quinta-feira, dezembro 21, 2006

Portáteis nas escolas, parte 2

Depois de, há mais de um mês, termos alertado aqui na Educação Cor-de-Rosa para a bronca dos portáteis nas escolas, eis que algo acontece.

O CRIE
(Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola) responsável pelacoordenação pela Iniciativa Escolas, Professores e Computadores Portáteis, lá deve ter achado que lhe ficava bem dizer qualquer coisa sobre o assunto, sem dizer nada, e enviou um longo email às Escolas para dizer:

1. A culpa foi da DREL -
"Maugrado idêntico empenho, a DREL, Direcção Geral de Educação de Lisboa, devido ao phasing-out do PRODEP, confrontou-se com limitações muito significativas de financiamento o que levou a que se optasse por uma distribuição em duas fases"
  • Devido ao quê?! Afinal a ideia da DREL (porquê só a DREL?) de dar os portáteis em 2 fases foi devido a um estrangeirismo desconhecido da maioria dos mortais (será um círus?)

2. A culpa foi da da DREL -
"Contactada a DREL rapidamente se identificou qual o lapso: em vez da entrega de um pouco mais de metade dos computadores a cada escola, entregaram-se todos os computadores a menos de metade das escolas!"
  • Isso já sabíamos. Quem foi afinal responsável pelo "lapso"? Queremos nomes.

3. A DREL não sabia o que fazer - "
Infelizmente o mal já estava feito e havia que tomar uma decisão sobre o que fazer (...) Este processo será naturalmente conduzido pela DREL, que entretanto articulará com as escolas a melhor forma de proceder, ficando de qualquer forma o apelo à Vossa compreensão"
  • A decisão foi tão ridícula (devolver metade dos portáteis recebidos), que não chegam mencioná-la...
4. A culpa foi da DREL - "Embora alheios a esta situação, nem por isso esta Equipa de Missão deixa de se solidarizar com todos os afectados e lamentar este facto causador de perturbação e natural desagrado, sentidos por todos os professores envolvidos, quer os que pertencem a escolas que ficaram há à espera de receber qualquer portátil, quer dos que pertencem a escolas que devolveram os portáteis recebidos em número superior ao devido para esta fase."
  • Contamos com a solidariedade da CRIE, com os portáteis é que não...
5. E não se esqueçam - "Colocamo-vos naturalmente à disposição de todos para vos apoiar nas eventuais reformulações de calendário e afinação do projecto face à eventual perturbação que este lapso de distribuição possa ter provocado."
  • "Eventual perturbação"?! Que ideia, as escolas só estavam a contar com 24 portáteis e não veio nenhum até agora, como é que podem pensar que isso represente uma "eventual" perturbação?! E já agora, os projectos são para executar, quando muito serão reformulados, mesmo sem portáteis... "Colocamo-vos"?! Ah pois colocam-nos, colocam-nos...
Resumindo, a CRIE lava as suas mãos desta confusão, mas quer os projectos executados na mesma, a culpa foi da DREL, que limpou as mãos à parede e continuou a "gerir" a educação lisboeta sem dar cavaco a ninguém (ou melhor, muito socraticamente) como se nada de anormal se tivesse passado...

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