Em "Silêncios que falam", hoje no PÚBLICO, Vítor Dias faz o balanço da central de desinformação governamental e da (falta) de reacção no momento de confronto com a verdade dos factos, alguns dos quais já abordados aqui na Educação Cor-de-Rosa:
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Alguns exemplos, colhidos aqui e além, permitem perceber que o Governo e José Sócrates, bem como a sua anexa "central de informação", estão empenhados em aproveitar um sistema organizado e oleado para que, na sucessão e vertigem dos factos e acontecimentos, no que toca ao essencial, tudo se esqueça e nada se aprenda. Assim, podemos citar o caso do artigo do prof. Santana Castilho, publicado neste jornal em 6/11, onde, em frontal contraposição a ideias postas a circular, veio afirmar que os vencimentos líquidos dos professores "em início de carreira são cerca de 760 euros, 1000 ao fim de 13 anos de serviço, 1400 ao fim de 23 anos de trabalho" e que "com 30 anos de serviço chegam aos 1700 euros", o que, opinou, dificilmente pode ser tido por escandaloso.
O mesmo colaborador do PÚBLICO, a 20/11, desmascarava a operação que, com base em estudos da OCDE, apresentou os professores portugueses como os mais bem pagos da Europa, explicando que a base para essa operação tinha sido "um gráfico que se refere apenas aos professores do secundário com 15 anos de serviço, em função do PIB por habitante, que é dos mais baixos da Europa". E acrescentava que, nessa campanha, foi ignorado um outro gráfico "bem mais relevante que ordena os professores em função do valor absoluto do salário" e que desvenda que, "num total de 31 países estudados, os portugueses ocupam a 20ª posição". E, entre outros dados, este especialista comparava ainda os cortes orçamentais de 4,2 por cento na educação básica e secundária e de 8,2 por cento no ensino superior com os aumentos "de 71 a 108 por cento" nos "subsídios pagos pelo Estado a alguns colégios privados".
Entretanto, a verdade é que, em relação a tudo isto, nem mesmo com o recurso aos motores de busca da Internet conseguimos encontrar qualquer reacção ou resposta do Governo, do Ministério da Educação ou dos círculos mediáticos ou personalidades activamente defendem e valorizam o actual Governo."
PS: A referência à aprovação, sem acordo, do Estatuto da Carreira Docente não passou despercebida à Educação Cor-de-Rosa. Estamos só a adoptar a mesma técnica de ignorar com silêncio, para ver se deixa de existir...
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