sábado, novembro 04, 2006

A vingança da "Geração Rasca"

Rui Tavares, hoje no PÚBLICO ("Grelha queimada"), surpreende-se com o desempenho da chamada geração rasca:

"Segundo o PÚBLICO, o número de artigos assinados por portugueses nas revistas-padrão do mundo científico, a Nature e a Science, ultrapassou as quatro dezenas no último ano, ou seja, a Nature e a Science publicaram mais artigos de portugueses no último ano do que em toda a história de ambas as revistas. Os números não estão pormenorizados por idade dos cientistas, mas como a quase totalidade dos nomes de portugueses não aparece (ainda) como primeiro autor dos textos, a conclusão natural é a de que se trata de investigadores "júnior", ou seja, em torno dos 30 anos. Aposto que, se fôssemos a olhar mais de perto, descobriríamos que grande parte destes cientistas fez os seus estudos durante os anos 80 e 90, precisamente aqueles que a opinião dominante considera terem sido de "terra queimada" na educação.
(...)
se a geração rasca é assim tão rasca, como é que publicam nas revistas de referência internacionais como nenhuma geração de portugueses antes dela o fez?
(...)
a minha ideia jamais seria dizer que tudo é maravilhoso na educação portuguesa dos últimos anos - o que além de falso seria pernicioso -, mas que há coisas boas que demoram tempo a acontecer, investimentos que já estão a dar certo e uma progressão que se arrisca a ficar pelo meio do caminho, se a grelha da "terra queimada" não tiver contraditório.

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