se não, não defenderia uma Escola que sirva para diminuir as desigualdades sociais. Se o PS é por uma Educação centrada no "interesse geral da sociedade", o PSD é por uma educação para a igualdade, e isso é explícito na última frase.

Será que o PSD está à esquerda do PS? Sim, em muitos aspectos.
Será que ainda há sociais-democratas no PSD? Talvez. E socialistas no PS, ainda há? Poucos, confusos.

O próximo post é sobre o programa para a Educação do PCP.

P.S.: Este programa do PSD fez-me lembrar este post do Spectrum, especificamente o "Poema Social Democrata"...

segunda-feira, dezembro 17, 2007

O poder (político) nas Escolas - PS

É importante saber o que cada partido propõe em termos de política educativa.
Vou fazer isto segundo a ordem das votações das últimas legislativas e vou incluir alguns partidos que não têm deputados. Não incluo o PCTP/MRPP nem o POUS porque não se encontra nada sobre educação e política educativa no site desses partidos... vejam lá se completam o site...
Comecemos então pelos partido que está actualmente no governo:

O Partido Socialista propõe alcançar 5 amições:

1. Estender a educação fundamental, integrando todos os indivíduos em idade própria, até ao fim do ensino ou formação de nível secundário. Isto quer dizer trazer todos os menores de 18 anos, incluindo aqueles que já estejam a trabalhar, para percursos escolares ou de formação profissional.

2. Alargar progressivamente a todas as crianças em idade adequada a educação pré-escolar e consolidar a universalidade do ensino básico de nove anos. O que implica retomar a aposta na rede nacional de ofertas da educação de infância e reforçar os instrumentos de inclusão e combate ao insucesso na escola básica.

3. Dar um salto qualitativo na dimensão e na estrutura dos programas de educação e formação dirigidos aos adultos. O que requer uma atenção particular às necessidades específicas dos adultos hoje activos que não dispõem de habilitações escolares equivalentes ao 9º ano de escolaridade.

4. Mudar a maneira de conceber e organizar o sistema e os recursos educativos, colocando-nos do ponto de vista do interesse público geral e, especificamente, dos alunos e famílias. O que determina que questões tão importantes como o recrutamento e colocação dos docentes, os tempos de funcionamento dos jardins de infância e das escolas ou a estruturação dos seus serviços, sejam abordadas da perspectiva dos destinatários últimos do serviço público da educação, as populações.

5. Enraizar em todas as dimensões do sistema de educação e formação a cultura e a prática da avaliação e da prestação de contas. Avaliação do desempenho dos alunos e do currículo nacional, avaliação dos educadores e professores, avaliação, segundo critérios de resultados, eficiência e equidade, das escolas e dos serviços técnicos que as apoiam.

Acrescenta o PS que "Só é possível avançar no caminho da inclusão e da igualdade de oportunidades, defendendo e valorizando o serviço público de educação e a escola pública, aberta a todos. Promoveremos, também, o apoio estatal, assente na qualidade e através de formas claras e rigorosas de contratualização, ao ensino particular e cooperativo."

O ponto quatro é ilucidativo: o objectivo não é a educação estar centrada no aluno, no professor ou no conhecimento, mas no interesse geral da sociedade. Quando diz "especificamente dos alunos e das famílias" é a conversa do costume: os que defendem a educação centrada no professor dizem que esse sistema irá a longo prazo beneficiar o aluno. Os que defendem a educação centrada no conhecimento explicam que só assim é possível beneficiar o aluno. É tudo para bem do aluno... no futuro... (talvez quando ele se torne professor...)

Portanto, o objectivo da política educativa deve ser, segundo o PS, o interesse público geral.
Ou seja, temos uma educação para as estatísticas, para os resultados e estruturada segundo rankings e comparações com a Europa. Tudo a bem da nação. Se a nação precisa de mão-de-obra para trabalhar nas indústrias, cria-se maneira de chumbar mais alunos; se a nação precisa de gestores, fazem-se programas e exames de economia e gestão mais acessíveis; se a nação precisa de maus resultados nos rankings para criar medidas contra a classe dos professores e dos alunos, então fazem-se exames com perguntas desonestas, trapaceiras e indirectas, com critérios de correcção que, à mínima falha, fica a questão anulada... e é isso que tem acontecido: os exames são feitos para haver maus resultados, para haver apoio popular em medidas que, de outra maneira, seriam rejeitadas pelos portugueses.

É esta a nova concepção do papel da Escola: a Escola serve para suprir as necessidades da nação e não as vontades e prespectivas futuras do indivíduo. É o Estado acima do indivíduo, a mandar o indivíduo fazer o que interessa ao colectivo, mesmo que o que "interessa" ao colectivo seja, na realidade, o que interessa ao poder político para legitimar as suas políticas economissistas. No caso dos exames isso é bastante evidente. A Escola centrada no interesse público geral, é esta a concepção do PS. Parece bonito mas, sabendo o que sabemos, não é.

O próximo post é sobre as políticas educativas do PSD.

domingo, dezembro 16, 2007

eLearning Awards 2007

O melhor blogue europeu na categoria "SMART Technologies award for the school of the future" foi ganho por uma professora portuguesa, Teresa D'Eça, com o blogue CALL Lessons 2005-2007.
Parabéns à professora e aos alunos!

Porque hoje é domingo - The new Rambo Trailer

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Prenda n.º 4: a casota

Para o cão ou o gato, e para inveja dos vizinhos, uma casota Frank Lloyd Wright:

terça-feira, dezembro 11, 2007

Prenda n.º 4: o bode

Um bode: por apenas 45USD pode oferecer um bode a uma comunidade rural de um país em desenvolvimento, o que se pode traduzir num grande apoio à vida diária. Também há ovelhas, vacas e burros à escolha.

domingo, dezembro 09, 2007

Prenda nº 3 - Fly


A nova bota Fly da Edea apresenta um sistema inovador de ventilação, bem como uma maior leveza.
Bons patins, não haja duvidas .
SÓ 540€

Não há Palavras Caras - Regresso

Naaa, ainda não é esta a palavra .
Vim apenas justificar a minha (breve) ausência e pedir desculpas !

O anti-virus do meu computador, de tão eficaz que é, deixou entrar uns 1649 virus . Como tal, nunca tinha as páginas de Internet abertas por mais de uns 5 segundos porque senão era atulhada em publicidades a cintas de emagrecimento (que conveniência, meu deus) e toques polifónicos .
Para a semana regresso com ás palavras caras .


Já tinha saudades ! (Agradecimentos, Baldassare e Ctrl.Alt.Dlt por não me terem ameaçado de expulsão, a falta de assiduidade não é uma característica inerente ao meu cargo de substituta do Foxtail)

Porque hoje é domingo - Best husband ever

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Prenda nº 2 - Wizpy

Nada de ipods, nokias ou pdas. O Wizpy é: Web, email, office, texto, voip, música, vídeo, rádio e LINUX OS!

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Lista de prendas de Natal

Aproveitando a divulgação que este blogue tem junto dos nossos colegas, amigos, familiares, enfim todos aqueles que potencialmente nos querem oferecer qualquer coisa pelo Natal mas ainda não sabem bem o quê, divulgaremos ao longo do mês a nossa lista de prendas.

Prenda nº1: o passamontanhas islandês

O perfil!

No estado em que as coisas estão, se quisermos escolher para gerir as escolas um perfil que se adeque às funções que desempenham, então precisamos de burocratas.

Daqueles que vivem para os papéis, as cruzinhas, os campos para preencher, os relatórios sobre todas as minundências. Não faltam certamente burocratas pelos corredores do ministério, é só mandar a carrinha de recolha dos monos da câmara fazer uma recolha à hora do cafezinho da manhã, à porta da 5º de Outubro, que é quando estão mais distraídos e é mais fácil apanhá-los com uma rede.

Ou então pôr os senhores inspectores, que chegam às escolas e põem e dispõem, fazendo tábua rasa do trabalho organizativo de quem lá está, colocando um professor de Educação de Tecnológica como chefe de departamento de Ciências Físico-Químicas, só porque calhou ser um departamento onde não havia professores titulares.

Poupava-se imenso trabalho, porque não seria certamente preciso haver outros inspectores a visitá-los e a inventar.

Ou então, já estou por tudo, mandem vir os palhaços, que é para nós podermos tirar o nariz vermelho que nos querem pôr e irmos à nossa vida fazer o que de melhor sabemos fazer, ensinar...

terça-feira, dezembro 04, 2007

Gestores ou professores?

Devem as escolas ser geridas por pessoas formadas em Gestão?

Há duas questões a ponderar: Primeiro: será que só é possível eficácia com gestores formados? Segundo: será que um gestor consegue compreender o que é estar a dar uma aula, e gerir a escola melhor que um professor?

É óbvio que alguem com curso de Gestão tem mais capacidade de gestão que alguém que não é formado nessa área. E também é óbvio que alguém que nunca foi professor tem mais dificuldade em avaliar as situações de professores e alunos que lhe chegam ao gabinete.

Será que a gestão escolar necessita assim tanto de "optimização" e "eficácia"? Ou a principal função de um director é avaliar propostas e problemas do dia-a-dia escolar?

Numa escola, o que mais há a gerir são os recursos humanos. De resto, é papel, água, bar, cantina, retroprojectores e pouco mais... E as cantinas já estão delegadas a empresas de catering escolar, portanto o que há materialmente a gerir é pouco.
Mas mesmo esse pouco precisa de ser bem gerido...

A melhor solução é professores com cursos de formação sobre gestão e gestão de R.H.
Podiam ser cursos promovidos pelo ME. O importante é haver formação na área da gestão escolar para professores que queiram ser directores de escolas. Sem isso, corremos o risco de ter má gestão das nossas escolas.

É necessário melhorar a gestão, mas nunca pôr a gerir uma escola uma pessoa que não conhece por dentro as salas de aula.

domingo, dezembro 02, 2007

Tema do Mês de Dezembro: O Poder nas Escolas

Com as recentes alterações na educação, nasceu uma nova carreira dentro da carreira de professor: o professor titular. Será que com ela, nasceu uma nova maneira de estar entre os professores? Novas estruturas de poder? Isso reflete-se dentro da aula?

Mas há coisas que não mudaram: os Conselhos Executivos, os Conselhos Pedagógicos, a Assembleia de Escola, o Conselho de Turma, a Associação de Estudantes e, fôlego houvesse, a lista nunca mais acabava.

Qual a utilidade destas estruturas? O que é que se faz nestas estruturas? Qual o papel da sociedade na gestão escolar? E dos alunos? Que alterações se adivinham?

O Poder nas Escolas é o tema do mês de Dezembro.

Porque hoje é domingo - Power and Terror (1-7) Noam Chomsky in Our Times

quarta-feira, novembro 28, 2007

Arrastão 2.0

O Arrastão, de Daniel Oliveira, mudou de casa e de formato.
Agora é http://arrastao.org
Se o conteúdo não mudar, continuará a ser o primeiro blogue que leio quando chego à net.

O grafismo está melhor, mas ainda me faz alguma confusão a coluna da direita... pode ser que me habitue. A ideia de pôr publicidade é boa. É um passo em frente na proficionalização dos bloguistas.

Boa continuação!

terça-feira, novembro 27, 2007

A escola pública: na moral socialista e na moral liberal.

Nos Ladrões de Bicicletas, o João Rodrigues responde neste post a um post de Hugo Mendes.
Hugo Mendes defende que um sistema de saúde universal é um elemento socialista e que tenta provar a superioridade moral do socialismo. João Rodrigues responde que a palavra moral não devia assustar ninguém.

O conceito de Escola Pública também tem a cotação de esquerda.
A Esquerda não pode viver sem moral...se a igualdade não é um conceito moral, o que será? Portanto é óbvio que a Escola Pública é um conceito adoptado por toda a esquerda, e identificado com a esquerda.

O que já não é tão óbvio é a sua ligação à direita. Sobretudo nos últimos anos, alguma direita tem apostado na Escola Privada, nomeadamente os liberais.
Contudo, penso que o conceito de Escola Pública faz todo o sentido no tipo de sociedade proposto pelos liberais: igualdade de oportunidades, meritocracia, mercado auto-regulado, capitalismo e menor influência do Estado. Normalmente só se ouve este último, mas faz parte da teoria liberal a subida na vida segundo o mérito pessoal. Ou seja, nascemos todos com os mesmos direitos e oportunidades, mas uns aproveitam-nos e, pelo mérito pessoal, alcançam um estatuto acima dos outros.

Só se pode vencer por mérito se o nosso mérito for superior ao mérito alheio, e isso só se pode avaliar se todos usufruirem das mesmas oportunidades, ou pelo menos, compartilhem algumas oportunidades...
A Escola Pública, sendo um local onde todos são, à partida, tratados de forma igual, serve para avaliar o tal mérito pessoal essencial a um sistema meritocrático e liberal.

Poder-se-á dizer que isto, embora seja favorável à meritocracia, é contra as leis de mercado. Mas ninguém falou em proibir as escolas privadas! Nem proibir o estudo em casa, por exemplo. Mas, para nestes casos haver mérito, tem de haver um exame nacional que averigue o mérito dos alunos do privado (e, pelos vistos, esse mérito é grande...)

A existência de uma Escola Pública confere legitimidade aos que, pelo seu mérito, ganham mais que os outros. Todos estivemos na mesma escola, todos tivemos os mesmos professores e colegas, mas alguns, porque o mereciam, estão melhores que outros. Isto faz todo o sentido no contexto da teoria liberal.
Aliás, o MLS, que é um partido que se auto-denomina liberal (o slogan é Mais liberdade, menos estado), defende cuidados de saúde e educação iguais para todos, precisamente para a legitimidade da construção da sociedade liberal.

Os genuínos liberais não se gastam com guerrinhas ideológicas contra a esquerda, preferem legitimar a sua teoria com pressupostos, não socialistas, mas de justiça.

Portanto, a Escola Pública é, sem dúvida, uma questão política, mas não uma questão que se esgota na esquerda. Nasceu na esquerda, mas pode ser adoptada pela direita liberal e conservadora. É geralmente identificada com a esquerda, mas isso não faz dela uma bandeira a hastear unicamente pela esquerda. Quer para os que defendem a igualdade, quer para os que defendem a meritocracia, a Escola Pública tem um papel importante na construção desse ideal.
Tal como no ideal democrático.

quinta-feira, novembro 22, 2007

quarta-feira, novembro 21, 2007

Markting

Se o crítério para a avaliação de um professor for as notas dos alunos, é provável que o professor dê melhores notas. Se esse critério é na avaliação de escolas, então é provável que as escolas façam pressão para que os professores dêm boa nota.
Se a primeira situação é deplorável, a segunda é inadmissível. Os Conselhos Executivos não podem pressionar um professor a dar boas notas, porque só o professor sabe o que merecem os alunos...

Mas sabem o que é ainda pior? É quando o Estado usa inspecções estrategicamente feitas nesta altura e critérios absurdos para tentar aumentar as estatísticas, com o objectivo de ganhar suporte para as suas medidas educativas. E é isso que está a acontecer: o governo decidiu que os professores e as escolas devem ser avaliados pelas notas dos alunos (um critério absurdo e incompreensível), e coloca inspecções na altura em que se começa a pensar nas notas dos alunos.

Assim, garante que, ou os professores vão subir as notas para terem melhor classificação, ou porque são a isso coagidos pelos Executivos, que também querem uma boa classificação.

Tudo isto para quê? Para que os portugueses no fim pensem "Custou, mas valeu a pena".

sábado, novembro 17, 2007

Alterações ao ensino de português no estrangeiro

Em notícia do PÚBLICO, ficamos confortados por saber que "o Governo está a preparar alterações no ensino de português no estrangeiro para adaptar a língua portuguesa às novas realidades e afirmar-se como uma das mais faladas no mundo", mensagem transmitida pelo ilustre secretário de estado da educação Jorge Pedreira.

"Lembrando que o ensino de português se resume a “leitorados, colocação de professores na Europa e algum apoio fora da Europa”, o secretário de Estado sublinhou que “já não estamos nos anos 70”.

O problema é que o ensino do português no estrangeiro, no básico e secundário, é tutelado pelo Ministério da Educação e passa para o MNE no ano lectivo de 2008/2009. O MNE, através do Instituto Camões, só tutela actualmente o ensino superior.

Logo, quando o sec. de estado da educação vem dizer que o ensino de português se resume a leitorados (ICamões) colocação de professores na Europa (ME - que também os coloca nos outros países) e algum apoio fora da Europa está a chamar-se a si mesmo incompetente, pelo que não fez nos últimos anos, e ignorante, pelo que não sabe que o seu próprio ministério faz.

E só agora, a 10 meses de deixar de tutelar o ensino de português no estrangeiro é que o ME se lembra disto?! E a criação de um "grupo técnico"?! Para quê?! Para condicionar a herança pesada dos anos 70 que vão deixar?! Chamem mazé os gajos da TLEBS, que já têm experiência em criar embrulhadas!

sexta-feira, novembro 16, 2007

Resultados das eleições para a AE

Devem estar em pulgas para saber quem é que ganhou as eleições para a Associação de Estudantes da minha escola: será a lista alfa, apoiada pela JSD, ou será a lista B, apoiada pela JSD?

Os resultados são: a Alfa ganhou por 4 votos.

A lista B, com o cartaz "Não puxes pela cabeça vota B" e o slogan "Bota B que é o melhor que se bê", já pediu segunda volta (sendo que só há duas listas...).

Por pouco não havia porrada... Um gajo da B disse "Vocês só querem a AE pa foder e fumar ganzas", ao que o gajo da alfa respondeu "4 votos!", naquele tom de quem diz "pois claro que só queremos a AE para foder e fumar ganzas... olha-m' este!".

Às vezes, sabe melhor ganhar nos penalties. Depois de calmantes, campanha eleitoral à boca da urna, contagem de votos que imagino ter sido super-stressante, acabou-se a palhaçada.

E os meninos da JSD já aprenderam: só se dizem as medidas impopulares depois de se ganhar as eleições. Vão tirar o snooker da AE, porque dá pouco lucro, provavelmente para substituir pelo prometido "espaço de informação política"... não dá lucro, mas dá jeito à JSD...

Pró ano há mais.

quarta-feira, novembro 14, 2007

O reconhecimento do mérito... a quatro professores

Foram atribuídos quatro prémios a quatro professores do ensino público, para a "a valorização do mérito e da excelência no ensino", segundo a Nossa Senhora ministra da Educação.

Este prémio atribui 25 000€ ao vencedor.

Em tempo de contenção, acho ultrajante este tipo de prémios que não contribuem nada para a qualidade do ensino. Algum professor vai esforçar-se especialmente na sua qualidade de ensino, para conseguir um prémio que terá poucas esperanças de alcançar? É que só são distinguidos quatro professores por ano... e só um deles recebe os 25 000€.

Qualquer medida educativa que não seja para o melhoramento do ensino, neste momento, é injustificada. Até prémios de reconhecimento.

Andam os professores com carreiras congeladas, titularidade quotizada, reformas mais tarde, para o governo fazer este tipo de propaganda?

Não sou contra este prémio. Sou contra este prémio agora, num momento em que os professores estão a perder direitos em nome da contenção orçamental. Porque acho que não contribui para o melhoramento futuro do ensino, nem sequer motiva os professores... antes pelo contrário.

Hoje é dia de reflexão

Toda a gente a reflectir: Qual é que era já a lista que tinha o melhor sistema de som?

Isto do dia de reflexão em eleições para a Associação de Estudantes é engraçado... será que por haver campanha isso impede-nos de reflectir sobre qual a melhor lista? E por não haver campanha, isso vai fazer-nos reflectir?

De referir que um cartaz da lista B diz "Não puxes pela cabeça, vota B". É impressão minha ou o cartaz está a dizer que quem puxa pela cabeça não vota B?

Amanhã são as eleições. Que ganhe o menos mau.

terça-feira, novembro 13, 2007

Ainda as eleições para a Associação de Estudantes

A JSD é amiga.
Deu 50€ a cada lista. Assim conseguiu:

- Garantir que vai ter a AE da Henriques Nogueira com uma lista afecta à JSD.
- Fazer uma campanha barata de marketing, entre os jovens da Henriques Nogueira.
- Fazer com que os colaboradores afectos à JCP saíssem das listas (alguns...)
- Ganhar a simpatia de alguns estudantes, numa escola de tradição de esquerda.

A lista B inclusivamente tem cartazes que são iguais a um cartaz da JSD, com o símbolo da lista a substituir o símbolo da JSD. E o líder é membro da JSD... a lista alfa promete que a AE será "um espaço de (...) informação cultural, política, (...)".

Enfim... propaganda barata, onde não devia haver propaganda...
Amanhã é o dia de reflexão e na quinta vai-se a votos. Das duas, a Alfa é claramente a melhor, com maior capacidade de organização e melhores ideias... mas sou capaz de votar em branco, dada a promiscuidade com a JSD.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Começaram as eleições para a Associação de Estudantes na minha escola

Há duas listas: a alfa e a B

A lista alfa é a que já lá estava o ano passado e tem o slogan "Tempo de Mudança"
A lista B tem o slogan "Bota B que é o melhor que se bê"

Ambas são apoiadas pela JSD. Voto branco.

sábado, novembro 10, 2007

"O Governo transfere anualmente para universidades norte-americanas, ao abrigo de acordos interessantes, mas com contrapartidas reduzidas, verbas superiores às que transfere para algumas universidades portuguesas"

António Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, no Público

Isto é normal?
Com as propinas a aumentar cada vez mais, muitos alunos pensam duas vezes antes de entrar para a universidade. Outros, nem pensam duas vezes: não vão, porque não podem.
Já imaginaram a quantidade de capital humano que se está a desperdiçar quando se retringe o ensino superior aos que o podem pagar? A quantidade de bons engenheiros, médicos, economistas, e até dirigentes políticos que não o vão ser porque não podem pagar os custos da universidade... é que não são só as propinas: são os livros, o alojamento, os transportes, alimentação etc... já para não falar das pós-graduações, que com o Processo de Bolonha vão ser o mínimo exigido...

E em troca de quê? De um investimento em universidades americanas, para onde vão estudantes portugueses, que possivelmente vão lá ficar? Acordos internacionais podem ser uma boa aposta, mas o investimento num ensino superior economicamente acessível é essencial. Além disso, já temos relações com universidades de outros países através do programa Erasmus da UE... vale a pena tirar das universidades portuguesas para pagar universidades fora da UE?

quarta-feira, novembro 07, 2007

A Blogotinha lançou-nos um desafio, fazer um post em que apresentássemos 3 filmes e os relacionaríamos com um tema. Tal como ela, escolhemos a educação, apesar de nos terem sido roubadas 3 excelentes escolhas. Assim, escolhi 3 filmes que gosto de usar em aula:

1. Il Postino, de Michael Radford, para falar de poesia (il mondo intero é la metáfora di qualcosa)


2. The lord of the rings, para falar do sentido do épico (ride out with me)

3. Kids, de Larry Clark, para aulas de choque em formação cívica (educação sexual)


Lançamos o desafio a:

segunda-feira, novembro 05, 2007

Mudar de/o Sistema de Ensino... só há duas opções.

Sobre os rankings, já tudo foi dito. É a salganhada do costume: direita a querer provar que, por causa dos dados publicados, a escola privada é melhor; esquerda a querer provar que os rankings não interessam para nada. Penso que os rankings não têm a importância que se lhes quer dar: nem o valor sobreavaliado que os privatistas lhes dão, nem o valor subavaliado que o publicistas lhes dão.

Os rankings podem, na realidade, significar pouco. Mas para quem escolhe se vai pôr o filho no público ou no privado, isto pesa. A verdade, quer queiramos quer não, é esta: a classe média está a pôr os filhos nos privados. Qual é o problema disto? É que perde-se muitíssimo em vivências, compreensão de realidades diferentes (interclassismo) e formação individual. E também acho importante aprender-se a lidar com a incompetência, quer de alguns professores, quer de alguns colegas. Era uma pena se acabasse a escola pública.

Então, já chegámos a uma conclusão: hoje em dia, a escola pública está em competição com a escola privada. E está a perder terreno, quer em alunos, quer em suporte popular. Portanto, se queremos que a escola pública volte a ser a referência e a escolha, a escola pública, desculpem lá, mas tem de mudar. E quanto mais rapidamente melhor.

A escola pública tem de se tornar mais competitiva em três aspectos: em relação aos professores, em relação aos alunos e entre escolas. Só assim, com competição interna, a escola pública pode competir com a privada.

A escola pública tem de ser, desculpem-me mais uma vez, elitista. Peraí... elitista como? Ricos para um lado, pobres para o outro? Não. Atravéz de um sistema de vagas, onde se escolhe qual a escola que se quer frequentar, entrando-se por mérito. Isto não ia criar escolas de bons e escolas de maus alunos. Porque, numa escola com 600 vagas, entravam os 600 melhores, ou seja, muitos deles não eram propriamente bons alunos. E além disso, as famílias iam escolher escolas perto da zona de residência. E isto não queria dizer que se desistia da tentativa de uniformização dos meios... Quem pense que este método iria criar uma escola pública com guetos, desengane-se: se não houver um esforço para melhorar a liberdade de escolha de escolas pelas famílias, isso vai fazer as famílias optarem pelo ensino privado, e isso sim é elitização, mas em vez de ser quanto ao mérito, é quanto ao guito.
Esta medida aumenta logo a competição entre alunos e entre escolas (há outras coisas, mas isso falo noutro dia, se não esgoto tudo o que tenho para dizer sobre o tema do mês logo no primeiro post...).

E a competição entre professores? Para haver genuína competição tem de haver recompensa, e essa recompensa não pode ser pela negativa, ou seja: vocês iam chegar todos ao 10º escalão, mas agora há competição e só alguns é que lá vão chegar.
Antes, a competição tem de ser estimulada pela positiva, ou seja: vocês já recebem isto. Os melhores (não é os mais velhos, nem os que têm mais capacidade de liderança entre professores, é os que dão melhores aulas) vão receber mais, ou vão ter menos horário. É bom para os profesores e é bom para o ensino. É mau para o orçamento, mas tem de ser feito se queremos preservar a escola pública. O problema é que acho que há pessoas que não querem...

A aprofundar ao longo do mês...

sexta-feira, novembro 02, 2007

A proposta do Jumento

No Jumento, sobre o tema do mês, uma proposta nem sequer assim tão absurda. Eu pagava para ver:

"O colégio da Cova da Moura contra o colégio Planalto

Decidi fazer uma proposta absurda (ou talvez nem tanto), criar uma escola pública com os melhores alunos das escolas que servem os chamados bairros problemáticos, devendo ser escolhidos os melhores entre os mais pobres. Aos alunos dessas escolas deverão ser proporcionadas recursos que lhes assegurem condições de igualdade no acesso ao saber de que beneficiam os alunos do Colégio Planalto.

Todos assarão a dispor de computador pessoal, acesso à Internet, uma pequena biblioteca didáctica, acompanhamento de professores nos tempos livres (para proporcionar um acompanhamento equivalente aos dos pais dos alunos do colégio Planalto), um subsídio para que possam aceder a cinemas e museus devendo este tipo de actividades ser geridas a partir da escola e apoio directo aos pais para que saibam como acompanhar a actividade escolar dos filhos. Nessa escola leccionariam professores escolhidos entre o que apresentam melhores resultados, as instalações seriam confortáveis e modernas e contariam com transporte escolar próprio.

Nestas condições teríamos uma escola com as mesmas condições do Colégio Planalto, uma escola secundária da Opus Dei onde apenas entram os filhos de alguns dos mais ricos bons cristãos da nossa praça. Poderíamos, então, fazer um torneio entre o colégio da Cova da Moura e o Colégio Planalto, entre os meninos da melhor sociedade portuguesa e os “problemáticos” da Cova da Moura, para saber qual dos dois colégios ficaria melhor classificado no ranking das escolas secundárias.

Passados alguns anos iríamos comparar a posição do colégio da Cova da Moura no ranking do Colégio Planalto e ver se as virtudes do ensino privado são assim tão evidentes, se resultam da qualidade do ensino ministrado ou dos recursos e processos de selecção dos alunos.

Mas os resultados do ensino privado são assim tão brilhantes como tanto se tem dito?

A verdade é que os defensores da lista apenas olham para o seu topo e encontram aí fundamento para defenderem a superioridade do ensino privado. Esquecem-se de ler toda a lista pois teriam de explicar porque razão há tantas escolas privadas no fundo da tabela. Seria interessante se explicassem porque razão o Externato D. Duarte (Porto) está na 473ª posição, ou o externato Dom Dinis ficou pela 458.ª posição.

E se as vantagens do ensino privado são assim tantas porque razão o professor Marcelo, defensor do cheque-ensino, não opta por leccionar numa universidade privada? O que diria o professor Marcelo se um dia destes as suas turmas apenas contassem com alunos vindos do Colégio da Cova da Moura? Quase aposto que em vez do cheque-ensino viria defender a liberdade de inscrição no Colégio da Cova da Moura, viria dizer que o Estado discriminava os portugueses.

Seria engraçado se a maioria dos alunos das faculdades de medicina, da Universidade Nova ou da Faculdade de Direito de Lisboa fossem provenientes dos “colégios da Cova da Moura”, enquanto os sobrinhos e afilhados dos nossos “Marcelos” tivessem que se inscrever nas “Independentes” ou rumar para as universidades espanholas, como fazem muitos dos portugueses cujos pais não são supranumerários da Opus Dei.

A verdade é que os que defendem o cheque-ensino esquecem uma situação curiosa, os mais ricos financiam o ensino secundário privado, onde os custos são mais baixos, para depois serem os primeiros a escolher as universidades públicas onde os custos são bem mais elevados. Depois de andarem nas boas escolas privadas vão estudar para as boas escolas públicas. É evidente que os defensores do cheque-ensino estão a pensar apenas no ensino secundário, porque no que se refere ao ensino superior público parecem estar satisfeitos, são os outros que vão para as “Modernas” e “Independentes”.

Seria assim tão caro construir o Colégio da Cova da Moura? Ou estou muito enganado ou bastariam os impostos a que se escaparam os pais dos alunos das primeiras dez escolas privadas no ranking das escolas do ensino secundário para construir e manter dois ou três “colégios da Cova da Moura”. Bastariam os impostos a que se escapa o Opus Mullennium graças às artimanhs do director do seu contencioso fiscal para pagar uma dúzia de colégios da Cova da Moura."

quinta-feira, novembro 01, 2007

Tem do mês de Novembro- Escola Pública/Escola Privada

Muda o mês, muda o tema. E o tema do mês de Novembro é Escola Pública vs. Escola Privada.
Com a saída dos rankings dos resultados dos exames, aumentou a comparação entre Escola Pública e Escola Privada.

Se há uns anos a Escola Pública garantia uma qualidade muito próxima (superior?) à Escola Privada, a verdade é que, com a divulgação destes resultados, muitos questionam a qualidade do ensino público.
Por outro lado, nada garante que os colégios teriam os mesmos resultados se recebessem todos os alunos, e não apenas os que podem pagar uma escola privada.

Qual é a solução? Popularizar a escola privada, com o cheque-ensino? Privatizar a Escola Pública com o aumento de concorrência entre escolas e entre alunos? Deixar tudo como está? Acabar com o ensino público? Acabar com o ensino privado?

Que tipo de preparação dá a Escola Pública? Que tipo de cidadãos forma a Escola Privada?


Ao longo deste mês vamos analizar este tema, que não podia ser mais actual.

Hoje, dia de todos os santos, é feriado nacional

Às vezes até gosto da Igreja Católica...

quarta-feira, outubro 31, 2007

Como educar para a Democracia?

Este foi o tema do mês de Outubro. Um tema essencial para esta época.
Diariamente, vemos atentados contra a democracia, e vislumbramos alguns movimentos anti-democráticos. Para evitar isso, na minha opinião, há que tomar medidas, e não esperar passivamente que a democracia aconteça.

Educar para a Democracia é muito complicado. Educar para a ditadura é fácil... basta incutir os valores do regime, e não permitir divergências. Sendo a democracia o sistema que permite a divergência de opiniões e modos de vida, como ensiná-la, sem estar a ser ditatorial?

Há que informar e permitir diferentes opiniões, criando espaços de liberdade de expressão. Há que incutir os valores democráticos, que precisamente, permitem todo o tipo de ideais.
Ensinar a democracia não é impôr nada: é, pelo contrário, dar escolha aos alunos. Dar liberdade aos alunos. É exactamente o contrário da imposição: é libertação e escolha.

Não ensinar os valores democráticos é, isso sim, uma imposição: impôe-se a ignorância, a falta de espírito crítico, impõe-se a aceitação de tudo o que "está escrito", e de tudo o que o mundo tem para dar, sem nunca se questionar nada, porque não se sabe o que isso é.

Embora globalmente ensinar para a Democracia seja uma tarefa difícil, se olharmos ponto por ponto, conseguimos mais facilmente saber o que fazer. Por isso, ao longo deste mês fiz quatro textos sobre quatro aspectos diferentes da Democracia e da vida em Democracia:

Espero ter sido claro nas ideias que defendo, e espero que este debate continue por este blogue e pela sociedade portuguesa.

Viva a Democracia! Na Escola e tudo!

Respeito pelas minorias/ Tolerância

A Democracia é o regime onde a maioria manda. Em Democracia nem vale a pena falar no respeito pelas maiorias, pois este está subjacente ao conceito de Democracia.
Mas, além de ser uma forma de governar onde a maioria manda, é um tipo de sociedade onde há que haver respeito pelas minorias. Pelas minorias políticas, étnicas, religiosas, etc...

Perguntar "Como educar para a Democracia" sem perguntar "Como educar para o respeito por todos (minorias incluídas)?", não faz muito sentido. Desenvolvo agora o último texto relaccionado com o Tema do Mês de Outubro:
  • Respeito pelas minorias/Tolerância
Há um conceito que está directamente relaccionado com o respeito pelas minorias: a equidade.
A equidade opõe-se à igualdade, ou melhor, completa a igualdade. Os teóricos da igualdade defendem que as oportunidades/recursos etc... devem ser (re)distribuídos igualmente por todos, independentemente das suas condições. A equidade propõe que esta (re)distribuição seja feita segundo as necessidades de cada um. Por exemplo: o estado recolhe os impostos, e ao destribuí-los (1) atribui a mesma distribuição a todos os cidadãos ou (2) atribui mais a cidadãos com mais dificuldades (por exemplo, deficientes, pessoas com menos recursos, famílias numerosas...). O modelo 1 segue a igualdade, o modelo 2 segue a equidade. O mesmo se passa na recolha de impostos. Porque é que os deficientes têm (tínham...) reduções no IRS? Porque, como têm mais necessidade e mais despesas (recorrentes da sua condição), o estado aplica (aplicava...) o princípio da equidade.
Mas atenção: há casos onde o mais justo é a igualdade, e não a equidade. Por exemplo, no direito de voto.

No respeito pelas minorias, a equidade é muito importante. Como, em Democracia, é a maioria que escolhe quem faz as leis (logo, as leis serão feitas para agradar a essa maioria), as minorias ficam numa situação de desvantagem. E essa desvantagem é normal, consequência da maioria ter (felizmente) o poder. Neste caso, há pouco a fazer em termos de equidade...

No caso da avaliação escolar, há muito a fazer. Concordo com os apoios especiais para alunos imigrantes. E concordo com testes diferentes para os que vão a esses apoios. (Os que não vão aos apoios especiais, não podem exigir um teste especial...)
Quando digo testes diferentes, não digo testes mais fáceis. Digo testes onde seja menos avaliada a forma de apresentar as respostas, e mais o conteúdo. Por exemplo, num teste de história, uma boa parte da cotação vai para a maneira como é redigida a resposta. Num teste especial para imigrantes, essa componente poderia ser muito menos cotada. Nos testes de Português, por exemplo, não haver composição, ou esta ser avaliada de uma maneira diferente. No teste de matemática, não apostar em problemas que abordam matéria de outros anos, se o imigrante nunca deu essa matéria (isto tinha de ser adaptado ao aluno, claro...).

Como já disse em outros posts, sou pela realização de exames nacionais, pois são uma maneira objectiva de avaliar a parte objectiva dos conhecimentos. Aqui, talvez seja injusto fazer-se exames especiais para imigrantes. Porque nos exames, os alunos competem directamente para terem médias que os permitam entrar no curso que querem. Um aluno entrar só por causa do exame especial e outro, que até podia ter capacidades, não entrar, é injusto. Porque a universidade é um local onde se está por mérito e onde se tem de se ter já algum domínio da língua. Um imigrante que entre sem saber falar bem português, não se aguenta muito tempo.

Para além da avaliação: acabar com o pouco que ainda há de racismo e xenofobia. Na Formação Cívica, em campanhas de sensibilização, em semanas culturais, para mostrar que todos os Homens são iguais e que viver numa sociedade multicultural (intercultural...) é uma alegria. Permitir divergências de opinião em todos os assuntos, e aqui incluo as minorias políticas e religiosas.

Para uma sociedade onde se respeitam todos, tem que se começar por algum lado: pela Escola.

terça-feira, outubro 30, 2007

Coisas sérias

Excelente série de quatro posts, do blogue Zero de Conduta. Todos eles são sobre educação, criticando a crítica que é feita por alguma blogosfera liberal à escola pública:

Sobre as diferenças entre escola pública e privada.
Sobre a "qualidade dos métodos" oferecida pelas privadas, inaplicáveis no ensino público.
Sobre o cheque-ensino
Sobre os perigos de uma escola estatizada e a iniciativa privada (que tem de ser paga pelo estado, claro... ou não fôssem eles liberais...)

Gosto sobretudo da comparação entre três escolas privadas que são da mesma empresa (ou companhia, ou lá o que é...), ensinam segundo o mesmo método, mas com resultados bem diferentes... Porque duas são subsidiadas pelo estado e recebem alunos que não pagam por estar no colégio, e a outra não tem essa abrangência.

Parabéns ao Pedro Sales, do ZdC

Boa sorte para o futuro!

E que o blog continue sem mim!
Abraços e adeus!

segunda-feira, outubro 29, 2007

Não há condições

Em comentário ao meu post Tempo para lêr?, onde questiono a carga horária excessiva nas escolas, que impede os alunos de terem tempo para ler, XandraFrô, que também participa neste blogue, escreveu o seguinte comentário:

"eu não li todos os comentários na integra, mas também não é preciso! só tenho uma coisa para dizer...este aluno do ensino secundário é extremamente convencido e acha-se um verdadeiro herói na defesa dos direitos dos alunos! menino, desca à terra e...vá fazer umas piscinas e uns joggings1 activa a circulação sanguínea, expulsa as toxinas a mais no nosso corpo, liberta a nossa mente e, a seguir ao sexo, é mesmo o melhor que nós podemos fazer1 sejamos realistas! todo o resto vai-se fazendo, ou melhor ou pior porque NINGUÉM É PERFEITO! mas só uma coisita...para quê a formação civica???? acho muito bem que haja! porque anda por aí muito pai e muita mãe que têm as crias só por ter...a gente que as eduque!!!Tenho dito!e mais...eu era para não me identificar mas como não tenho satisfações a dar a ninguém sobre aquilo que escrevo e não tenho minimamente receio de ser mal interpretada, nem que me julguem mal, subscrevo-me! se as partes ficarem muito ofendidas, azar! atchim...santinho!"

A minha resposta a este comentário é:

XandraFrô,

Não é preciso interpretá-la mal. Você explicitamente chamou-me aquilo que quis. Está no seu direito e eu estou no meu direito de escrever neste blogue aquilo que penso e de defender aquilo que quero defender. E de ficar ofendido.

Essa do "desça à terra" parece-me boa ideia. Se calhar, enquanto houver intolerância, falta de espírito de debate, escrita aparvalhada e sobre futilidades e ainda por cima se entra em caixas de comentários para insultar os colegas de blogue, sem apresentar nenhum argumento, se calhar enquanto isso existir neste blogue, não vou cá voltar.

Quando diz "menino, desca à terra e...vá fazer umas piscinas e uns joggings1(...)", não está a comentar o que eu digo. Das duas uma: ou me está a mandar embora deste blog, ou (pior) está a querer condicionar a minha acção neste blogue (é claro que por estar a querer condicionar a minha acção neste blogue não quer dizer que eu o vá fazer. Mas se mandar uma pessoa à merda, mesmo que essa pessoa não vá à merda, ela tem o direito de se sentir ofendida.)

Somos todos do mesmo blogue. Isso não impede divergências de opinião. Mas impede que se comece a insultar o colega de blogue, entrando numa caixa de comentários, sem apresentar nenhum argumento. É um comportamento deplorável do ponto de vista cívico. É no que dá, não haver FC a sério...

Também achei curioso o tom paternalista do seu comment. "é extremamente convencido", "desça à terra", "acha-se um herói na defesa dos direitos dos alunos!", "menino, (...)".

Não sei se percebeu quando cá chegou, mas o alicerce deste blogue é o conceito de que é possível um blogue com professores e alunos, onde cada um dê os seus pontos de vista, sem haver depreciação só porque se é aluno/professor. A diferença entre estes e os outros blogues de educação é que este não é nem um blogue de especialistas sobre educação/pedagogia etc..., nem é um blogue/sindicato de professores.
É um blogue onde pessoas que não são especialistas em ciências da educação (nem os professores nem os alunos...) falam sobre educação mediante as suas opiniões e vivências.

Acho que este episódio vai contra toda a ética bloguística e contra todos os valores deste blogue.

Portanto, e pelo que já expliquei, acho que não posso continuar neste blogue enquanto não houver uma reestruturação do mesmo, repondo o clima de debate sério e pacífico entre bloggers alunos e professores, sem este tipo de incidentes, que estragam o blogue.

Isto é, dadas as circunstâncias, um ultimato. Eu não me importo de continuar no blogue, mas isso terá de acontecer sem a XandraFrô. Também não me importo de sair do blogue, porque penso que o blogue acaba a partir do momento em que se deixam passar estes incidentes.
Num blogue assim, eu saio. Num blogue reestruturado, eu continuo. Não é uma questão pessoal, é uma questão de valores.

P.S.: Não se esqueça que foi a XandraFrô a incitar à expulsão de um de nós, quando disse
"este aluno do ensino secundário é extremamente convencido e acha-se um verdadeiro herói na defesa dos direitos dos alunos! menino, desca à terra e...vá fazer umas piscinas e uns joggings1 activa a circulação sanguínea, expulsa as toxinas a mais no nosso corpo, liberta a nossa mente e, a seguir ao sexo, é mesmo o melhor que nós podemos fazer1 sejamos realistas!"
Não me acuse de ser o iniciador da ruptura, pois foi você que me mandou ir passear.

Diário de Marilu, NÃO PAGO!

Hoje tou posssssesssssa...maceradissssssssssssssssima...furioooooooooooooosssa...ahhhhhhhhhh!

(esta foi a quinta catarze de hoje...)

...acabei de por o meu carrunxo na oficina para mudar um amortecedor, os dois tá claro...se mudasse só um era como mudar uma capa dum sapato, falando em pares de sapatos, claro! Ficava o carro manco...E porque é que o amortecedor foi à vida? Porque aqui a je tem que subir o passeio para "estancionar" o carro ao pé da escola...aquela rampa é horrivel...e o carrego que trago quse todos os dias é digno dum burro de carga, ou de um "troley" (não sei se é assim que se escreve!)! Neste caso a burra sou sempre eu, claro! Lá o carrego é comó outro, mas a falta de "estancionamento" ali naquelas redondezas é uma coisa simplesmente atroz! Ou bem que se entra todos os dias às 8.30h e se arranja um lugarzinho em cima do alcatrão, sem ter que estar a subir passeios próprios para "todo o terreno", ou então sobe-se a porra do passeio...e aí, adeus amortecedores! Irra Sr. Lopes...

Agora vejam bem o que vai acontecer...



A Camâra Municipal de Torres Vedras quer pôr o estacinamento em frente e dos lados das Escolas Padre Francisco Soares e Madeira Torres A PAGAR...não sabem decerto o que é que significa "cartão de residente"...ambas, as duas, as escolas já fizeram um abaixo-assinado a discordar da paródia! Eu não tenho muita paciência para estar práki com grandes filosofias sobre o assunto! Mas uma coisa é certa...juro que a Sra. D. Conceição Lino, do "Nós por cá", a DECO e seja lá mais quem for, hão-de ter conhecimento do assunto...é DESTA QUE TORRES VEDRAS FICA CONHECIDA INTERNACIONALMENTE! E desta vez a tia Lurdes não tem a culpa...ou serão ordens do ME???? Já não digo nada...neste país tude é de esperar...



Pronto, vou corrigir testes para ver se me passa esta agonia...

Um resto de bom dia para vocês e NÃO SUBAM OS PASSEIOS COM OS VOSSOS CARRUNXOS!!!!

XAU E, CLARO...

XIIIIIIIIIIIIIIIIII

sábado, outubro 27, 2007

A acompanhar...

O Bloco de Esquerda está a organizar um fórum sobre Educação, e disponibiliza os conteúdos na internet. Vale a pena ver alguns artigos deste fórum, que mostram a preocupação desta força política com as questões da Educação.

Até agora, a única força à Esquerda que fazia alguma coisa sobre Educação era a JCP, com uma boa estrutura de luta e defesa dos direitos dos alunos.

Com este fórum, esperemos que o Bloco passe a encarar este tema como o grande tema deste século. Quanto mais esta questão fôr discutida, melhor.

Relacionado com o tema deste mês (Como educar para a democracia?), ver esta entrevista com Sérgio Niza, com o tema "A Construção de uma Democracia na Acção Educativa".

Também gostei do texto de Maria José Araújo, que vou aqui transcrever:

Actividades de tempo livre sem tempo nem liberdade

"Pela sua imaturidade bio-social e dependência dos adultos, as crianças têm, nas nossas cidades, direitos limitados: não podem correr à vontade, gritar, escrever nas paredes, saltar, cantar alto, fazer barulho, pendurar-se nos espaços exteriores, subir às árvores, saltitar, nem sequer esconder-se dos adultos para pensar, quando estes não as entendem.

Texto de Maria José Araújo:

Os lugares de brincadeira e esconderijo, lugares que estimulam a exploração e a transgressão de todo o tipo de limites, possibilitando formas de transformar o mundo, estão em extinção nos grandes centros urbanos. As crianças, submetidas a pressões educativas, pragmáticas e intelectuais excessivas, "rebentam" pelo comportamento.

A hiper-escolarização, a institucionalização do tempo livre e a existência mais ou menos generalizada de instituições para acompanhamento escolar, fora da escola, como é o caso dos Centros de Actividades de Tempo Livre constitui em si mesma um fenómeno social gerador de transformações no modo de vida das crianças, nos seus hábitos, na sua maneira de pensar, conviver e crescer. Os adultos têm tido dificuldade em encontrar fórmulas interessantes que lhes permitam dar conta de uma coisa tão simples e complexa como é entender as crianças e fazer da sua vida uma infância de agradáveis lembranças.

As crianças acomodam-se ou resistem a um quotidiano preenchido por tarefas, em espaços fechados com gente de todo o tamanho e de todos os jeitos, que supostamente as "entretêm". Numa sociedade em que "incessantemente se afirma o primado do trabalho (produtivo) sobre o lazer (inútil) e da razão (objectiva) sobre a fantasia (irreal) não admira, pois, que as sucessivas aquisições que são proporcionadas às crianças em vez de constituírem novos apelos ao imaginário, sejam o contrário, novas pontes para o real", como refere Agostinho Ribeiro*


Da visão das crianças sobre o mundo monstruoso, apopléctico, tentacular, atropelante e todavia sedutor já nos falava o Amadeu de "Cinco Réis de Gente", da capacidade de sonhar, imaginar e aventurar no tempo livre fala-nos o Zézé de "O Meu Pé de Laranja Lima". E nós? Nós inventamos uma solução nova: fazemos de conta que não vemos.

Neste sentido, e para recuperar a criatividade das crianças, é preciso encontrar um diálogo produtivo junto das crianças e jovens, das escolas e professores, dos pais e encarregados de educação e do público em geral, pois que me parece absolutamente necessário e urgente reabilitar o brincar e sobretudo o brincar com os outros (os amigos), o "brincar
com". "Brincar e sonhar (ou brincar sonhando) é algo que nos permite crescer e encontrar ideias, novas acções educativas ou reeducativas, quer se trate de crianças ou adultos, na área do conhecimento, do auto-conceito ou da interacção social, devemos começar por estabelecer as condições para se poder brincar" *

Notas
* RIBEIRO, Agostinho (1988) Brincar, Sonhar e Criar: Para uma psicopedagogia da Criatividade. Porto: FPCE-UP.

Maria José Araújo é investigadora do centro de investigação e intervenção educativas da FPCEUP"

(link)

Tempo para lêr?

Estamos todos fartos de ouvir que o grande problema geracional de hoje em dia é a falta de hábitod de leitura. Desmultiplicam-se os fundos, planos, apoios e programas para incentivar a leitura e o gosto pela leitura.

Mas porque é que os jovens não lêem?
a) Por causa da televisão
b) Por causa da internet
c) Porque querem é divertirem-se
d) Porque lêr dá muito trabalho.

Talvez qualquer uma destas respostas seja verdadeira. A televisão é um meio mais fácil de obter informação e entertenimento. A internet é mais abrangente e rápida de pesquisar que qualquer biblioteca e tem muitas formas de comunicação que ultrapassam a leitura. O divertimento ocupa uma boa parte da vida do ser humano, sobretudo na juventude. Lêr requer esforço e imaginação. Tudo isso é verdade.

Mas há outro motivo que, conjugado com todos os outros, torna a leitura um bicho de sete cabeças: tempo.
O estudante não tem praticamente tempo para desenvolver o intelecto atravéz da leitura.
Por exemplo, no ano passado o meu horário era:

-Segunda, Terça, Quinta e Sexta entrava às 8:30 e saía às 17:15 da Escola
-Às Quartas tinha "tarde" livre: entrava às 8:30 e saía às 13:45

Pegando nos dias em que saio às 17:15: conto 15 minutos para chegar a casa. Chego a casa, tenho que lanchar, por volta das 17:45 estou despachado.
Entre as 18h e a hora a que, de semana, vou para a cama (22h30) há 4 horas e meia. Pelo meio, tenho que jantar, estudar, e já agora... descançar um bocado do dia de trabalho. Isto sem contar com as actividades extra-curriculares.

Eu pergunto: ende é que, aqui, posso arranjar tempo para lêr? Sim, porque lêr implica tempo e alguma tranquilidade. E eu ainda sou dos mais sortudos... na minha turma há quem chegue a casa às 19:30! Na minha escola, há aulas que acabam às 19:30, isto em cursos diurnos normais, para alunos que pretendem chegar à universidade...

Com estes horários, com esta exigência (que requer muito estudo em casa), como é que querem que os jovens leiam? Só com enorme esforço e preserverança é que eu consigo ler um livro por mês, no máximo dos máximos.

Que tipo de sociedade esta Escola está a produzir? Pessoas que até sabem muito sobre uma determinada área, mas não têm (não conseguem ter) capacidade intelectual para se desenvolverem e desenvolverem a sociedade. Especialitas que só sabem falar de um assunto, sendo ignorantes em relação a tudo o resto. Cidadãos passivos democraticamente, sem opiniões nem uma visão global do que os rodeia. Já para não falar de pessoas com problemas de vista, por causa da exposição aos píxeis ;-)

Não há tempo para nada, num tempo em que devia haver tempo para tudo. A juventude devia ser uma época de aprendizagem de tudo um pouco, de formação do indivíduo segundo as suas experiências pessoais, de descoberta de vocações e de cultivo intelectual. Não uma época de stress, montes de estudo, horários apertados e falta de descanço.

Os estudantes não são uma mercadoria!

E agora o momento neo-luddista de hoje:



Via 5dias
Mais informação sobre o estudo que deu origem a este vídeo aqui

quarta-feira, outubro 24, 2007

Deveres do cidadão

No âmbito do Tema do mês, que é "como educar para a democracia?", tenho postado sobre aspectos da vida democrática que podem ser ensinados e praticados pela Escola. (1 e 2)

Hoje falo dos deveres do cidadão, aquelas regras que todos devemos cumprir, e que muitos tiveram que as aprender por si próprios e outros... nem sequer as aprenderam.

  • Deveres do cidadão:

Como é que se pode educar para que os futuros cidadãos cumpram as regras da sociedade? Em primeiro lugar há que ensiná-las, para que sejam conhecidas por todos. Mais uma vez é necessário que se reformule a Formação Cívica (FC) no ensino básico e que se crie FC no secundário. Mas há que fazer mais que isso.

Por exemplo, podemos ensinar a ter respeito pelo que é de todos se a escola emprestar manuais aos alunos. Para além do benefício económico para as famílias, isso seria uma grande aprendizagem cívica. O aluno tem livros da escola. Se os estimar, passam para outro aluno; se os estragar, terá que os pagar. (Se, por acaso, quiser ficar com o livro, também pode pagá-lo...)

É com estas pequenas coisas que se cria um espírito de respeito pela comunidade. Esta medida já está implantada em França e em outros países, e até mesmo cá, em escolas privadas. Constitui uma maçada para a máfia dos manuais escolares, uma grande poupança para as famílias, uma medida anti-abandono escolar, e uma maneira de ensinar a viver em sociedade. E sabem o que é que é melhor? O Estado consegue os manuais a um preço incrivelmente mais baixo que o PVP actual (se consegue portáteis a 150€...) e garante que o mesmo manual (o mesmo programa, o mesmo tipo de preparação) seja adoptado em todo o país, o que pode garantir a qualidade do programa e equidade na avaliação.

Outra maneira de ensinar os deveres do cidadão é mostrar que o desrespeito pelas normas em sociedade não é impune. Os dias de suspensão são um castigo que só deseduca. Um dia (ou dois, ou três...) de suspensão não é nenhuma punição, é uma festa... Então o que é que fazemos? Batemos? Não! Segundo a gravidade do caso aplicam-se trabalhos escolares (ao menos é algo útil...), intervalos na sala de aula, ou até segundo o modelo americano: escola ao Sábado. Esse modelo americano não me parece mau. Pelo menos pelo que vemos em filmes, os alunos escrevem sobre cidadania ou regras de conduta... Mas isto seria num caso de já alguma gravidade... Pior que isto, só mesmo a expulsão...

Aplicam-se os castigos consoante aquilo que é feito. Não concordo com os dias de suspensão, pelo que já mencionei, nem com o trabalho comunitário dentro da escola. Este último não concordo por ser humilhante e normalmente feito sem esmero. Um aluno a varrer o chão ao pé de todos os colegas é demasiado humilhante e pode causar problemas sociais ao aluno, até mesmo tornando-o um adulto complexado e talvez violento. Ou seja, faz tudo o que devia remediar...

Portanto, para educar para os deveres do cidadão, a escola tem de ensinar as regras de vida em democracia, usar métodos práticos (como o dos manuais emprestados, por exemplo) e punir ponderadamente os infractores, com castigos adequados à infracção, nem demasiado benévolos, nem demasiado humilhantes.

Para a próxima falarei do Respeito pelas minorias/Tolerância

quinta-feira, outubro 18, 2007

Diário de Marilú, a bisbilhoteira

"Ó Sr. Saraiva, não me diga que não quer falar comigo?...mas eu não faço mal a ninguém..."
...esta é para ver, se Deus quiser, e espero que queira mesmo, no próximo Junho, de 2008, claro!
É ka outra agora deu em...actriz! Poizé! Era um sonho...que, aos poucos, se vai tornar realidade...e tudo surgiu dum simples telefonema! é daquelas coisas que acontecem uma vez na vida duma pessoa..e se não se aproveitam, é mera estupidez!
E por falar em estupidez, deixa-me cá falar do Shoping Arena...o novo shoping que abriu em Torres Vedras! ahhhh...é airosito...para muitos é mais um...para outros muitos é um atentado à pobreza..para ainda mais outros muitos é uma forma de deitar abaixo o comércio tradicional de Torres Vedras..."posso falar o keu axo?"..."mas fala baixo!"...eu axo k torres precisava dum cinema1 Só por isso tou satisfeita! Porque adoro ir ao cinema! Porque todo o resto dispenso! Lojas? Só tem as que não me interessam! O Jumbo? Hummmm, dá jeito! Fica a caminho de casa! Mas só de pensar que tenho que inalar kkkkkkkkkkilowaaaaaaattts de ar condicionado...até se me dá logo vontade de espirrar!
Não, a sério, eu detesto grandes centros comerciais! Mas para quem gosta e não tem ideias para passar o tempo, é óptimo!
Agora vejamos as vantagens...e são muitas!
Até aqui todo o maralhal, num sábado ou num domingo, solarengo invadia santa cruz! Agora?...Santa Cruz é para quem aprecia a calma e o sossego...(oxalá...)
Ir às compras ao centro de Torres, ou mesmo ao Modelo, ao Pingo Doce (apesar deste ser o menos atafulhado) ou ao Intermarché (onde eu mais vou por encontrar menos encarregados de educação e alunos por metro quadrado) vai-se tornar muito mais calmo porque...tá tudo no Jumbo, à caça das promoções!
O comercio tradicional de torres não vai sofrer assim tanto! Porquê? Porque o pessoal de Torres adora as novidades, tal como todo a criança que tem um brinquedo novo...mas quando se farta volta ao antigo...o problema maior vai ser mesmo com os hipermercados! Agora com as restantes lojas, não! quer dizer...estou-me a esquecer das anoréticas, ou potenciais anoréticas, dos dois liceus de Torres...as chavalas seguem a moda e BERSHKA COM ELAS!
Até tou admirada do amigo Baldasse e da amiga SmartizzzzzZZZZ não terem feito um arraso ao xopinnng! Estarão a gastar a mesada?...
Então vá, fiquem bem! Amanhã vou ao cinema...mainada!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Diário de Marilú, aula de física!

Ennnna pá, hoje madruguei!
Mas quero partilhar convosco uma aula de física que me deu o meu irmão, a respeito do conceito de DENSIDADE...eu fui procurar o conceito à wikipédia e tive uma dúvida, que o meu manokas me esclareceu...mas é melhor não dizer mais nada! Leiam!

Eu enviei esta mensagem:

"Quando aumentamos a temperatura de um determinado fragmento de matéria, temos um aumento do volume fixo desta, pois haverá a dilatação ocasionada pela separação dos átomos e moléculas. Ao contrário, ao diminuirmos a temperatura, teremos uma diminuição deste volume fixo. A quantidade de massa existente num dado volume é chamada de massa volúmica.
Quando a matéria se expande, sua massa volúmica diminui e quando a matéria se contrai, sua massa volúmica aumenta. Com este conceito temos uma unidade de medida, que pode ser dada gramas (g) por centímetros cúbicos(cm³)."
NÃO PERCEBI O K TÁ A VERMELHO...n devia ser ao contrário?ja tou podre de sono...

E horas depois veio a resposta:

"Massa volúmica" é um nome foleiro para densidade. Imagina um par de colhões dentro de água: A massa dos colhões não varia, mas quando os metes em água fria eles encolhem---o seu volume diminui. Ora, densidade = Kg/m^3 (1 m^3 = 10^3 Lt.), logo, quando os colhões se contraem---volume diminui---a sua densidade aumenta---há mais colhão por metro cúbico.
Já entendeste?
Outro exemplo com colhões, desta vez de carneiro.
Imagina que entras toda contente numa mercearia e pedes um litro de melejas.
O dono, esperto, diz-te que tens de esperar um pouquinho porque ele os tem congelados---colhões de carneiro congelados---e têm de ser descongelados para ser vendidos. Ele vai e mete os colhões (do carneiro) no micro-ondas até a água derreter e tornarem a ficar reluzentes. Isto significa que a densidade de colhão aumentou, e também que sais da mercearia com menos colhão por litro.
Agora também já estou podre de sono e não consigo dissertar mais sobre densidade (colhónica).

...E ESTA HEIN?

terça-feira, outubro 09, 2007

Os efeitos do choque tecnológico - a escola do futuro

Diário de Marilú, o fado

Hoje não me apetece divagar...cheguei a casa e ouvi este fado da Mariza, como faço todos os dias, porque me descontrai imeeeeeenso...e gosto deste particularmente...

Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!

...o fado diz muita coisa!!! e cantado pela Mariza...é um triplo o...

segunda-feira, outubro 08, 2007

Direitos do Cidadão

O tema do mês é "Como Educar para a Democracia?". Há, basicamente, duas respostas possíveis: não a ensinar e esperar que a democracia floresça da repressão que existe na escola ou, por outro lado, ensiná-la sem esquecer a neutralidade da Escola. Eu opto pela segunda opção, porque parece-me a mais eficaz e segura, e a mais saudável.

No último post sobre este assunto, falei da Liberdade de Expressão e de como ensiná-la na Escola, com neutralidade e respeito por todas as opiniões. Aliás, a única maneira de ensinar a liberdade de expressão é com neutralidade e respeito por todas as opiniões...
A liberdade de expressão é um direito, que custou muito a ser adquirido e que, pelos vistos, ainda não foi adquirido dentro da escola.

Hoje vou falar de outros direitos. Os direitos do cidadão são uma parte fundamental da democracia. Se é verdade que a sociedade não consegue sobreviver sem os deveres individuais, é certo que sem os direitos, essa sociedade nunca será democrática.

  • Direitos do Cidadão.

O Aluno é, antes que mais nada, um cidadão. Um futuro cidadão, se quisermos. Mas o Aluno só pode tornar-se um bom cidadão se, desde cedo, for tratado com os direitos dos cidadãos. Tem que sabê-los, tem que saber os seus limites e tem que exigí-los.

Conhecer os direitos é fundamental. Se a Escola não ensina os direitos dos alunos, como é que eles podem, no futuro, exigí-los? E aplicá-los aos outros? E se não souberem que o meu direito acaba onde começa o direito do outro, como vão saber o que podem e não podem fazer?

A Escola tem que, de uma vez por todas, assimilar duas palavras: Formação Cívica. No Ensino Básico, tem de deixar de ser uma espécie de "Espaço Direcção de Turma" onde se fala de tudo menos de civismo e direitos. No secundário, e visto que a maioria dos alunos têm menos de 18 anos (ainda não são cidadãos), é urgente criar esta disciplina e encará-la de uma forma séria. A longo prazo com professores especializados em Formação Cívica. Por enquanto, um curso de formação já remediava...

A Formação Cívica deve cumprir o que o próprio nome da disciplina promete: formar cidadãos. E um cidadão aos 15 anos não está formado! A FC tem de ser encarada muito a sério, para que seja um espaço de aprendizagem, debate e contacto entre escola e aluno.

Educar para a democracia pode parecer abstracto e complicado. Ensinar os direitos do cidadão é fácil e objectivo: dizer quais são os direitos, explicar os seus limites, fazer verdadeira formação cívica.

O mais difícil é aplicá-los dentro da Escola. A Escola, assumamos, não é (nem pode ser, dizem alguns) um sistema democrático. (também se dizia que a sociedade nunca funcionaria havendo democracia... era uma utopia...)

A Escola pode ser um sistema democrático, se os valores democráticos entrarem na Escola. (Actualmente, nem com cartão os deixam entrar...). Porque a função principal da Escola é formar cidadãos, que vão constituir a sociedade do futuro. Esses cidadãos têm de ter conhecimentos de Língua Portuguesa, claro. Têm de conhecer a História e a Geografia de Portugal e do mundo. Têm de ser estimulados ao raciocínio matemático. Têm de se especializar numa área, para que possam um dia trabalhar nisso. E, sendo cidadãos, têm de saber as regras da democracia e da vida em sociedade.

Se os cidadãos são o centro da sociedade, os alunos são o centro da Escola. Ou deviam ser. A Escola só existe porque existem alunos e devia trabalhar focada nos interesses presentes e futuros do aluno. Mais liberdade e tempo livre para os alunos (para que possam aplicar os direitos e deveres), menos hierarquia entre professores e alunos, eleição democrática dos representantes dos alunos (com alguma expressão na Assembleia de Escola...), liberdade de escolha da escola onde querem estudar (num sistema de vagas, em que o critério são as capacidades, e não a zona ou região do país). E sobretudo uma mudança de mentalidade, de professores e alunos, em relação ao papel do Aluno e do Professor na Escola.

Portanto, e resumindo:

1. Aprender os direitos: Formação Cívica a sério

2. Aplicar e aprender a vida em sociedade: Educação centrada no Aluno.

Dois passos importantíssimos para a democratização da Escola/Sociedade na sua estrutura e valores.

domingo, outubro 07, 2007

Domingário de Marilú, as peregrinas

A todas e a todos os peregrinos e a toda a equipa de apoio do Agrupamento de Escolas de São Gonçalo eu dou esta rosa...vocês são fantásticos, e estarão sempre no meu coração!
E digo mais...é preciso ter "tomates" para andar o que eles e elas andaram...seja pela fé, seja pelo gozo da viagem, seja lá pelo que for!
Eu digo que talvez seja pela simples vontade de GOSTAR DE VIVER!
Um grande BEM HAJAM e não desistam...hoje 30, amanhã 300...mas sem exército persa! (isto era uma piada...)

ps: eu gostava era que a nossa rica ministra da inducação soubesse destas iniciativas...tia lurdes, faxavor de começar a ler este blog, táóvir?