domingo, fevereiro 10, 2008

Não há Palavras Caras - Futebol

Percebo muito pouco, fica o aviso .

Onze jogadores por cada equipa, um deles numa baliza .
Duas equipas .
O estádio .
O publico .
Os árbitros .
E a bola . Ah, para esta ha' pano para mangas . Tem que ter um certo peso (entre 410g e 450g), um diametrozinho jeitoso (22cm), uma marca que custa dinheiro só de pensar nela e que não pode sair á rua sem segurança . É pior que as exigências para ser modelo, mas no fim serve para andar ao pontapé . E bem, no campo estão 22 homens dispostos a isso . Afinal é um emprego como outro qualquer, passar os dias a jogar á bola . Mas eu nunca vi 90 minutos de um homem de talho cortar bifes passar em horário nobre na TVI .
É este jogo (o futebol, não os bifes) que faz com que o país páre para olhar, é o que todos os portugueses têm em comum, aquela bola cheia de mariquices . E liga classes sociais !
Para o futebol ser vivido a sério há dois adereços . O cachecol e a cerveja . Quem é o homem que, se não está no estádio com uma grade, não está no sofá com uma na mão e o cachecol ao pescoço a gritar para os árbitros ? Ou numa esplanada para ouvir os bitaques dos companheiros ? Já se tornou numa questão de masculinidade e quem não gosta de futebol não é homem, pura e simplesmente . É crónico, deve vir no cromossoma Y ou assim .
Mas depois há as corrupções, as mentiras, os erros no desporto rei, e é aí que se prova que jogar á boa deixou de ser um desporto . É já um negócio de milhões e os jogos são como reuniões de negócios . Agora desporto é que não, por amor de Des, nem nós queremos cá disso .

6 comentários:

Ctrl disse...

E o mulherio todo a suspirar pelas pernas dos jogadoras, desde que o Scolari as chamou à selecção (ningu+em o avisou que era para ser um clube "menina não entra"...)?

Anónimo disse...

que desprezo pelo futebol! É verdade que é uma indústria e, por sinal, a única em que "made in Portugal" é considerado "the best". Os jogadores portugueses, os treinadores portugueses, são o 'produto' nacional mais considerado no estrangeiro,onde, competindo com os melhores, ganham ficam à frente. Um português de 23 anos é o melhor do Mundo na sua profissão. Que interessa se é jogador de futebol. A sua excelência é um exemplo para todos os alunos e para todos os professores. Ou deveria ser...

Anónimo disse...

Com que sobranceria se fala aqui de uma profissão onde aquilo que se é e aquilo que se vale está a ser julgado permanentemente. Um jogador de futebol - ou um atleta em geral - trabalha sem rede, mostra o que vale e o que não vale a milhões de pessoas por semana. Quando falha, falha em público e não há direito a repetições. Não trabalha no aconchego dos gabinetes ou na segurança de um escritório.Até os treinos são públicos. E, ainda por cima, com tantos treinadores de banca e tanto desprezo.

Anónimo disse...

correcção - treinadores de bancada e não de banca, obviamente.

Anónimo disse...

ganham muito? pois ganham. Também os actores, lá fora, e os gestores, cá dentro e outros 'ores' (infelizmente não os professores,é verdade). Mas ao contrário dos actores, que fazem take atrás de take e ensaio atrás de ensaio até entenderem que o produto está apresentável e dos gestores, que fazem, simplesmente, o que lhes apetece, os jogadores são insultados, são os 'chulos' e afins, porque, como disse, não se pode aldrabar nem disfarçar quando se trabalha ao vivo e as cores. Um exemplo, meus senhores ou senhoras. Um exemplo...

Anónimo disse...

qual é o problema? Que os meninos prefiram ver Cristiano Ronaldo de cachecol a ler o Padre António Vieira, por exemplo? Pois digam-lhes que devem ler os sermões do Padre com o entusiasmo com que o outro iluminado joga futebol, digam-lhes que aprendem a ser os melhores e que o sejam com entusiamo. O de Cristiano- que joga como quem brinca- e, já agora, com do Padre- que acredita que é poss´vem melhorar sempre. Aliàs, António Vieira haveria de gostar de Cristiano e de futebol. Basta lê-lo para perceber.