Curiosamente, a referida Lei é omissa em relação a esse assunto (?!), embora seja interessante pensar como se vai abordar o texto publicitário no 3º ciclo (provavelmente através das marcas brancas...).
Coisas que se descobrem a ler este tipo de literatura pornográfica:
- definição de Manual Escolar (Artigo 3º, b) - "o recurso didáctico-pedagógico relevante, ainda que não exclusivo, do processo de ensino e aprendizagem, concebido por ano ou ciclo, de apoio ao trabalho autónomo do aluno que visa contribuir para o desenvolvimento das competências e das aprendizagens definidas no currículo nacional para o ensino básico e para o ensino secundário, apresentando informação correspondente aos conteúdos nucleares dos programas em vigor, bem como propostas de actividades didácticas e de avaliação das aprendizagens, podendo incluir orientações de trabalho para o professor;
- "3—Os docentes podem elaborar materiais didáctico-pedagógicos próprios, em ordem ao desenvolvimento dos conteúdos programáticos e de acordo com os objectivos pedagógicos definidos nos programas, desde que tal não implique despesas suplementares para os alunos."
Finalmente, como a Lei define que a competência da adopção dos manuais escolares pelas escolas é "do respectivo órgão de coordenação e orientação educativa" (art. 16º, 2), a promoção de manuais escolares (que passa a ter datas e regras), passa a ser dirigidas ao órgão competente para a sua adopção, "sendo proibida qualquer actividade promocional dirigida aos professores susceptível de condicionar a decisão de adopção, designadamente a que inclua a oferta de manuais escolares, bem como de qualquer outro recurso didáctico-pedagógico".
Portanto, nem sequer os manuais recebemos, para poder escolher. O órgão referido é o Conselho Pedagógico, que recebe os manuais e as acções de promoção. Se nos pedirem a opinião (ou provavelmente apenas aos titulares do departamento), pode ser que nos emprestem os manuais...
Por legislar, fica o empréstimo dos manuais aos alunos, a que as escolas ficam desde já obrigadas, mas em regras a publicar no prazo de um ano...
7 comentários:
Isto é, realmente, vergonhoso. A minha escola tem trinta e tal portáteis e não há dinheiro para fotocópias. Estimo que já gastei para aí 5 euros, entre fotocópias, folhas de teste e material de trabalhos escritos.
Professores a recolher 8 cêntimos pelas turmas, a fazer trocos de 2 cêntimos, não é dignificante para ninguém. Sobretudo quando um colega meu, ao receber troco de 2 cêntimos recusou e disse "Deixe lá isso e compre uma coisa bonita para si...", com a cara de quem deu uma grojeta a um paquete. O professor não fez nada, ficou pensativo. E eu a partir-me a rir.
Por um lado até é giro...
Pois é, a partir de agora, podes invocar a Lei n.º 47/2006 (28 de Agosto), artigo 5º, 3, e não só não pagar nada, como provavelmente conseguires que o teu professor tenha um processo disciplinar...
Pode ser que o ele se deixe de parvoíces como perder o seu tempo a criar materiais específicos para a turma e siga o manual, relevante, ainda que não exclusivo...
"E eu a partir-me a rir."
"Por um lado até é giro..."
Giro. Talvez girino. É de girino quebrar o esforço do professor em criar materiais específicos.
E depois alguns dos girinos queixam-se que o programa não chega ao fim.
Já só girinos apoiam o ministério.
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Eu não critico o professor, critico a lei que , como disse, tira dignidade à Escola. E a piada do aluno não era para apoiar o ministério, antes pelo contrário.
Range-o-Dente, você está doentio. Você é a prova que professor é uma profissão de desgaste rápido. Cure-se.
"Eu não critico o professor, critico a lei "
Segundo as suas palavras, o que você fez foi mostrar o que lhe vai na alma apoiando implicitamnte um comportamento imbecil de um colega seu.
As suas palavras não lhe deixam margem de manobra:
"E eu a partir-me a rir."
"Por um lado até é giro..."
... escorregou-lhe o pé para a chinela e alinhou na girinice do seu colega. Duvido que anda tenha cura.
Pois... só que eu acho que o comportamento do meu colega não foi imbecil... foi uma piada. Uma boa piada, que brinca com:
- O mau salário dos professores
- A estupidez que é gastar tempo de aula com recolha de 8 cêntimos
- A falta de recursos essenciais na escola, ao ponto de se ter de pagar duas fotocópias
- Todo o ridículo da situação.
E, como diz o ctrl.Alt.Del, muita sorte teve o professor em não ir para tribunal...
Nas suas aulas, faça o que quiser, mas aceite que há professores mais tolerantes e que são capazes de reconhecer que há piadas e respostas que não têm nada de mal.
Já agora, a expressão "escorregou-lhe o pé para a chinela" deve ser mais um momento esporádico de nostalgia do tempo em que se utilizava essa expressão...
Qualquer dia chego à conclusão que não são momentos assim tão esporádicos, e que você é mesmo um fascista. Quem manda? Quem manda?
"... foi uma piada."
Essa já é velha: fuga para a frente.
Eu digo de outra forma: fugiu-lhe a pata para a ferradura. Gosta assim?
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