Em conversa com amigos sobre esta época de exames e a pressão das explicações, fiquei a par de uma situação no mínimo escandalosa.
Na Escola Alemã, um dos colégios preferidos da nossa elite lisboeta, os alunos cujo professor recomenda que necessitam de explicações podem obtê-las de fonte qualificada, nomeadamente do seu próprio professor. Pago à parte, naturalmente.
Este negócio começa logo no pré-escolar e floresce no 1º ciclo, a pretexto de dificuldades com o domínio da língua alemã. A professora fala com os pais, diz-lhes que a criancinha está atrasada com o alemão, que precisa de explicações e apresenta-se logo como explicadora.
Uma criança do 1º ano paga 25€ por uma hora de explicações, que muitas vezes têm lugar nas próprias instalações da escola, para conforto de todos, embora não se trate de uma actividade oficial. Como grande parte das explicações neste país, não é emitido recibo pelo explicador... Se a professora da turma já tiver muitos explicandos, há sempre uma colega que pode dar conta de mais um...
Se qualquer coisa parecida com isto acontecesse numa escola oficial, caía logo o Carmo e a Trindade, e choviam processos disciplinares! Como é num colégio privado, os membros do governo, directores-gerais e afins, pagam, calam-se e olham para o lado, que isto de ser elite tem o seu preço...
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