quarta-feira, março 28, 2007

Professor generalista, ou a generalização do desastre

As conclusões da Luísa Araújo, hoje no PÚBLICO, a relembrar os factos esquecidos (ignorados?) pelo ME na decisão de avançar para o professor único até ao 6º ano:

"Os dados são inequívocos. Primeiro, não se pode concluir que uma formação generalista contribua para acabar ou sequer mitigar o insucesso escolar. Segundo, vários países com muito melhor desempenho escolar que Portugal, entre eles a Finlândia, privilegiam a especialização tanto por anos de ensino como por disciplinas. Em Portugal, um modelo de formação de professores generalista que mantém o acompanhamento dos alunos por quatro ou seis anos sem delinear uma área de estudos especializada constitui um potencial agravamento do desastre que já é o nosso sistema de ensino."

2 comentários:

baldassare disse...

Isto é tão óbvio!!!
O caminho que deve ser escolhido deve ser sempre o da especialização e não o da generalização.
Queremos um país de conhecedores inúteis (aqueles que sabem um bocadinho de cada assunto, mas não o suficiente para os usarem com competência) ou um país de pessoas com um conhecimento especializado e verdadeiramente útil?
A função do conhecimento e do saber é a sua utilização para benefício próprio ou da comunidade.
Haverá sempre os chamados "sábios", que têm capacidade de comentar qualquer assunto, porque conhecem minimamente todos os assuntos. Esses são importantes para um país, desde que sejam uma minoria.
O que é também essencial a um país são aqueles que sabem sobretudo de um assunto, e que fazem algo pelo país com as suas capacidades (sejam elas as de escritor, carpinteiro, cardiologista ou informático...). São estes o motor do país, e é neste tipo de sabedoria que a Escola deve insistir. Especializar o ensino é criar uma sociedade de profissionais competentes, cada um com a sua função na sociedade.

P.S.- Uma professora minha já se queixou que os futebolistas não sabem falar bem. Os escritores também não sabem dar toques, e ninguém se queixa, porque a função do escritor não é dar toques, é escrever. Assim como a função do futebolista não é escrever (e falar) muito bem, é dar toques e marcar golos à Sérvia.

Ctrl disse...

De acordo, ainda que seja preciso um professor especializado em ser generalista...