sábado, dezembro 30, 2006

Noites de festa - cuidado com as bebidas

Agora que se aproxima uma noite de muitos festejos, provavelmente bem regada, muito cuidado com as bebidas. Há efeitos que não se devem só ao álcool e que se podem (devem) evitar:

quarta-feira, dezembro 27, 2006

terça-feira, dezembro 26, 2006

Ajuda de Berço - "Um colo para cada criança"

Clicar para ajudar:


Como funciona "Um colo para cada criança"?
É simples. Ao clicar no botão "Um colo para cada criança" é remetido para uma página de patrocinadores que realizam uma doação, em dinheiro ou géneros, por cada clique que fizer.

Como é aplicado o dinheiro ou bens doados?
A AR Telecom é a responsável pela gestão dos patrocinadores e entrega dos bens ou dinheiro à Instituição Ajuda de Berço. Após essa entrega, a Ajuda de Berço aplica os recursos obtidos de acordo com as necessidades das crianças aí hospedadas. Para mais informações visite http://www.ajudadeberco.pt/ ou escreva para infocolo@jazzcidadania.org ou info@ajudadeberco.pt.

Porque é que só posso clicar uma vez por dia?
O objectivo dos patrocinadores, para além do sentido de cidadania, é obter visibilidade e visitas nos seus sites. Cada vez que clica no botão irá ser exposto a uma mensagem publicitária. Não haveria interesse, nem para si, nem por parte dos patrocinadores, em fazê-lo ver a mensagem mais do que uma vez por dia. Assim sendo, mesmo que clique várias vezes por dia, só ficará registado um clique por dia.

Como seria possível participar mais?
O seu clique já é uma grande contribuição. No entanto, se desejar apoiar mais a Instituição Ajuda de Berço, clique aqui, e saiba como o pode fazer.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

TLEBS - no sapatinho

Repescámos no PÚBLICO de ontem uma entrevista de Inês Duarte sobre a TLEBS e uma notícia a fazer o ponto da situação.

Afinal, quem está envolvido na TLEBS foram "os primeiros a dizer que havia aspectos que precisavam de ser revistos, em função da experimentação pedagógica e de pareceres de outros especialistas em ensino do Português." Mas afinal agora ninguém gosta do monstro? Nem os seus criadores? E a que propósito se move um bispo no tabuleiro do xadrês em vésperas do Natal?!

Ficámos ainda a saber que na próxima semana, o grupo de trabalho da DGIDC (Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular) vai entregar um documento sobre a TLEBS à equipa ministerial, e que o Ministério vai pedir "pareceres" (podia pedir um aqui à EC-d-R, até nem levávamos muito...).

O presidente da Associação dos Professores de Português (APP), Paulo Feytor Pinto, confirma que existem erros, mesmo nos diplomas publicados no Diário da República. Ainda assim, não propõe a suspensão, porque é necessário que a TLEBS seja experimentada para ser avaliada, justifica. Feytor Pinto critica a ideia de "experimentação generalizada" a todas as escolas quando a tutela não sabe quem é que está, ou não, a experimentar. "Parece que o ministério está a dar argumentos a quem é contra", lamenta [sem comentários...]

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Título do novo livro de Harry Potter

O título do novo livro de Harry Potter foi revelado no site da autora, J. K. Rowling.

Mas para obter este troféu, que a Educação Cor-de-Rosa não revela :-p, têm de se mostrar merecedores e encontrar o caminho para o título através de um jogo no site.

Para os mais preguiçosos, aqui fica uma ajudinha:

Go to JKRowling.com. Click on the eraser on her desk.

  • 1. Click doorway in mirror to see Christmas tree.
  • 2. Click on the top half of the door to get the wreath.
  • 3. Click on the top of the mirror to get the garland.
  • 4. Click on the spider web right next to the door to make them go away.
  • 5. Click the 4th chime in the window and get the key for the door.
  • 6. Drag key to unlock the door.
  • 7. Door opens to show a desk with a package.
  • 8. Click the bow on the package and it will open.
  • 9. Click the inside of the package and a game of Hangman is shown where you can play a game to guess the name of the seventh book.
  • 10. You can keep playing till you get it right and when you do a check mark will appear.

  • Boa sorte!
    (agradecimentos à HPANA)

    Portáteis nas escolas, parte 2

    Depois de, há mais de um mês, termos alertado aqui na Educação Cor-de-Rosa para a bronca dos portáteis nas escolas, eis que algo acontece.

    O CRIE
    (Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola) responsável pelacoordenação pela Iniciativa Escolas, Professores e Computadores Portáteis, lá deve ter achado que lhe ficava bem dizer qualquer coisa sobre o assunto, sem dizer nada, e enviou um longo email às Escolas para dizer:

    1. A culpa foi da DREL -
    "Maugrado idêntico empenho, a DREL, Direcção Geral de Educação de Lisboa, devido ao phasing-out do PRODEP, confrontou-se com limitações muito significativas de financiamento o que levou a que se optasse por uma distribuição em duas fases"
    • Devido ao quê?! Afinal a ideia da DREL (porquê só a DREL?) de dar os portáteis em 2 fases foi devido a um estrangeirismo desconhecido da maioria dos mortais (será um círus?)

    2. A culpa foi da da DREL -
    "Contactada a DREL rapidamente se identificou qual o lapso: em vez da entrega de um pouco mais de metade dos computadores a cada escola, entregaram-se todos os computadores a menos de metade das escolas!"
    • Isso já sabíamos. Quem foi afinal responsável pelo "lapso"? Queremos nomes.

    3. A DREL não sabia o que fazer - "
    Infelizmente o mal já estava feito e havia que tomar uma decisão sobre o que fazer (...) Este processo será naturalmente conduzido pela DREL, que entretanto articulará com as escolas a melhor forma de proceder, ficando de qualquer forma o apelo à Vossa compreensão"
    • A decisão foi tão ridícula (devolver metade dos portáteis recebidos), que não chegam mencioná-la...
    4. A culpa foi da DREL - "Embora alheios a esta situação, nem por isso esta Equipa de Missão deixa de se solidarizar com todos os afectados e lamentar este facto causador de perturbação e natural desagrado, sentidos por todos os professores envolvidos, quer os que pertencem a escolas que ficaram há à espera de receber qualquer portátil, quer dos que pertencem a escolas que devolveram os portáteis recebidos em número superior ao devido para esta fase."
    • Contamos com a solidariedade da CRIE, com os portáteis é que não...
    5. E não se esqueçam - "Colocamo-vos naturalmente à disposição de todos para vos apoiar nas eventuais reformulações de calendário e afinação do projecto face à eventual perturbação que este lapso de distribuição possa ter provocado."
    • "Eventual perturbação"?! Que ideia, as escolas só estavam a contar com 24 portáteis e não veio nenhum até agora, como é que podem pensar que isso represente uma "eventual" perturbação?! E já agora, os projectos são para executar, quando muito serão reformulados, mesmo sem portáteis... "Colocamo-vos"?! Ah pois colocam-nos, colocam-nos...
    Resumindo, a CRIE lava as suas mãos desta confusão, mas quer os projectos executados na mesma, a culpa foi da DREL, que limpou as mãos à parede e continuou a "gerir" a educação lisboeta sem dar cavaco a ninguém (ou melhor, muito socraticamente) como se nada de anormal se tivesse passado...

    quarta-feira, dezembro 20, 2006

    A minha Pátria é a TLEBS

    Francisco José Viegas e Pedro Mexia falam sobre as consequências e efeitos da nova Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Um trabalho de Alexandre Borges para a 31Tv.


    terça-feira, dezembro 19, 2006

    Mais nada?

    Parece que não tem fim o rol de actividades que a Escola desempenha, e a imaginação da ministra não conhece limites...

    Quem fará as provas? Quem as corrigirá? Também vai sobrar para escolas?!

    Foge, Manel, que lá vem mais feijão!


    Testes de língua portuguesa a estrangeiros passarão a ser feitos nas escolas portuguesas

    19.12.2006

    Os testes de língua a que todos os estrangeiros que queiram obter a nacionalidade portuguesa têm de submeter-se vão passar a ser feitos nas escolas. As provas de diagnóstico terão de ser concebidas especialmente para esse efeito, cabendo ao Ministério da Educação a gestão do processo. As novas regras pretendem assegurar que a "aferição do conhecimento de língua portuguesa passa a efectuar-se por meios tecnicamente mais aptos do que os anteriormente previstos", lê-se na portaria publicada na última sexta-feira em Diário da República. Até aqui esta função era assegurada pelo notariado ou secretarias das câmaras municipais de residência do interessado. A lei prevê um modelo de prova destinado aos candidatos entre os 10 e os 14 anos e uma outra para maiores de 14. Os testes nas escolas realizar-se-ão, por regra, de três em três meses. De resto, as normas são semelhantes às dos exames nacionais do básico e secundário, com a realização das provas a ser vigiada por professores especialmente designados para o efeito e quaisquer tentativas de fraude a serem sancionadas com a anulação dos testes. A portaria estabelece ainda que as provas de diagnóstico são classificadas de 0 a 100 por cento, sendo a classificação final expressa em Aprovado (nota igual ou superior a 50 por cento) ou Não aprovado. Os testes têm a duração de uma hora e incluem perguntas de resposta fechada relativas à "compreensão da leitura" de anúncios, notícias ou textos informativos, por exemplo, e uma segunda parte em que os candidatos têm de escrever uma composição com um determinado número de palavras. I.L.

    quinta-feira, dezembro 14, 2006

    Porque hoje é domingo: Sesame Street, by Martin Scorsese

    Histórias infantis (e da minha infância)


    Há muitos anos atrás, antes mesmo de aparecer a TV em Portugal, os discos em 45 rotações da “Coleção Disquinho” (com 2 histórias cada!) faziam as vezes de dragonball, preenchendo as tardes da criançada (sem aulas de substituição nem actividades de enriquecimento curricular) com histórias cantadas e em verso, com sotaque brasileiro, ilustrando os contos clássicos da literatura infantil. Reencontrei-os agora, via Opus666, agora como audiobooks em MP3.

    Imprescindível para filhos, alunos ou apenas para matar a saudade...

    Colecção Disquinho - arquivo 1
    disquinho 1- Pedro e o Lobo.mp3
    disquinho 1- Rapunzel.mp3
    disquinho 1- Saci Perer.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 2
    disquinho 2- O Patinho Feio.mp3
    disquinho 2- O Pequeno Polegar.mp3
    disquinho 2- O Soldadinho De Chumbo.mp3
    disquinho 2- Os 4 Heróis.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 3
    disquinho 3- O Chapeuzinho Vermelho.mp3
    disquinho 3- O Gato De Botas.mp3
    disquinho 3- O Golfinho e o Leão.mp3
    disquinho 3- O Leão E O Ratinho.mp3
    disquinho 3- O Lobo E Os 3 Cabritinhos.mp3
    disquinho 3- o macaco e a velha.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 4
    disquinho 4- branca de neve e os sete anoes.mp3
    disquinho 4- dona baratinha.mp3
    disquinho 4- O Burrinho e o Sal.mp3
    disquinho 4- O Burro e o Grilo.mp3
    disquinho 4- O Cabra Cabrez.mp3
    disquinho 4- O Carvalho e o Junco.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 5
    Disquinho 5- O Burrinho Tró-ló-ló.mp3
    Disquinho 5- O Cisne Vaidoso.mp3
    disquinho 5- A Lebre E A Tartaruga.mp3
    disquinho 5- A Moura Torta.mp3
    disquinho 5- Aladim E A Lâmpada Maravilhosa.mp3

    Coleção Disquinho - arquivo 6
    disquinho 6- A Flautinha Encantada.mp3
    disquinho 6- A Formiguinha e a Neve.mp3
    disquinho 6- A Formiguinha e a Pomba.mp3
    disquinho 6- A Gata Borralheira.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 7
    disquinho 7- A Bela Adormecida.mp3
    disquinho 7- A Bela e a Fera.mp3
    disquinho 7- A Cigarra e a Formiga.mp3
    disquinho 7- A Festa no Céu.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 8
    Disquinho 8- Briga no Galinheiro.mp3
    Disquinho 8- Dona Baratinha.mp3
    Disquinho 8- Pinóquio.mp3

    Colecção Disquinho - arquivo 9
    Disquinho 9-_O_Bonequinho_De_Neve

    Lily Allen - LND


    Às vezes a realidade não é aquilo que aparenta...

    Pergunta da semana

    (com dois dias de atraso po problemas no acesso à internet...)

    Porque é que os professores que mandam no Conselho Executivo não dão aulas?

    quarta-feira, dezembro 13, 2006

    TLEBS - manobras de diversão

    Apesar de se irem repetindo os apelos à ministra para que pare o processo da TLEBS e se ir dando como certo o seu fim, a verdade é que do Ministério, nada. Consta que os seus autores a estão a rever (?!), o DGICD fechou as portas à TLEBS por uns dias, mas abriu de novo como se nada fosse, sem dar uma explicação a quem foi batendo com o nariz na porta.

    Neste estado de assobiar para o ar geral, a ver se a coisa passa, Maria Helena Mira Mateus, a abelha-rainha, escreve um artigo hoje no PÚBLICO onde defende apaixonadamente o "lugar e o mérito do ensino da gramática", que na sua opinião é o que estaria por detrás da discussão em torno da TLEBS.

    Não tendo ainda visto ninguém falar contra o ensino da gramática, para que servirá esta manobra de diversão? Para tentar desviar a controvérsia para outro assunto?

    • "Sendo claro que a terminologia decorre da gramática que se ensina, e não o oposto, e sendo certo que a gramática de uma língua é constituída pelo conjunto de regras a que obedece o seu funcionamento, é evidente que à medida que se vai aprofundando o conhecimento desse funcionamento a gramática vai sofrendo alterações e alguns dos termos que dela decorrem também vão sendo substituídos."
    Mas afinal que gramática é que se ensina? E onde, na Faculdade de Letras? Não tenho visto nada nas escolas básicas e secundárias relativamente ao ensino da gramática que possa remotamente justificar esta Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário...

    segunda-feira, dezembro 11, 2006

    15 segundos de Sartre

    A temporalidade é evidentemente uma estrutura organizada, e esses três pretensos "elementos" do tempo, passado, presente , futuro, não devem ser considerados como uma colecção de "dados" cuja soma deve ser feita - por exemplo, como uma série infinita de "agora", alguns dos quais ainda não são, outros que não são mais -, mas como momentos estruturados de uma síntese original. Senão encontraremos, em primeiro lugar, este paradoxo: o passado não é mais, o futuro ainda não é, quanto ao presente instantâneo, todos sabem que ele não é tudo, é o limite de uma divisão infinita, como o ponto sem dimensão.
    Jean-Paul Sartre, in 'O Ser e o Nada'

    problemas técnicos

    Nunca adiram ao clix, com modem da sapo!!! Foi o que eu fiz e fiquei sem net... estou a usufruir de um computador da sala 41 da minha escola... estou a ser utente de um serviço que em breve acabará, quando já não houverem escolas públicas.

    E a culpa é da clix!

    domingo, dezembro 10, 2006

    Porque hoje é domingo - The internet is for porn

    Um clássico, com mais de 200 versões no YouTube...
    O original, do musical da brodway Avenue Q (ou mais perto, numa escapadinha a Londres):

    sábado, dezembro 09, 2006

    TLEBS - tiro no porta-aviões ou submarino ao fundo?

    Francisco José Viegas (A Origem das Espécies) destaca um artigo do linguista João Andrade Peres, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa:
    Os destaques feitos por FJV são suficientemente elucidativos para os leigos, os professores de português têm o artigo completo como leitura obrigatória. Por mim, subscrevo:
    • "Em conformidade, é como cidadão e como linguista que daqui apelo à Senhora Ministra da Educação no sentido de travar o insano processo já iniciado de experimentação da TLEBS. Em nome do rigor e da qualidade científica e a bem do ensino da língua portuguesa, peço-lhe instantemente que, corrigindo erros de Governos anteriores, suspenda a sua aplicação e nomeie de imediato uma comissão de peritos que faça o ponto da situação."
    Terá a ministra coragem de estar à altura do que se lhe impõe, ou afinal é daquelas habituadas a bater no recreio só aos mais pequenos?

    sexta-feira, dezembro 08, 2006

    Grécia proíbe telemóveis nas escolas

    Desde que assisti a uma cena na minha escola em que a mamã de um menino de 5º ano quase desancava uma professora por ter (em consonância o regulamento interno) apreendido o telemóvel à criança, depois de ter tocado durante a aula e a criança ter atendido a chamada - Eu só estava a telefonar-lhe para dizer que ia chegar atrasada, era importante! - que me tornei adepto desta medida.

    Agora com a generalização dos telemóveis com vídeo, e os disparates daí decorrentes, ainda mais. Teremos que esperar por uma violação ou espancamento em directo no YouTube, aparentemente...

    Grécia proíbe telemóveis nas escolas

    08.12.2006, PÚBLICO

    O Ministério da Educação grego decretou ontem a proibição de uso de telemóveis nas escolas, considerando que perturbam o normal funcionamento das aulas. A ordem, assinada pela ministra da Educação, Marietta Giannakou, foi distribuída nas escolas primárias e do secundário de todo o país e tem aplicação imediata.
    "Para todos os estudantes, o uso e posse de telemóvel não é permitido no espaço escolar", especifica o texto. "A posse de telemóvel só será autorizada em circunstâncias especiais e o aparelho deverá ser mantido desligado e guardado na mochila do aluno."
    Esta proibição surge na sequência do alegado ataque sexual a uma rapariga de 16 anos perpetrado por quatro rapazes numa escola da ilha de Evia, em Outubro. As autoridades suspeitam que o incidente terá sido filmado por um outro estudante, utilizando o seu telefone portátil.

    quinta-feira, dezembro 07, 2006

    Regulamento Interno

    O Regulamento Interno da minha escola, provavelmente feito em tempos de vacas gordas, obriga os professores a entregar os testes no máximo de 2 semanas depois de terem sido realizados.

    Proponho um problema à moda da antiga 4ª classe:

    Um professor tem 27 horas marcadas no seu horário de 35 horas. Nas duas semanas após os testes, esse professor tem uma reunião de DTs e outra de Departamento, na qual gasta 6 horas, necessitando ainda de 4 horas para preparar aulas. Considerando que o professor tem cerca de 100 alunos, quanto tempo tem para corrigir cada teste?

    Ensino de qualidade? Só com o patrocínio dos professores!

    terça-feira, dezembro 05, 2006

    É Natal...

    ...ai esta quadra é uma maçada! Não é que eu não goste de oferecer coisas! Não senhora! Adoro! Mas, caramba, calha tudo ao mesmo tempo...ele é ver testes, é fazer avaliações, é fazer pêcêtês...é um nunca mais acabar de borocracia para avaliar os miúdos...e as prendas, quem as faz? aposto em como os professores pertencem àquele grupo de pessoas que compram tudo à última da hora, mais caro...a não ser que se seja muito organizado e se comece a fazer as compras nos saldos em Agosto...é o mais certo, se calhar! com o que a malta ganha e com os preços que andam aí...meu Deus! é de loucos! olha, eu cá não compro népia! faço tudo! nada de comprar tudo feito! oktukeresseieu! só que ao mesmo tempo tenho k ver testes...k seca..e de ciências...com os erros que têm é um desatino!Se eu pudesse fazia a avaliação apenas pelo desempenho dos alunos nas aulas...e assim é que devia ser! afinal a avaliação é continua! e giro, mas mesmo giro, era os professores juntarem-se num conselho de turma e, entre todos, discutirem as notas a dar a cada aluno...não havia cá testes, nem fichas de trabalho nem nada. ainda por cima cada vez chego mais à conclusão que os alunos que chegam ao 5º ano vêm completamente "deseducados"...de quem é a culpa não sei, mas que vêm sem regras nenhumas de comportamento em sala de aula, sem responsabilidade, sem autonomia, sem hábitos e métodos de trabalho, sem...conhecimentos, pré-requisitos (esta parte é a mais grave...é incrível que um miudo de 9 anos dê tantos erros a escrever que até dá vómitos!)!
    Ainda hoje na aula de ciências da minha direcção de turma, os fulaninhos estavam-se a portar mal! também, a quem é que lembra por um grupo de miúdos, eléctricos, a ter uma aula de ciências do meio-dia à uma e meia? eu estava roxa de fome e eles deviam estar esfomeados...ainda por cima e tema era o regime alimentar dos animais...pior a emenda que o soneto! bem, para os acalmar disse-lhes para passarem para o caderno uma tabelazinha que estava no livro com as características dos três tipos de dentes! ou seja, era uma tabelazinha de 2 colunas por 4 linhas, a coluna da esquerda mais estreitinha que a da direita, a linha de cima com os titulos...estão-me a entender? spéfácil, certo! bem...amigos...não sei se vos diga se vos conte...A TRAGÉDIA, O HORROR, A DESGRAÇA GRÁFICA...eles não sabiam fazer a tabela, pior, copiar a tabela...eu perdi praí meia hora a explicar, quase um a um, o processo! e rasguei mais de 10 folhas...eles próprios estavam chateados pois reconheciam que devia ser fácil e estava a ser tão complicado...ora o que é que isto me diz? os miúdos têm problemas de motricidade fina! e porquê? FALTA DE TREINO! eu, sinceramente, não sei o que é que eles andam a fazer no 1º ciclo! já ouvi várias professoras do 1º ciclo dizerem, em tom de queixa, que não podem puxar pelos meninos porque não têm autorização para...atão mas onde é que isto já se viu? uma criança tem que chegar ao 2º ciclo com três competências bem desenvolvidas:
    -saber a tabuada, independentemente de a compreender ou não...depois de a memorizarem, é muitíssimo mais fácil de compreender;
    -saber ler;
    -saber escrever correctamente, sem erros, aliás este é o primeiro passo, sem dúvida! Eu também aprendi isto tudo, e ainda tinha que rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria no inicio e no fim das aulas, desde a 1ª até à 4ª classe...e não morri, não precisei de nenhum psicólogo que explicasse aos meus pais porque é que eu me portava mal (ó se portava..charope de pau de marmeleiro pra cima e passava logo!)...MEMORIZAVA, que é um verbo que está em desuso!Ora, o que é que me adianta estar a ensinar às crianças quais é que são as formas, o revestimento, o regime alimentar, etc dos animaizinhos, se, depois eu peço um trabalhito por escrito, tipo composiçãozinha e eles não a sabem fazer e têm que ser o pai ou a mãe a fazer por eles...claro, passada a computador com letras todas xpto...isto é um filme, e a preto! nem branco tem!
    E é uma bola de neve! porque os pais, por sua vez, querem tanto que os seus filhos sejam os melhores que acabam por os atrofiar por completo! é verdade sim, sr. encarregado de educação! para além de lhes fazerem os trabalhos de grupo, os tpc´s e outras coisas mais, quantas vezes eu já não ouvi de tanta boca paternal "se não tiveres boas notas no teste não levas a bicicleta!" Mais ça cést drôle! eu não sou psicóloga, mas acho que isto é o pior que se pode dizer a uma criança! é entrar desde muito cedo no esquema do negócio! e depois admiram-se que eles quando cresçem façam a mesma coisa..."ó pai, ou me emprestas o carro ou fujo de casa!"bem, eu contra isso não posso fazer nada...mas em relação às tabelas...ai vão fazer tabelas a magote, ó se vão! não me chame eu...xandrafrô!
    Voltando ao Natal, que foi o tema de abertura destes desabafos todos, venha ele, com montes de filhoses (que já foram torresmos, segundo o fodorento, né?) e bolo de rei (adoooooooooroooooo...)! mas uma coisa é certinha! NÃO GASTO UM TOSTÃO EM PRESENTES!
    E, já agora, pais deste país, dêem lá a bicicleta ao miúdo, digam-lhes que os amam do fundo do coração e digam que são os pais mais felizes do mundo por eles estarem na vossa vida! é o suficiente para eles terem boas notas...e se não as conseguirem ter, paciência! a derrota também é uma aprendizagem!
    Bom Natal para todos e Bom Ano de 2007

    Pergunta da Semana

    Porque é que os alunos não participam na avaliação dos professores e da escola, como utentes do serviço em questão (e em que estão)?

    segunda-feira, dezembro 04, 2006

    15 segundos de Fernando Pessoa

    A Inacção Consola de Tudo
    A inacção consola de tudo. Não agir dá-nos tudo. Imaginar é tudo, desde que não tenda para agir. Ninguém pode ser rei do mundo senão em sonho. E cada um de nós, se deveras se conhece, quer ser rei do mundo.Não ser, pensando, é o trono. Não querer, desejando, é a coroa. Temos o que abdicamos, porque o conservamos sonhado, intacto, eternamente à luz do sol que não há, ou da lua que não pode haver.

    Fernando Pessoa, in 'O Livro do Desassossego'

    domingo, dezembro 03, 2006

    À beira de um colapso...

    Ai meu Deus, isto por aqui anda tudo nervoso! Amigos, acalmem-se! E para já, B., boa sorte para o teste de TLBês amanhã...
    Mais uma vez peço aos senhores do ministério para fazerem o favor, hã, de mandar cá para fora, para o out, com as vossas novidades de uma forma mais dócil...passam a vida a dar-nos tareia! Bolas, bolas, bolas! Se nos põem loucos, onde é que ides arranjar professores? Sim, porque é dificil substituir a nossa classe...só nós é que estamos habituados a levar...ai apetece-me dizer...mas pode parecer mal...(posso?...então eu digo)...PORRADA!!! A não ser que já estejam a pensar contratar mão-de-obra barata, tipo, chineses, para leccionar as nossas aulas...nunca se sabe, certo!!!
    Mas, voltando à questão, e eu até nem sou professora de português! mas como sou portuguesa, segundo reza o meu bi, TAMBÉM, sou professora da língua materna, já que as minha aulas são faladas, ouvidas, escritas, rasuradas, comentadas, perguntadas, sussuradas, raciocinadas, calculadas, racionalizadas, desenhadas (já chega...)...em português!...Isto deixa-me preocupada! Ó se deixa! Parece que está tudo à beira dum colapso! Digam-me lá, quem é que teve a brilhante ideia de inventar que a gramática portuguesa tem que ser mudada? Tão aqui tão-se a rebolar nas plantas lá do jardim e depois apanham uma intoxicação e...pimba! toma lá uma TLBS para a matemática!! Isso é que eu queria ver!!! ("Meninos, que figura é esta? É um qadrado, sra. professora! Não é não! é uma linha partida em quatro! qual quadrado, qual quê! Isso era antigamente!")...e porque não uma TLEBS para a história? ("Meninos, que alcunha tinha D.Dinis? Ó sra. professora, não se diz alcunha! diz-se cugnome! Qual cugnome, qual carapuça! isso era antigamente! agora diz-se alcunha!)
    Tadinho do Camões e do Pessoa! Devem estar às voltas na campa, com o devido rspeito, só de ouvir falar nestas modernices!
    É que ele há tanta coisa com que se deviam preocupar...eu já fiz uma lista de "compras" sobre este assunto aqui à uns tempos atrás! Consultem-na! Não me repito!
    E vão lá mudando tudo e mais alguma coisa a vosso belo prazer, sim!
    Olha, escuta (à boa maneira algarvia), quando eu tiver que mudar o meu BI para cidadã espanhola, avisem-me, tá?! é que nessa altura eu fujo para os países nórdicos...sempre adorei o frio!!!

    ai norton, norton...

    Post de JCD no Blasfémias...

    Amanhã vou ter teste de português

    , perdão, vou ter teste de TLEBêS

    Brilhante ideia

    Na última sexta-feira, no telejornal da SIC, noticiou-se que numa escola que acho que era no Norte (não fixei o nome da escola nem a localidade... peço desculpa) muitas crianças foram para o hospital com alergias.
    Segundo o Hospital e a versão de alguns alunos, isso deveu-se a uma planta do recreio que os miúdos usaram para brincar.
    Perante isto a professorazinha do conselho executivo daquela escola disse "os miúdos viram a planta e tiveram a brilhante ideia de esfregar-se nela. Mas isto é uma planta que se encontra em muitos jardins públicos...". Fez-me confusão aquela expressão "brilhante ideia", dita de um modo prejurativo e acusador.
    Se calhar era melhor terem a "brilhante ideia" de tirar plantas que nos fazem mal das escolas portuguesas e de "muitos jardins públicos"...

    Porque hoje é domingo - Faithless

    A MTV baniu este vídeo. Por que terá sido?

    sábado, dezembro 02, 2006

    TLEBS - a proposta de Salomão

    Rui Tavares, no PÚBLICO de hoje, avança para uma sugestão salomónica como forma de resolver a disputa em torno da TLEBS, não sem primeiro ironizar sobre as evidentes dificuldades de comunicação dos linguistas :
    • "Ironicamente, os linguistas não são capazes de comunicar com a comunidade. Mas não lamentemos demasiado os académicos, que só têm de se queixar pelas suas culpas, principalmente quando a impotência desliza para o "não falem do que não sabem", como fez Maria Helena Mira Mateus. Os académicos têm de entender que, quando está em causa a generalização dos seus saberes, não só é natural como desejável que as pessoas acabem "falando do que não sabem". Ou falamos todos do que não sabemos, ou sucumbimos à ditadura tecnocrática - e se os especialistas querem ajudar ao debate a melhor maneira de o fazer não é exigir-lhe que termine."
    Será isto um indicador das potencialidades pedagógicas da abordagem linguística na sala de aula de português, pôr os alunos a saber tudo sobre a língua, mas ironicamente, com dificuldades em comunicar, ao contrário do previsto, se bem que à imagem dos seus defensores?

    Mas a nota fundamental não é essa, mas sim aquilo que já todos perceberam:
    • "Além de que, se os linguistas tivessem pensado no resultado final, teriam feito bem em trabalhar menos e não mais: a TLEBS desce efectivamente a um nível minucioso que, como se viu, atrapalhou mais do que ajudou. Se eu fosse linguista, teria especial cuidado com este particular, porque já se chegou ao ponto em que Vasco Graça Moura conseguiu convencer as pessoas de que o linguista é o inimigo da língua e abomina a literatura.
    Conheço poucos professores de português que não reconheçam a necessidade de uma actualização da terminologia linguística (apesar de não conhecer nenhum que a tenha "pedido" ao ME, como já tem sido sugerido); o problema é mesmo esta TLEBS, que em vez de servir uma necessidade básica foi utilizada como instrumento político de tomada de poder pelos linguistas.

    A proposta de divisão do português de Rui Tavares:
    • "De um lado, teríamos a Literatura, não só pelo benefício que dela resulta para a língua, mas reconhecendo a centralidade das letras na cultura universal. Os clássicos da literatura em Língua Portuguesa continuariam a ser o núcleo fundamental desta disciplina, mas tampouco há razão para excluir dela alguns clássicos fundamentais em tradução."
    • "Do outro lado, a Linguagem. Mais uma vez, o eixo central seria a Língua Portuguesa, mas não nos deteríamos aí. Desde os saberes clássicos com contributos pragmáticos - a retórica, a gramática e a dialéctica - à análise de discurso, à construção de argumentos e às distinções entre fonética, morfologia e sintaxe."
    Consequências? Dividir para reinar, colocando em lados opostos ("de um lado (...) do loutro lado") a literatura e a linguagem (como se isso fosse possível ou desejável!).

    Para os linguistas, sugestões destas servem perfeitamente os seus propósitos, na linha do que já conseguiram para o ensino secundário, em que empurraram a literatura para uma disciplina opcional, que nem sequer é necessária para entrar num curso de línguas e literaturas modernas, enquanto na disciplina de português se analisam regulamentos e se vão lendo textos dos média (vulgo ler as gordas dos jornais) e coisas tais, para chegarmos à legitimação pelo uso... Percebestes?

    sexta-feira, dezembro 01, 2006

    1º Dezembro - Dia Mundial de Luta contra a Sida

    TLEBS - a sua polémica diária

    A TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário) arrisca-se a tornar-se a próxima fórmula de sucesso da estação de televisão que perceber o potencial desta polémica para animar as audiências dos jornais da noite. Pronto, talvez só da Sic Notícias. Ou do canal Viver.

    A doutoranda Helena Soares voltou a escrever ao director do PÚBLICO, comentando o artigo de 4ª feira de Helena Buescu (ver comentário na ECdR). Reparei que deixou de assinar como doutoranda, talvez os préstimos que tem dado à Causa tenham acelerado (talvez tenham mesmo sido) as suas provas de doutoramento, ou então decidiu baixar o perfil para contrariar a acusação recorrente e generalizada de arrogância.

    Será que funcionou?
    • "Que reacção paranóica, que mania da perseguição é esta?"
    • "Tretas! Foi precisamente por isso que se fez a TLEBS."
    Bom, talvez valha a pena experimentar outras estratégias... Tentativa e erro... De qualquer maneira, conta-nos coisas extraordinárias:
    • "foram os professores de Português dos departamentos desses níveis de ensino que tiveram a iniciativa de rever os termos usados para o ensino da gramática da língua".
    Apesar de não conhecer um único de qualquer escola que tenha formulado tal pedido (talvez o presidente da Associação de Professores de Português, mas será que a APP representa realmente alguém? Quantos associados tem realmente?), fiquei comovido com o facto de o ME reagir tão eficazmente a um pedido dos professores, mandando um batalhão de formiguinhas linguistas para tratar do assunto.

    Que pena que não reaja da mesma maneira aos pedidos para os portáteis, professores para as prisões, pavilhões desportivos, ou mesmo papel higiénico. Prioridades são prioridades! E bolas, parece um tratamento de choque: senhor doutor, doi-me um bocadinho a cabeça, podia receitar-me uma aspirinazinha? Qual que, mulher, tome lá uma marretada na cabeça! Tomem lá, para aprenderem a ficar calados!

    A pérola escondida do seu texto, que mostra o lobo por baixo da pele de cordeiro desta classe dos linguistas é:
    • "Há alguma razão para se acreditar que os "intelectuais" e estudiosos da literatura são referência quando se fala de regras da língua? Pelo que se viu até agora, não"
    A língua é de quem a analisa, não de quem nela produz criativamente! A língua portuguesa aos linguistas, esta é a mensagem cada vez menos silenciosa da revolução tlebática em curso de apropriação do português para o domínio da linguística.

    Eduardo Prado Coelho, um pouco mais à frente no PÚBLICO, dedica o seu texto de hoje à brevemente-numa-direcção-geral-ou-cátedra-de-linguística-perto-de-si-(doutoranda)-Helena Soares, descascando a sua carta anterior.

    Também ele se surpreende com os 15 mil que teriam feito a TLEBS (quantos a terão pedido, além do presidente da APP?)
    • "Que esta terminologia, a famosa TLEBS, tenha sido feita por 15 mil professores, gostaria de saber com que secretismo isto aconteceu. Conheço escolas em que todos os professores de Português estão contra e nunca ouviram falar neste perturbante número de 15 mil."
    Depois de questionar que escritores conhecerá Helena Soares para tecer considerações sobre as suas preferências terminológicas (está a ser generoso, os linguistas não lêem literatura, autopsiam constituintes da língua), conclui:
    • "Trabalhem à vontade, mas não se esqueçam que ensinar não é a mesma coisa que trabalhar em Linguística e fazer de alunos, que resistem à própria leitura, cobaias indefesas de uma experiência científica."