Bom post de Range-o-Dente. Claro, argumentativo e convincente.
A minha resposta:
A Educação centrada no Aluno não dá assim tanta margem de escolha aos alunos. Os alunos não podem escolher se querem ou não estar na Escola. Nem as famílias. Porque não cabe só aos alunos e às famílias a educação.
Tem de ser a Escola a educar. E tem de educar segundo os valores que quer que a sociedade futura tenha. Quais são esses valores? Para mim, tem de se educar à liberdade, responsabilidade, cidadania, democracia, respeito pelos outros etc...
Como é que se educa para a liberdade? Dá-se liberdade. Dá-se rédea. Dá-se espaço ao aluno. Se o aluno gerir bem essa liberdade, tudo bem. Poderá, inclusivamente, dar-se ainda mais liberdade. Se, pelo contrário, o aluno não corresponder, retira-se a liberdade e passa-se a exigir responsabilidades. Essas responsabilidades poderão passar (em casos graves) por expulsão, multas, internato etc...
A Educação centrada no Aluno implica uma mudança de atitude em relação à escola. O Aluno não é um meio. É um fim. É o objectivo da Escola.
Voltando à questão da liberdade: um aluno que não queira estar na sala de aula é muito prejudicial.
Um aluno que não quer estar na aula e não vai, prejudica-se (ou não). Um aluno que não quer estar na sala de aula e é obrigado a ir, prejudica-se a si e prejudica todos os outros, mesmo aqueles que querem lá estar. Então, damos prioridade aos interesses do aluno que não quer ir à aula, por obrigá-lo a ir? Ou damos prioridade aos interesses do aluno que quer estar na aula?
Temos de ter prioridades. Segundo este modelo, ajuda-se o aluno que quer estar na aula, por dar-lhe uma aula onde só lá está quem quer.
Ajuda-se também o que quer faltar às aulas. Como? Bem, em primeiro lugar porque lhe fazemos a vontade... Depois, por exigir as responsabilidades, que incluem aulas de apoio, ajudamo-lo a compreender que tem de acordar para a vida. Mas atenção: claro que este sistema dá prioridade aos interesses do aluno que quer estar na aula. Os interesses do que usa mal (ou não) a sua liberdade estão postos em segundo plano. Mas ainda assim constituem um plano.
É como digo: o sistema está podre, e tem de ser substituído por outro, que incuta os valores que queremos para o futuro. É aqui que o seu modelo (desculpe lá... não sei como lhe chamar) e o meu divergem. Nos valores que queremos para o futuro.
Nota: quando digo "prejudica-se (ou não)" e "usa mal (ou não) a sua liberdade", utilizo o "ou não" porque um aluno que falta a algumas aulas pode ter boa nota. Hipoteticamente.
A avaliação contínua é uma hipocrisia e as aulas deviam contar muito pouco na nota do aluno. Os conhecimentos devem ser avaliados por testes, provas e exames. Vou escrever sobre isso para a semana, e a Pergunta da Semana de Terça-Feira vai ser sobre isso.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Não compreendo como é que as aulas deviam contar pouco para a avaliação?! Afinal, não é nas aulas que os professores podem conhecer as potencialidades dos alunos? Não é nas aulas que o professor percebe o que um aluno é ou não capaz de fazer? Não é nas aulas que o professor e o aluno estão mais tempo em presença? Não consigo perceber como é que as aulas e a avaliação contínua são uma hipocrisia... Mas, gostava de saber e de perceber...
Amanhã a pergunta da Semana será sobre isso e durante a semana vou fazer um post a abordar o tema. Fique atento...
Enviar um comentário