quinta-feira, julho 05, 2007

O Estado miserável e o professor Charrua

O Jumento aponta baterias ao Estado miserável da educação. Mais um coice certeiro, a ler no contexto, no palheiro original:!

ESTADO MISERÁVEL

O caso do professor que atingido por um cancro e já depois de não poder falar foi considerado apto para o exercício de funções por uma junta médica que deliberou sem o ter convocado revela o ponto a que chegou a consideração que o Estado e algumas das suas instituições têm pelos seus funcionários.

Como é possível que os médicos de uma junta médica tenham decidido desta forma? Como é possível que o director-geral da Caixa Geral de Aposentações tenha ignorado o apelo que lhe foi endereçado pelo professor? Como é possível que a máquina do Estado tenha considerado apto para trabalhar um professor com afonia total e incurável, doente de cancro?

A DREN diz que fez tudo, mas fez o quê? Não questionou a injustiça, não apoiou o apelo do professor à CGA, limitou-se a proporcionar-lhe melhores condições de trabalho.

A forma como este funcionário foi tratado é uma indignidade que não pode ser ignorada. Se a legislação é inadequada que se mude a legislação, se o director-geral da CGA não fez o que devia ter feito que se mude o director-geral, se os membros da junta médica actuaram com má fé que se mudem as juntas médicas. Uma coisa é certa, algo tem que mudar.

CASO PROFESSOR CHARRUA

A acusação ao professor Charrua elaborada por um instrutor ligado ao partido da directora da DREN e que depende desta para continuar a beneficiar de uma colocação à porta de casa diz que o professor ofendeu a mãe do primeiro-ministro e que o fez em pleno corredor. O professor Charrua assegura que deixou a progenitora de tão ditoso filho sossegada e que as manifestações de admiração pelas elevadas qualificações académicas do primeiro-ministro foram feitas em privado.

A conclusão é óbvia, um deles, o instrutor ou o professor, mente e se é o instrutor que conclui por uma mentira estamos perante um grave atentado a todos os valores da democracia. Além de um processo disciplinar se tratar de um procedimento em que uma hierarquia tem a faca e o queijo na mão, é evidente que esse processo está inquinado, toda a gente sabia qual seria a acusação a partir do momento em que a directora da DREN deu uma entrevista ao DN antecipando a acusação.

Alguém devia investigar todo este processo pois não é aceitável usar a lei de um Estado de direito para o transformar numa fantochada. Mais importante que a honorabilidade da progenitora de Sócrates é a democracia.

Daqui faço um repto ao Governo: proceda a uma sindicância sendo esta conduzida por juristas independentes a designar pela Ordem dos Advogados.

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