3 MINUTOS ANTES DE A MARÉ ENCHER
Digressão nacional 2006
Dezembro | ||
01 - 21h30 | Lisboa | Teatro Maria Matos |
06 - 21h30 | Aveiro | Teatro Aveirense |
07 - 21h30 | Braga | Teatro Circo |
09 - 21h30 | Faro | Teatro Municipal |
A escola que temos e a geração que estamos a criar. Um professor e um aluno.
Dezembro | ||
01 - 21h30 | Lisboa | Teatro Maria Matos |
06 - 21h30 | Aveiro | Teatro Aveirense |
07 - 21h30 | Braga | Teatro Circo |
09 - 21h30 | Faro | Teatro Municipal |
Porque é que os refeitórios estão entregues a uma empresa e não são geridos pelo estado?
Nunca vivi nada em vão
Cada qual sabe do que tem
Ninguém pertence a ninguém
Seja inimigo ou irmão.
Seja inimigo ou irmão
Temos a nortada na pele
A discutir do farnel
Já se perdeu muito pão
Já se perdeu muito pão
E as bocas ainda a sonhar
A ver esperanças no ar
Quando há certezas no chão
E pr’aqui estamos em salamaleques
A lamber mãos feitas para abanar leques
A pedir bis, a grita’ brava, a aplaudir
Muito bem!
Até Domingo que vem!
Sérgio Godinho,O Vaticano está preocupado com a utilização do véu pelas mulheres muçulmanas. Como dizia o Daniel Oliveira no seu “Arrastão”, lata não lhes falta! Então, a Igreja que incentivava (não há muito tempo) as mulheres a usarem um véu, que cobre freiras com um véu, que adora a virgem Maria (que usa véu)... diz agora que o véu islâmico é uma preocupação para a cultura “ocidental”?
Esta questão do véu já foi analisada por muita gente em muitos artigos, blogues, conversas com o taxista etc... mas, já que estamos num blogue sobre educação, a pergunta que se coloca é: E nas salas de aula, deverá ser permitido ou proibido o véu?
Um dos principais argumentos que levam muitos a estar a favor da proibição do véu islâmico é que este esconde a cara (nos casos de alguns tipos de véu) e isso pode não ser “socialmente aceite” por todos.
Nas aulas, é verdade que o eye-contact influi muito no relacionamento entre professor e aluno. Mas a liberdade de cada um de ter as suas crenças e de se vestir segundo a sua vontade supera, na minha perspectiva, qualquer convenção social.
Diz-se que o véu é rebaixante para a mulher. Talvez, mas isso cabe à mulher decidir. Talvez para muitas muçulmanas a não utilização do véu pode ser, isso sim, rebaixante. A liberdade individual tem de ser preservada.
A globalização traz-nos novas responsabilidades e novas liberdades. Com a chegada de novos povos ao nosso território temos que saber conviver com as novas culturas, mesmo que isso nos custe, durante um tempo.
Só podemos exigir democracia nos países árabes quando cá tivermos a plena democracia.
Na França, berço da democracia europeia, é proibido o véu islâmico, crucifixos explícitos e t-shirts com o símbolo da marijuana... tão triste confundir-se leicidade com autoritarismo cultural!A guerra da TLEBS conheceu ontem mais desenvolvimentos, com jogadas de peões e movimentos de bispos. Interessante.
No PÚBLICO, Helena Soares, Doutoranda de Linguística Portuguesa, numa carta ao director intitulada "Está aberta a caça à TLEBS", tenta mostrar serviço, porque afinal sendo doutoranda ainda não acabou o doutoramento. Anuncia que afinal "a TLEBS é um dicionário que qualquer pessoa pode ter no seu computador"! Opps! Uma terminologia é um dicionário?! E não é um documento que substitui a Nomenclatura Gramatical Portuguesa de 1967?! Um documento é um dicionário?!
Movidos os peões, registe-se a jogada do bispo das brancas: João Costa, presidente da Associação Portuguesa de Linguístas, saiu em defesa da dama, também em carta ao director do PÚBLICO (que deve estar a tornar-se no português mais informado sobre o assunto) e na revista Visão desta semana: "qualquer comentário à TLEBS é, portanto, inútil se não tomar como referência uma comparação com a NGP (nomenclatura gramatical portuguesa, de 1978). Ora aí está, calem-se os ignorantes, só quem tiver arcaboiço para linguística comparada é que está habilitado a dar palpites, o resto é ruído de fundo! Este é aliás um tom recorrente nos seus textos, o que contribui em muito para a irritação que a TLEBS causa em tanta boa gente...
Queixa-se que a TLEBS não revoga os programas foi "despejada" nos manuais, mas esquece-se que foi igualmente "despejada" na grande maioria das escolas, praticamente sem materiais de apoio do ME...
Recorda ainda João Costa que "qualquer leitor informado sobre teoria linguística [sim, esses que podem realmente intervir] não reconhece na TLEBS a assunção de um modelo teórico específico". Pois, se calhar esse é mesmo um dos problemas, a salganhada de perspectivas...
Termina dizendo "cabe aos professores fazer a transposição didáctica desses saberes" - mas quais professores? A resposta está por todo o artigo: os professores que falam comparando a TLEBS com a NGP (os outros são inúteis), os professores informados sobre teoria linguística e aqueles que têm "alguma informação sobre o trabalho que os linguistas fazem" (carta ao PÚBLICO). Ora se nas nossas escolas só temos incompetentes, que nos fazem descer nas médias internacionais, restam, portanto, e notem bem o alcance desta revelação vindo de quem vem: os professores de linguística! A TLEBS aos professores de linguística, já!
Finalmente, Eduardo Prado Coelho, que leu o Graça Moura e o João Costa, mostra-se "inteiramente de acordo com este excelente artigo de Vasco Graça Moura" e confessa que "este texto de João Costa não me convenceu minimamente"... Jura pelo ensino dos "usos da língua, e por exemplo a sua dimensão argumentativa" e termina pedindo à "senhora ministra, minha cara amiga, suspenda este processo e repense tudo"... Caro Eduardo, a TLEBS não mete contas nem poupança de dinheiro, não vale a pena bater a essa porta...
Contras:
Eu sei muito bem a dificuldade de dar aulas, de as preparar, de corrigir os testes e até de aturar alguma arrogância por parte dos alunos. Claro que é muito mais difícil do que estar em frente a uma secretária a despachar papéis, pois envolve uma coisa chamada “relacionamento humano”. O meu último post era, assumo, uma provocaçãozinha aos dois professores deste blogue. Só para ver o que eles diziam.
Mas também vos digo: criar animais numa quinta 12 meses por ano, pescar estando sujeitos aos perigos do mar, cavar a terra com enxadas, trabalhar numa fábrica metalúrgica ou mecânica, trabalhar nos têxteis, estar sentado todo o dia do lado de dentro de uma repartição de finanças, servir num restaurante etc... também não é pêra doce. Isto é como se costuma dizer: cada um na sua! Todas as profissões têm as suas dificuldades e se alguém escolheu ser professor devia saber o que o espera, devia ter consciência que vai viver a vida inteira a comunicar com jovens, que vai ter de fazer e corrigir os testes, que vai ter de preparar aulas de maneira a estas serem apelativas e esclarecedoras etc...
O pior é que ainda há muitos professores que não escolheram ser professores. Simplesmente não arranjaram emprego noutra área. Tinham o curso de engenharia e, se não pudessem ser engenheiros, iam para professores. Tinham o curso de música no conservatório e, se não pudessem ser músicos, iam para professores. Tinham o curso de economia e, se não conseguissem ir para economistas ou gestores, iam para o ensino.
Isto antigamente era assim que funcionava!
Bastava ter um curso qualquer e, sem qualquer formação para professor, ia-se para o ensino! (era no tempo em que havia falta de professores... )
Partia-se do pressuposto que, sabendo um assunto, estamos habilitados para o leccionar, o que não é bem assim.
Por isso, muitos dos professores das nossas escolas entraram para o ensino sem terem escolhido ir para o ensino, e portanto não tiveram a consciência que este era o seu trabalho: relacionar-se com alunos, fazer e corrigir testes, preparar e dar aulas.
Portanto, alguns não gostam nem sabem ensinar.
O ensinar é uma arte muito difícil, mas quem escolheu enveredar por essa arte, deve ter em conta os seus custos. Àqueles que dizem “coitadinho de mim, a minha profissão é tão difícil” e respondo “escolhesse outra!”
Este post é um belíssimo exemplo de demagogia.
Tenho acompanhado os vários textos e parece-me que este é um exemplo de "tresleitura". Não me parece que João Costa diga que se devem calar os ignorantes. o que ele diz e bem é que a discussão em torno da TLEBS não deve desviar-se daquilo que a TLEBS é. Isso não tem nada a ver com linguística comparada. Tem a ver com a necessidade de comparar os dois documentos em causa.
Os que argumentam contra a TLEBS vão mudando os argumentos conforme dá jeito. Não me lembro de haver materiais de apoio de jeito por parte do ME para ensinarmos gramática até aqui. Será que é mesmo obrigação do ME produzi-los só para a TLEBS.
Sou professora e faço a transposição didáctica da TLEBS, em cumprimento dos programas. Se calhar, se estes fossem conhecidos e seguidos, a TLEBS não estava a causar tanta guerra. Não leio, portanto, em nada do texto de João Costa, um ataque aos professores.
É bom que esta guerra seja séria e não pautada pela demagogia.
11/19/2006 3:05 AM