quarta-feira, julho 25, 2007

Afinal quem "dá" os portáteis, ou porque não há ponto sem nó

No DN de hoje, na secção insuspeita de Economia, sob o título "A TMN 'dá' 300 mil portáteis" leio:
  • A TMN estima que a totalidade de pessoas envolvidas no e-escola seja de cerca de 640 mil pessoas, pretendendo a operadora captar, através da sua campanha, 50% deste número. Esta é assim uma forma da TMN conquistar novos clientes na banda larga móvel. "Os 300 mil PC's representam 20% do parque instalado em Portugal. Esta iniciativa vai contribuir muito para o seu aumento e também para a modernização", frisou Zeinal Bava.
Primeiro: leio pela primeira vez esta notícia na sua verdadeira face, não é o governo que vai "dar" os portáteis, são a TMN, a Optimus e a Vodafone. O seu a seu dono.

Segundo: vejo com apreço o Governo a apoiar as empresas privadas nacionais, já que para a TMN, esta é uma maneira de meter ao bolso 50% de um mercado apetecível, de preferência para fidelizar para além dos 12 meses do contrato.

Terceiro: todas estas mascaradas propagandísticas, cujas negociatas vêm ao de cima ao estalar do verniz, me enojam profundamente.

2 comentários:

RioDoiro disse...

Não é óbvio que:

1 - A propriedade dos portáteis continue a ser das operadoras.

2 - Que cada pessoa que receba um portátil fique obrigado contratualmente (automaticamente) a alguma empresa.

Se uma destas hipóteses (podendo haver outras) não se verificar, o post ...

Pode não ser o governo que paga directamente, mas pagou, de alguma forma, quando contratualizou as condições em causa quando da atribuição das licenças UMTS (salvo erro).

Se a Galp me der um carro, serei parvo se vier dizer que não será uma borla por ser obrigado a meter gasolina.

E já agora, a EDP também vai ganhar. Ou os computadores trabalham a energias alternativas?

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Anónimo disse...

Lembram-se do tempo em que os governos serviam - ou ao menos fingiam que serviam - o bem comum?