quarta-feira, março 14, 2007

Viabilidade nula do Curso de Línguas e Literaturas no Secundário, ou o cão coça a sua sarna

Enquanto por aqui e por ali as pulgas discutem quem manda no cão, e com que autoridade e poder, o cão vai coçando a sua sarna, indiferente aos idealismos alheios...

Via Paulo Guinote, acabo de saber que o Grupo de Avaliação e Acompanhamento da Implementação da Reforma do Ensino Secundário (GAAIRES) - uma equipa encomendada pela ministra aos seus colegas do ISCTE, divulga as suas recomendações à Nação. Embrulhado num discurso burocrático de secretaria, ponderando à mesa do café os pós e os contras de cenários de imperial e tremoços, lá surge a recomendação:

"VIABILIDADE DO CURSO DE LÍNGUAS E LITERATURAS
Considerando que:
• o Curso de Línguas e Literaturas oferece uma formação precocemente especializada e conducente a um reduzido leque de opções no prosseguimento de estudos;
• não existe margem significativa para enriquecer o plano de estudos do curso de Línguas e Literaturas com a presente matriz dos Cursos Científico-humanísticos,
recomenda-se a extinção do Curso de Línguas e Literaturas e a integração das disciplinas específicas deste curso no leque de optativas bienais e anuais do Curso de Ciências Sociais e Humanas." (p. 34).

Será que, como sugere Paulo Guinote, isto não é para levar a sério, ou vem aí razão de susto? O que acha a ministra deste relatório? Será a despedida em definitivo do Latim, enterrado em disciplina de opção no meio de muitas outras, potencialmente mais fáceis ou atractivas? Teremos que nos preparar para outra batalha, desta vez pelo Latim?

3 comentários:

Nan disse...

Claro! tudo o que levar a pensar deve ser eliminado por perigoso. É a democracia que temos e o governo socialista que temos. Deve ser o que merecemos...

baldassare disse...

Eu não ando a discutir quem manda no cão. Longe de mim pensar que os alunos deviam mandar na Escola. A Escola deve ser controlada pelo ministério da Educação, pelas DREs e pelos Conselhos Executivos formados por professores. O que eu digo é que as decisões relativas ao cão (à escola), devem estar focadas nos interesses de uma das pulgas: os alunos.
É urgente pensar a longo prazo o futura da Escola e da Educação, mas, como diz, também é importante a análize momentânea e de curto prazo.

baldassare disse...

*futura??? i mean futuro.