segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O "milagre estranho"

Admira-se o nosso Jumento favorito com a notícia do JN que dá conta de que os professores estariam a faltar menos desde que entraram em vigor as aulas de substituição. O absentismo dos professores desceu para quase metade, assegurou, ao JN, fonte do Ministério da Educação.

Ora isto leva o Jumento a solicitar aos sindicatos dos professores uma explicação "pois não quero acreditar que o professor que deixou de faltar esteja mais preocupado com o incómodo que traz a um colega do que deixar trinta alunos sem aula."

Não quer nem deve. O milagre estranho não deve ser assim tão difícil de entender: basta ir ao bolso dos professores, no imediato e a médio prazo (aliás, funcionaria com qualquer profissão, aposto...):
  • Faltou, fica para trás na fila para aceder ao topo da carreira, mesmo que tenha faltado por licença de maternidade (antes tivesse abortado...) ou tivesse uma doença prolongada...
Confira-se a notícia do PÚBLICO sobre o concurso para professor titular lançado pelo ME:
  • "(...) Segundo a proposta do Ministério da Educação (ME), o processo de selecção para a categoria de titular, a mais elevada da nova carreira, vai ter em conta todas as faltas, licenças e dispensas dos candidatos entre os anos lectivos 2000/01 e 2005/06, mesmo que tenham sido dadas por doença ou maternidade, por exemplo."
A ameaça já paira há muito tempo, ei-la agora concretizada.

Está desvendado o "milagre": são rosas, senhores, são rosas...

Leia-se hoje no Jumento a carta a um jovem licenciado candidato a juncionário público. Tem assustadoramente muito a ver com o que se tornará a fantochada da avaliação e subsequente carreira dos professores...

1 comentário:

Fliscorno disse...

Além das hipóteses que avançou, há sempre que ter em conta a hipótese da notícia de encomenda. Sinceramente, iria mais por aí.

Sobre o concurso para prof. titular, permita-me sugerir um veneninho: um cartoon.
:-)