Os funcionários públicos que solicitem a licença extraordinária para trabalhar no sector privado vão manter o direito ao sistema de saúde ADSE. A informação é avançada pelo Diário de Notícias, que cita um despacho assinado pelo secretário de Estado da Administração Pública.
Esta lei tem como objectivo incentivar a saída de pessoas do sector público, que passam a poder continuar a beneficiar da ADSE.
O que muitos funcionários estarão a pensar é "Sim senhora, boa medida. Mas até quando é que esta licença extraordinária vai manter-se ?"
O Estado, quando a onda era contratar e não despedir funcionários públicos, prometeu segurança social, progresão automática, reformas mais cedo, entre outros. Era essa a vantagem do sector público em relação ao sector privado. O sector privado oferecia possibilidade de se subir mais na carreira, mas tinha mais riscos. O sector público pagava menos, mas dava mais segurança.
O Estado mentiu. Mexeu nos projectos das pessoas, a meio das carreiras, rompendo o laço de confiança que fazia do Estado uma "pessoa de bem". Por isso agora é normal haver desconfiança em relação ao que o Estado diz. Esta lei parece atractiva, mas nada garante que não seja desrespeitada daqui a uns anos, até por governos da mesma cor política.
É este um dos males das políticas que mudam contratos a meio do seu cumprimento: deixa de haver confiança em tudo o que o Estado disser ou assinar.
Pior ainda é quando parece que a lei já foi feita a pensar na sua futura anulação.
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4 comentários:
É desolador ... não há confiança possível.
Leis feitas 'com perfil' ... Leis feitas para serem desfeitas.
Já não há lugares de quadro, pois não? Então o que são milhares de professores ainda vinculados a escolas?
Se eu entendo ...
Cumprimentos a todos.
"O Estado, quando a onda era contratar e não despedir funcionários públicos, prometeu segurança social, progresão automática, reformas mais cedo, entre outros."
Prometeu e houve pacóvios que acreditaram que era possível manter, indefinidamente, tal coisa.
"O sector privado oferecia possibilidade de se subir mais na carreira, mas tinha mais riscos."
Um dos riscos de quem opta pelo sector privado é o de não subir na carreira. O Baldassare, mais uma vez, pinta tudo ao contrário. Coisas do mundo dos crentes.
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O sector privado tem o risco de não subir mas a vantagem de se poder chegar mais longe.
O sector público oferecia mais segurança, mas o tecto de subida na carreira era menor que o privado.
Neste momento o sector público não apresenta nenhuma vantagem, pois desapareceram as vantagens, mas as desvantagens mantém-se, nomeadamente no ensino.
"O sector privado tem o risco de não subir mas a vantagem de se poder chegar mais longe."
Mais longe que o topo da carreira, é difícil.
No sector privado, quem que bolota tem que trepar. No público, até há pouco tempo, quem queria bolota precisava apenas esperar que ela lhe caísse no prato. Nem precisava esperar junto ao prato, por que sabia quando ela cairia.
Face aos recentes desenvolvimentos (desculpe desviar o assunto), sugiro que releia:
http://range-o-dente.blogspot.com/2007/05/possvel-sada-do-lamaal.html
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