quinta-feira, maio 17, 2007
Não há palavras caras - Racismo
O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Hitler, por exemplo, é um grande exemplo do racismo e das suas consequências.
Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de carácter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros é numa sociedade que, na minha opinião, ou não está bem informada ou então é simplesmente má.
O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré -concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial, tal como a religião, o tom de pele...
A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade (daí o meu exemplo do Hitler... mas infelizmente existem muitos mais!).
Para mim, este tipo de atitudes é um reflexo do sentimento de inferioridade que a maioria das pessoas sentem... Umas tentam compensar fazendo qualquer coisa util para que possa sobressair positivamente no meio da sociedade, outras inferiorizam os outros para se sentirem superiores e serem notados, se bem que não seja pelas melhores razões!
O racismo, para os lesados, pode levar a depressões, a tentativas de suicidio e ao isolamento da sociedade com medo de represálias.
Não, na minha turma estamos todos muito equilibrados... Sempre estive em turmas onde havia pessoas de outras nacionalidades ou raças e acho que isso me ajudou muito a ter uma visão mais aberta sobre este tipo de problemas...
Teuria dus Numaros...(hoje tou lançada!!!)
Eu explico! é que ontem não vos deixei nenhum desafio para o neurónio! Nem parece meu...que disparate! (loool) E como andei aqui nas arrumações, descobri uns exerciociozinhos muito fixes...
Então vá! Descubram!
"O importante é não deixar de fazer perguntas." A.Einstein
Um dos amigos é atlético e demora 1 minuto a atravessá-la; outro, também atlético, demora 2 minutos; o mais gordito demora 5 minutos e o fumador demora 10.
Podem atravessar dois a dois mas sempre com a lanterna.
Como devem fazer para passarem todos e não caírem nos buracos?
Nota: a lanterna ilumina menos de metade da ponte; ao atravessá-la os amigos têm de levar sempre a lanterna acesa e esta não pode ser atirada de um lado para o outro da ponte.
Praxes...BAHHHH!
Nada como no meu tempo...deixem-me contar!! Foi no ano de 1984! creeeedo...que kotinha...uns camolas do 4º ano QUERIAM-ME OBRIGAR a subir para uma mesa para cantar o hino de Portugal...vejam só a simplicidade e a inocência!
E eu? RECUSEI-ME, claro!
E o que é que me aconteceu? NADA! Claro que me chamaram logo "trombuda, antipática, corte, atrasada, e blábláblá..." mas não levaram a deles! Mas também não me tocaram porque havia uma coisa que hoje não há...respeito pela diferença!
Aos poucos lá me foram conhecendo e eu aos outros mil-e-não-sei-quantos do meu rico ISCTE e o que é certo é que no ano a seguir estavam-me a pedir para fazer de enfermeira para montar uma enfermaria falsa...eu ía fazer os toques...achei um escândalo! Não sou puritana mas acho essas brincadeiras uma verdadeira estupidez! Que se brinque sim, mas sem violência e sem pornografia! Isso fica para outros filmes...
A cena mais gira que os do 4º ano fizeram, e que todos os caloiros de 84 caíram que nem patinhos lerdinhos, foi um gaijo curtidissimo, o Paulo Pinto (se leres isto considera-o um grande abraço de saudade daqueles belos tempos) aparecer todo engravatado, com um paleio absolutamente incrível numa aula de História Económica e Social...até tirámos apontamentos!
Mas o mais engraçado é que eu via aquela figura a jogar às cartas (ai o que nós jogávamos às cartas naquele bar...campeonatos de King...fui a exame a 3 cadeiras por me baldar às aulas no 1º ano...para jogar king...) no bar e achava que devia ser um professor muito fixe...quando eu descobri que era um camolas super-repetente que estava a fazer cadeiras do 1º ao 4º ano, passei-me! que figura mais carismática! e havia outras! Foram 5 anos muito bem passados!
E durante esses 5 anos as praxes "evoluiram"..para pior! Cada vez com mais falta de respeito!
É triste!
O meu irmão entrou para o IST em 1991 e queriam obrigá-lo a dar duas voltas à volta do técnico, em cuecas, num dia em que, por acaso, estava a chover...azar...também não cumpriu...mas já foi ameaçado! Mas ninguém lhe tocou!
Há brincadeiras giras que se podem fazer sem magoar ninguém...por isso, que se façam praxes, porque é um baptismo único mas, SEM VIOLÊNCIA!
quarta-feira, maio 16, 2007
Teuria dus Numaros
É complicado relatar a situação! Aliás, aquelas aulas SÓ MESMO FILMADAS, mas quando correm mal! Porque têm dias. Por exemplo, na semana passada, estava um calor de morrer e como não dava para andar nos jardim da escola a arranjar as cenas da horta, a 2ª parte da aula foi passada a...saltar à corda, à sombra! Exactamente! Ideia aqui da JE! E correu de tal maneira bem que eles hoje queriam outra vez, claro! Dou-lhes "maus exemplos" e depois é que são elas! Mas eu acho que faz falta àquele tipo de miúdos terem umas catarzes fixes de vez em quando...pena não perceberem quando devem parar...mas isso é uma coisa que lhes é inerente dada a sua carência afectiva! E é mesmo muita!
O problema é quando uma gaija, que tenta ser professora de hortofloricultura e silvicultura, diz a um gaijinho de 14 anos, com brinco à cristiano ronaldo, cabelo empastado em gel, a contrariar a lei da gravidade, de calças abaixo do rabo, mal educado a todo o tempo (e podia continuar com os belos adjectivos...), que estava a fazer duma mesa do bar um plinto daqueles onde os atletas chineses nos jogos olimicos fazem NNNNNN acrobacias só com uma mão (sabem o que é? não sei bem como se chama...sei que o camolas estava armado em ataleta...)...já se perderam...eu disse para o camolas muito calma "menino, vamos para a aula, tá!" e ao dizer isto...
(porque tive que o repetir algumas 3 vezes, e à 3ª já estava a desatinar porque ele não largava a bendita da mesa...sabem para que é que estava aquela mesa no pátio? para o juri do concurso do Diabo...aquela cena que rola numa corda...agora é moda!! um filme...entram na aula a rolar aquilo, saem da aula a rolar aquilo, fazem quase tudo a rolar aquilo...parece que estamos no Chapitô, não desfazendo no prestígio e qualidade do ensino do chapitô que é de facto muito bom)
...peguei-lhe no braço!!! BEM, o camolas eriçou-se todo "Você não me agarra"...e eu repeti a ordem... e o camolas vira-se aqui prá Je e responde...estão preparados..é baixo nível...aí vai..."VAMOS PRÁ AULA UMA MERDA!"...bem, eu agora dá-me vontade de rir mas, na altura, tive um vómito e pensei "meu Deus, o que lhe faço?"
Agora lembrei-me daquele episódio em que a amiga da tia Maximiana, interpretado pela Margarida Carpinteiro no Humor de Perdição, vê o Azevedo Perdição , o Hérman, e pensa - mas nós, público, ouvimos em voz alta o que ela pensa - "ai que home tã lindo...parece um leitãozinho da bairrada...que lhe faço?...beijo-lhe a boca ou apalpo-lhe o cu...levo-o mas é de volta comigo pra a merdaleja e até me pode bater 2 vezes por semana...e se se portar bem, até pode bater 3"...
Claro que não era própriamente para a Merdaleja que eu queria trazer o camolas do brinco...bem, terra para lavrar aqui é que não falta...mas não!
Ora virei-me para o camolas e disse-lhe, com um tom de raiva reprimida "És um ordinário mal-educado! Desaparece imediatamente da minha frente!" Nem me cheguei mais...senão havia sangue...e não foi a primeira vez que o camolas se passou comigo e eu com ele...mas nunca me tinha mandado à merda...quando contei à minha presidente, ela virou-se para mim e disse "que pena ele não te ter batido...era logo expulso..."...ó pra mim a fazer de cobaia...e se o camolas pegasse numa naifa? Creeeeeeeeeeeeeeeeeeeeedo!!!
Logo a seguir aparece outro colega que estava a beber um sumo e, em ar de provocação, para apoiar o colega, desata a falar comigo e a arrotar...(pior que isto só mesmo FEIOS, PORCOS E MAUS, digam lá?)...ai nha nossa senhora da agrela...dei um berro tão grande que eles até saltaram para trás "desapareçam daqui os dois! já!"
Bem, a seguir a este maravilhoso incidente tive 54219347543 catarzes...para dentro, claro! Para fora é impossivel!!! Claro que fiz uma brutalissima participação disciplinar! Vamos ver no que dá!!!
Isto é um filme...a preto e branco...mas só faltam 5 semanas!!! Quem aguentou até aqui...
Agora vou analisar a "coisa" de uma forma mais pedagógica!
As Instituições de Reinserção Social (o miúdo está sob a vigilância do tribunal de menores devido a uns incif«dentes..) deviam acturar nestes casos! Porque é um caso de reinserção social! O garoto está perdido! Até tenho pena, claro! Mas nós, escola, não podemos fazer mais nada para ajudar aquele rapaz! Os pais dele também não ajudam nada! Mas devem estar à espera que ele, ou outro, matem alguém na escola (que o diabo seja cego, surdo e mudo) para entrar em acção! é um garoto que já deu NNNNN problemas na escola, desde roubo a fumar axixe!!!
E que culpa têm os alunos cumpridores para terem que aturar isto tudo? E nós, professores? e os funcionários? é muito complicado!
Mas fica aberta a discussão...vá, libertem a vossa raiva! Mas não me mandem à merda...sorry!!! Lol
Ps: hoje não houve matemática...mas aqui está mais um "numaro" na indisciplina deste maravilhoso país de turismo à beira mar "aplantado"!!!!
TLEBS - A gramática é uma canção sexy (3ª parte)
(2ª parte)
Só que, as condições eram estas:
Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
terça-feira, maio 15, 2007
O jornalista não pergunta, papagueia...
mastigar, o PÚBLICO divulga hoje os números avançados pela Inspecção Geral do Ensino sobre a Organização do Ano Lectivo 2006/2007 com o título: Aumentam os professores do quadro que não têm alunos.
Entre os dados avançados, esta pérola:
- "Ao nível do pré-escolar a evolução foi semelhante e são também seis por cento os educadores que não têm um grupo de crianças atribuído."
- "Uma em cada quatro crianças de três anos não conseguiu um lugar num jardim-de-infância público este ano lectivo, na esmagadora maioria dos casos por falta de vaga. A situação é particularmente complicada nas áreas das direcções regionais de Educação do Algarve, onde a rede do pré-escolar não chega a servir metade das crianças (taxa de admissão de 37 por cento), e de Lisboa. Aqui, os jardins-de-infância públicos tiveram capacidade para 58 por cento dos inscritos, revela o relatório Organização do Ano Lectivo, elaborado pela Inspecção-Geral da Educação (IGE) e ontem divulgado."
segunda-feira, maio 14, 2007
domingo, maio 13, 2007
sábado, maio 12, 2007
Teuria dus Numaros
Lembrei-me deste texto com que introduzi o tema da Divisão no 5º ano, no ano passado...os miúdos ODEIAM a divisão! Mas pior...não sabem dividir...mas hoje não vou divagar por aí fora a dizer mal disto e daquilo porque não me apetece...
Ora leiam e descubram a resposta!!! Spéfácil!!!
A divisão simples, a divisão exacta e a divisão justa
A caminho de Bagdad, Beremís e seu amigo encontraram, caído, na estrada, um pobre viajante roto e ferido, ao qual socorreram e do qual souberam ser Salem Nasair, um dos mais ricos mercadores de Bagdad, que fora atacado por uma chusma de nómadas persas do deserto, tendo a sua caravana sido saqueada e ele o único a conseguir, milagrosamente, escapar, oculto na areia, entre os cadáveres dos seus escravos!
Combinaram, então, juntar os cinco pães que "o Homem que calculava" ainda tinha com os três do seu amigo e dividi-los entre si para sobreviverem até chegarem a Bagdad, prometendo o xeik pagar com uma moeda de ouro cada pão que comesse!
Quando lá chegaram, o rico Salem Nasair cumpriu sua palavra dada, entregando ao "Homem que calculava" cinco moedas pelos cinco pães e a mim, pelos três pães, três moedas.
Com grande surpresa, o "Calculista", objectou, respeitoso:
- Perdão, ó xeik! A divisão, feita desse modo, pode ser muito simples, mas não é, matematicamente certa. Quando, durante a viagem, tínhamos fome, eu tirava um pão à caixa em que estavam guardados e repartia-o em três pedaços, comendo cada um de nós, um desses três pedaços. Se eu dei 5 pães, dei, é claro, l5 pedaços; se o meu companheiro deu 3 pães, contribuiu com 9 pedaços. Houve, assim, um total de 24 pedaços, cabendo, portanto, oito pedaços para cada um. Dos 15 pedaços que dei, comi 8, dei, na realidade 7; o meu companheiro deu, como disse, 9 pedaços e comeu, também 8 logo deu apenas l. Os 7 que eu dei e o restante que o "bagdalí" forneceu, formaram os 8 que couberam ao xeik Salem Nasair. Logo, é justo que eu receba 7 moedas e o meu companheiro apenas l.
Era lógica, perfeita e irrespondível a demonstração apresentada pelo matemático!
- Mas esta divisão, de sete moedas para mim e uma para meu amigo, conforme provei, é matematicamente certa, mas não é perfeita aos olhos de Deus!, retorquiu o 'Calculista'.
E tomando as moedas na não, dividiu-as em duas partes iguais e deu-me uma dessas partes, guardando, para si, a restante.
(adaptado de MALBA TAHAN, O Homem que Calculava)
COM QUANTAS MOEDAS FICOU CADA UM????
Poesia Matemática
Millôr Fernandes
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.
Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.
Tudo sobre Millôr Fernandes e sua obra em "Biografias".
TLEBS: A gramática é uma canção sexy (2ª parte)
(1ª parte)
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.
Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.
Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.
Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.
Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.
Que loucura, meu Deus!
Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.
Só que, as condições eram estas:
(texto de Fernanda Braga da Cruz - continua...)
Prevejo insónias
É lixado ter nascido em 1991.
A Escola, ao longo dos últimos anos, tem estado a criar leis que visam explicitamente lixar a geração que nasceu em 1991. Das duas uma: ou é para nos chatear mesmo, ou é para criar uma geração com muita paciência. Se não, vejamos:
- Foi também das primeiras a ter Área de Projecto (que quando eu andava no 5º chamava-se Projecto Interdisciplinar...) e Estudo Acompanhado.
- Quando a geração de ’91 foi para o terceiro ciclo, começaram as aulas de substituição.
- Foi a primeira a ter exames nacionais a sério (a valer 30% da nota).
- Quando a Geração de ’91 entrou para o secundário, imagine-se: as aulas de substituição passaram a ser obrigatórias no secundário!
- Vamos ser os primeiros em que a matéria para o exame do 12º tem matéria desde o 10º!
- Vamos apanhar o Processo de Bolonha!
- Vamos ter de aprender a estupidez das TLEBS!
- Vamos ter de aturar professores com 65 anos!
- Pior: professores em concorrência por causa do novo estatuto, professores chateados! Professores com 65 anos chateados!!!
Oh nãããããããão!
Um aviso para as crianças lá em casa: não nasçam em 1991.
sexta-feira, maio 11, 2007
TLEBS: A gramática é uma canção sexy (1ª parte)
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.
Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.
Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.
Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.
Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
(texto de Fernanda Braga da Cruz - continua...)
"Meme"
Meme:
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"Ninguém se liberta
Em
Silêncio
Das amarras
Que faz
Ao
Espelho"
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(*) Um "meme" é um "gen ou gene cultural" que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma. Simplificando: é um comentário, uma frase, uma ideia que rapidamente é propagada pela Web, usualmente por meio de blogues. O neologismo "memes" foi criado por Richard Dawkins dada a sua semelhança fonética com o termo "genes".
Passamos o "Meme" a: